O risco da posse de arma

O Brasil é um dos países onde mais acontecem mortes por armas de fogo no mundo, conforme estatísticas. A taxa de mortes com armas de fogo por 100 mil habitantes é 5 vezes maior que a dos EUA, país mais armado do planeta e com maior população. Mais de 100 pessoas são assassinadas por dia em nosso território.

Os crimes estão relacionados a várias circunstâncias desde a execução a motivos fúteis como uma discussão no trânsito. A violência e criminalidade são oriundas de vários fatores, como a falta de amor ao próximo, educação, cultura, prática de esportes, e desemprego. O Estado também tem a sua culpa por não investir na urbanização das cidades e em Segurança.

O presidente da República Jair Messias Bolsonaro cumprindo promessa de campanha eleitoral assinou no dia 15-01-2019, o Decreto que facilita a compra e posse de arma de fogo em casa ou no trabalho, com mudanças no Estatuto do Desarmamento. Entre as mudanças estão a substituição da palavra municípios por estados no quesito 10 homicídios para mais de 100 mil habitantes, o que amplia a posse de arma para todas as cidades do país; o auto de declaração justificativa sem a análise subjetiva da Polícia Federal desde que preenchido os requisitos como ser maior de 25 anos, ter ocupação lícita, não ter antecedentes criminais nem vínculo com organização criminosa.

O Decreto se estende a área rural e urbana. O governo afirma que o objetivo do Decreto não é a diminuição do número de homicídios, mas o de dar ao cidadão de bem o direito de se defender e proteger o seu patrimônio. Cada cidadão ainda tem o direito de possuir até 04 armas para diferentes propriedades. Mas terá de passar por um teste psicológico e fazer um curso de capacitação técnica com prática de tiros e declarar um local seguro para a guarda das armas.

No meu entender, armar o cidadão de bem com arma de fogo não é uma solução adequada, pois ser uma “faca de dois gumes”, porque pode inibir o ladrão de invadir uma propriedade assim como pode desencadear um tiroteio e aumentar o número de vítimas. A que ressaltar que as taxas de feminicídios (assassinatos de mulheres) e de suicídios tendem a aumentar. Entendo ainda que a solução é investir em educação, programas sociais, campanhas contra a violência e polícia comunitária.

Há quem diga que nos EUA não há tantos crimes como no Brasil. É verdade, mas há muitos tiroteios com vítimas inocentes em escolas, igrejas, hospitais, etc., promovidos por psicopatas e que a Polícia não pode impedir; mas aqui no Brasil já existem casos assim. No atentado mais recente (11-12-2018), um homem de 49 anos invadiu a Catedral Metropolitana, em Campinas, SP, com duas armas e disparou aleatoriamente contra fiéis que assistiam uma missa, matou 06 pessoas e após ser ferido com tiro no abdômen por policiais militares que faziam a ronda nas proximidades, se suicidou com um tiro na cabeça.

Mas, por outro lado, os EUA são o país mais desenvolvido do planeta, onde investem pesado em escolas, universidades, empregos e segurança pública. É onde a lei é para todos e é aplicada com rigor, e onde há mais presidiários no mundo, cerca de 2 milhões. Não somos os EUA ainda. Mas há esperança no fim do túnel. Somos um país abençoado por Deus. Vamos lutar com dignidade sem nos apelar para a violência e criminalidade, o que sempre geram consequências reparações.

Alonso Rodrigues Pimentel
Enviado por Alonso Rodrigues Pimentel em 20/01/2019
Reeditado em 20/01/2019
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