Somos coerentes?
Qual o conceito que você tem de coerência? Afinal, o que é coerência? Para os melhores dicionários, a palavra remete á harmonia entre fatos ou idéias.
Assim, será coerente aquele que agir, pensar e falar de uma maneira
em que haja nexo, harmonia entre suas ações.
Será isso que fazemos no nosso dia-a-dia? Conseguimos agir com coerência em todos os nossos dias, em todas as nossas ações?
Vejamos que, muitas vezes, discursamos para todos a respeito da sujeira das ruas, das calçadas sem limpeza , dos detritos que se avolumam.
Porém, não nos damos conta que jogamos o papel de bala, o recibo
do estacionamento, pela janela do veículo, assim que ele não nos sirva
mais e assim contribuímos com a sujeira que tanto criticamos.
Preocupamo-nos em ensinar a honestidade para nossos filhos, discursando longamente a respeito. E, caso toque o telefone e não queiramos falar com a pessoa que nos demanda atenção, pedimos para que nosso filho vá ao telefone e diga que não estamos.
Reclamamos, do administrador público, quando esse se apropria do que não lhe pertence, prejudicando a nação e seus cidadãos. Taxamos de roubo, exigimos os rigores da lei para eles.
Mas, às vezes, somos nós mesmos a não devolver o troco a mais recebido no supermercado, nos apropriando do que não nos pertence. Ou ainda quando a autoridade do transito nos pune frente a uma infração, tentamos suborná-la, corrompê-la.
Para quem discursa sobre roubo e suborno, somos nós então a roubar ou subornar. Pura incoerência.
E por que temos dificuldade para sermos coerentes? Por que tantas vezes agimos de maneira diferente daquela que pensamos ou defendemos com nossas palavras?
Isso acontece porque, se já temos o conceito formulado na mente, ainda nos falta o valor instalado na
consciência.
Essas incoerências são geradas pelo descompasso entre o que falamos e o que realmente somos.
Se já pensamos certo, se nossos conceitos estão adequados, significa que temos o conceito, porem faz-se necessário conformar o que pensamos e falamos, com a nossa forma de ser e de agir.
Assim é necessário que meditemos sobre nossos atos, que pensemos longa e profundamente sobre como estamos agindo, o que estamos a fazer das oportunidades que desfrutamos todos os dias.
E, em última instância, somos muito mais aquilo que agimos e sentimos do que aquilo que apenas discursamos.
Isso é de tal forma real e verdadeiro que, certa feita, um filósofo americano afirmou: O que você faz fala tão alto que não consigo escutar o que você está dizendo.
Assim se passa conosco. O que fazemos será nosso maior discurso sobre nós mesmos, a maior representação do que efetivamente trazemos na alma, muito acima e além do que qualquer preleção ou apresentação verbal.
Desta forma, depois de escolhermos os valores que irão pautar nossa vida, comecemos o esforço inadiável de fazer com que esses conceitos, com disciplina e persistência, transformem-se em valores reais, e
a coerência seja a tônica do nosso agir.
Redação do Momento Espírita.