O Mundo do amanhã
O Codificador da Doutrina Espírita, em sua obra, A gênese, assinala que a Terra se transformará. E estamos observando o fenômeno acontecer.
De um Mundo de muitas dores e injustiças vamos caminhando para um Mundo de regeneração. Um Mundo em que nos importemos mais uns com os outros.
Em que sejamos amigos, irmãos.
Tal transformação se processa pela transformação gradual das criaturas que vivem na Terra.
Exemplos de tais Espíritos encarnados entre nós os temos todos os dias, em nossos lares, na comunidade em que vivemos.
Alguns nos surpreendem com sua maturidade e bom senso, como a menina canadense Severn Suzuki, de apenas 13 anos.
Ela discursou no Rio de Janeiro, na Conferência das Nações Unidas sobre Meio ambiente e Desenvolvimento, em 1992.
Entre tantas questões, disse ela:
“Represento a ECO, a Organização das Crianças em defesa do meio ambiente.
Somos um grupo de crianças canadenses, de 12 a 13 anos tentando fazer a nossa parte, contribuir.
Estou aqui para falar em nome das gerações que estão por vir.
Estou aqui para defender as crianças com fome, cujos apelos não são ouvidos.
Estou aqui para falar em nome dos incontáveis animais morrendo em todo o planeta, porque já não têm mais para onde ir.
Todas essas coisas acontecem bem diante dos nossos olhos e, mesmo assim, continuamos agindo como se tivéssemos todo o tempo do mundo e todas as soluções.
Sou apenas uma criança e não tenho soluções, mas, quero que saibam que vocês também não têm.
Vocês não sabem como reparar os buracos na camada de ozônio.
Vocês não sabem como salvar os salmões das águas poluídas.
Vocês não podem ressuscitar os animais extintos.
Vocês não podem recuperar as florestas que um dia existiram onde hoje é deserto.
Se vocês não podem recuperar nada disso então, por favor, parem de destruir!
Aqui, vocês são representantes de seus Governos, homens de negócios, administradores, jornalistas ou políticos.
Mas, na verdade, são mães e pais, irmãos e irmãs, tias e tios, e todos também são filhos.
Sou apenas uma criança, mas sei que todos nós pertencemos a uma sólida família de bilhões de pessoas e, ao todo, somos 30 milhões de espécies compartilhando o mesmo ar, a mesma água e o mesmo solo.
Nenhum governo, nenhuma fronteira poderá mudar esta realidade.
Sou apenas uma criança, mas sei que esse problema atinge a todos nós e deveríamos agir como se fossemos um único mundo, rumo a um único objetivo.
Sou apenas uma criança, mas ainda sei que, se todo o dinheiro gasto nas guerras fosse utilizado para acabar com a pobreza, para achar soluções para os problemas ambientais, que lugar maravilhoso a Terra seria!
Na escola, desde o jardim de infância, vocês nos ensinaram a não brigar com os outros.
A resolver as coisas bem. Respeitar os outros.
Arrumar nossas bagunças. Não maltratar outras criaturas.
Dividir e não ser mesquinho.
Então, por que vocês fazem justamente o que nos ensinaram a não fazer?
Vocês estão decidindo em que tipo de Mundo nós iremos crescer.
O que vocês fazem, nos fazem chorar à noite.
Vocês adultos, nos dizem que nos amam.
Eu desafio vocês.
Por favor, façam as suas ações refletirem as suas palavras.”
Redação do Momento Espírita, com reprodução de parte do Discurso de Severn Suzuki, na Conferência das Nações Unidas sobre meio ambiente e desenvolvimento – ECO 1992, no Rio de Janeiro.