PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS CORES
Parafraseando Geraldo Vandré com a sua mais famosa musica "Pra não dizer que não falei das flores", música que virou hino quase que nacional contra a ditadura, e que levou multidões às ruas, resolvi fazer uma reflexão com esse titulo: Pra não dizer que não falei das cores. E daí uma pergunta:
COMO ALIMENTAR UMA MULTIDÃO?
"...dai-lhes vós de comer." (Mateus 14:16)
Esse é o final de um versículo. Mas é também, o início de uma história, e serve como principio para um grande milagre.
Veja: Jesus havia acabado de fazer um lindo sermão, que não deve ter durado apenas algumas horas. Isso está relatado em Mateus 5, que o autor intitulou "Sermão da Montanha". Podemos imaginar o sermão, não era tão limitado quanto ao tempo de um culto e muito menos, uma hora de célula. Aquilo parecia uma conferência, porém, não era para os ilustres de sapatos lustrados da cúpula de um ministério; era uma conferência de gente muito simples e sedentas de Deus.
Pois é, essa MULTIDÃO cansada, que não tinha jantares de 3 mil reais por pessoa e nem cama ou quartos especiais para pastores ou bispos, era essa gente simples, não podia sair dessa "conferência" feita ao pé de um monte, sem bancos confortáveis e com fome que Jesus falou das Bem Aventuranças por horas. E quando um dos discípulos indaga sobre a impossibilidade de alimentar toda aquela gente, o que Jesus diz?
- Dai-lhes VOCÊS mesmos de comer!
Isso foi uma ordem. Mas como alimentar uma MULTIDÃO com cinco pães e dois peixinhos?
1- É preciso ser santo: o peixe fala de santidade, é símbolo de santidade. E na multiplicação dos pães, o jovem tinha dois peixes.
2- O jovem tinha pães e ninguém dá o que não tem.
Quando alguém dos discípulos olhou para aquela MULTIDÃO que tinha ido ouvir Jesus, logo detectou que entre toda aquela gente faminta havia um jovem que tinha santidade em si.
- Ele era diferenciado.
Não era igual a todos. Tinha algo diferente naquele garoto. Jesus precisa encontrar alguém assim na MULTIDÃO.
Mas não bastava ser Santo, era preciso ter pão.
O pão ele também tinha, e acabara de obter ouvindo Jesus, e assimilando tudo o que dizia.
O pão fala da palavra, fala de alimento. E o próprio Jesus disse que uma comida tinha para comer que era:
- Fazer a vontade do Pai!
Se o peixe representa a santidade, essencial para que o milagre da multiplicação acontecer; o pão nos fala da Palavra de Deus. O pão nos fala de Jesus. Por isso é legal ouvir isso na ceia: "comei dele sempre...".
Sempre Quando?
- Sempre que lembrarem de mim...
- Sempre que se reunirem...
Mas ao comer este pão, devemos não nos se esquecermos de que há uma grande MULTIDÃO precisando. Mas não basta ter santidade, eé preciso também ter pão! Jesus precisa encontrar mais pessoas com santidade e que tenham PÃO como aquele jovem. Que também tenhamos pelo menos cinco pães.
Quantos dias temos na semana? Cinco dias. E aquele jovem: quantos pães tinha em mãos? Cinco!
O jovem tinha um pão para cada dia.
- Um ~pão para segunda...
- Um pão para terça...
- Um pão para quarta...
- Um pão para quinta e...
- Um pão para sexta-feira!
Sábado e domingo são dias para dar, dias de oferecer. São dias para dizer:
- Senhor, tem aqui dois peixinhos, equivalem a dois dias de jejum; dois de oração e de preparo pessoal durante a semana. Ah, ia me esquecendo:
- Tenho também cinco pães, que equivalem ao alimento diário de minha dedicação a Ti, e eu os apresento a Ti, e me coloco, com todos eles a vossa disposição. Faz uso deles Senhor! Faz uso de mim para alimentar essa MULTIDÃO!
Veja, havia entre a MULTIDÃO um jovem, diz o narrador do livro de Mateus... Unzinho para fazer a diferença.
- É isso!
Deus não quer apenas homens ou mulheres vazios de santidade e com pães, mas Deus quer pessoas que tenham pães, e santidade. Preparo espiritual mais que teológico; mais que intelectual e mais que bem-sucedido para levar avante a sua obra. Não é preciso morar numa mansão, e nem ter um carrão, ou ostentar as viagens que faz em cruzeiros. Deus não está preocupado com as fotos que tiram na Europa, Disney ou Japão. De repente uma fotinho no polígono da seca no Nordeste, falará muito mais de nós do que imaginamos.
Santidade, pão e simplicidade.
Taí três elementos fundamentais para fazermos um bolo para alimentar multidões... Uma coisa que a ostentação capitalista jamais poderá fazer. Porque a ostentação é o mais puro egoísmo manifesto em imagens. Mas e a ESSÊNCIA do cristão, onde está? A essência daquele que diz que deveria buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua Justiça (Mat. 6:33), onde está essa essência?
Uma fotografia em preto é branco, além de mostrar a realidade, mostra a simplicidade da vida e das pessoas!
Para muitos, a vida não é tão colorida, e as cores também iludem.
(Paulino: Pra não dizer que não falei das cores)