Dinheiro é o principal ídolo das civilizações

Essa semana, escrevi um texto cujo título era “Idolatria uma marca dos seres humanos”. Nele eu discutia a capacidade inata do ser humano em criar ídolos para si e se prostrar a eles.

Os ídolos são muitos, eles se distinguem de lugar, cultura e civilização. Mas há um ídolo que prevalece desde tempos imemoriais, sua força atravessa milênios e séculos. Esse ídolo é o dinheiro.

Nenhum deus, nenhum espírito, nenhum orixá, nenhum ente da natureza divinizado, como sol, lua e eclipse, receberam e recebem tanta adoração, tanta devoção, tanto tempo e principalmente tantos sacrifícios como o deus dinheiro.

O dinheiro existe desde a Antiguidade, atravessou séculos e permanece todo poderoso e altivo entre nós.

Jesus usou a palavra hebraica Mamom (מָמוֹן), que significa literalmente dinheiro querendo ressaltar o perigo de transformar a riqueza em um ídolo, ao invés de ter o coração dedicado a Deus. Nesse sentido, o Mestre quis nos alertar que Mamom representa o domínio do dinheiro sobre a vida de uma pessoa.

Mamom na verdade descreve o apego a riqueza material ou cobiça, na maioria das vezes, mas nem sempre é personificado com uma divindade.

Jesus diz em Mateus 6:24: "Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom".

Cristo estava ensinando que não se pode se dedicar a Deus e ao dinheiro ao mesmo tempo, e que Mamom aparece como um tipo de personificação das riquezas e possessões, que aqui incluem: dinheiro, propriedades, alimentos, roupas, etc. Logo, Jesus está se referindo a um tipo de cobiça que corrompe o coração do homem e o afasta de Deus.

Alguém já disse: "Maldito é o dinheiro que cala a boca de uns, compra a amizade de outros e acaba com o caráter de vários".

O amor e dedicação ao dinheiro têm feito a humanidade cometer ações insanas e cruéis.

Por dinheiro se mata.

Manda assassinar.

Suicida-se.

Prostitui-se.

Escraviza-se.

O dinheiro é fonte de destruição:

De si mesmo.

Do próximo.

Da natureza e de toda a biodiversidade.

Do sentido de humanidade.

Da fraternidade entre os homens.

Da solidariedade.

Da compaixão.

A adoração e devoção ao dinheiro retiram-nos o tempo, pois todos os ídolos requerem atenção.

Perdemos o tempo dedicado à nossa família.

Tempo que podíamos dedicar ao lazer.

Tempo dos nossos filhos que trocamos lhes dando coisas.

Tempo dedicado a cuidar mais de nós e investir em nossa vida e saúde.

Por último, quem dedica muito tempo ao deus dinheiro, quando ganha muito, perderá parte substancial dele, ou todo ele, consertando os estragos que essa busca e dedicação cega e incessante causaram como a perda da saúde física, psicológica e espiritual.

Acioli Junior
Enviado por Acioli Junior em 05/04/2020
Reeditado em 20/11/2020
Código do texto: T6906970
Classificação de conteúdo: seguro