Somos seres finitos e frágeis: lições de tempos sombrios

Ao perceber com meu olhar atento de historiador e crítico social o que ocorre no mundo, vislumbro o caos que o covid-19 tem feito.

Ele tem afetado a vida de bilhões de seres humanos. De todo o Globo. De inúmeros países. De diferentes governos, crenças e ideologias.

Nunca imaginei ver Roma, Paris, Veneza, Lisboa, Madri e outros grandes centros europeus conhecidos por serem lugares de super povoação, turismo intenso e badalação vazios, sem vida, em silêncio profundo e em total desolação.

Odeio ser trágico, mas a imagem que vem é do Apocalipse bíblico. De fins dos tempos. De opróbrio. De cataclisma. De total perplexidade!

Não estou adiantando o fim do mundo. Não quero causar o caos social. Não quero impor medo. Todavia, ao assistir num vídeo um policial andando por quase cinco minutos no Centro de Veneza sem uma única pessoa numa cidade frequentada por milhões de seres humanos do mundo inteiro foi a imagem do caos e do inimaginável que veio a minha mente.

Quais aprendizados e lições eu tenho tirado de tudo isso? Inúmeros. Mas gostaria aqui de me ater a que considero de suma importância. A fragilidade e finitude humana diante da vida.

Somos seres finitos. Frágeis. A nossa vida é tão fugaz como são as ervas do campo. Somos um sopro. Uma fumaça que se esvai. Uma Rosa que murcha e cai.

Não só o homem é frágil. Mas tudo que ele cria. De cidades a impérios, de sistemas econômicos a projetos políticos.

Os Impérios: Hitita, Egípcio, Babilônio, Assírio, Medo-Persa, Grego e o mais poderoso de todos, com maior extensão, o Romano, caíram! As muralhas de Babilônia se diziam intransponível, mas o exército de Ciro o Grande, a lançou no chão. Os bárbaros conquistaram e saquearam Roma.

O comunismo ruiu em 1991, o capitalismo vive de crises cíclicas como a de 1929, 1973, 2009 e agora, em 2020. Demonstrando inequivocamente seu fim.

Nada que o homem cria dura para sempre. Nenhum reino se eternizou. Nem a sua vida nem o que constrói. Nenhum governo é eterno. Tudo passa. Tudo sempre passará. Nada fica ad eterno.

Todo dia quando eu pego minha moto para trabalhar eu percebo o como eu ponho minha vida em risco. Todos estão em risco, mesmo confinados dentro de casa.

Ninguém é super herói. Ninguém é homem de ferro. Mulher Maravilha também não existe.

Aprenda essa dolorosa lição: o orgulho, a soberba, os títulos que conquistamos, a posição social que lutamos para adquirir, os bens que nos matamos para conquistar, nada disso fará seres finitos e sensíveis se eternizarem. Não adianta fazer como os faraós, criar pirâmides e monumentos para nós tornar eternos, se o que nos determina é nossa finitude, fragilidade e a morte que ninguém escapa .

Acioli Junior
Enviado por Acioli Junior em 01/04/2020
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