Para não perder a humanidade
Para não perder a humanidade
Diariamente, nos deparamos com as mais diversas notícias do que ocorre no mundo.
Porque estamos todos conectados, vinculados às redes sociais, às notícias que tomam de assalto as telas de nossos aparelhos portáteis em tempo real, sabemos muito do que ocorre, a toda hora.
Entretanto, muitas dessas informações apresentam um caráter nocivo.
Multiplicam-se as notícias sobre crimes, comportamentos exóticos, desequilíbrios das mais variadas formas.
Sucedem-se, no rol das informações que nos chegam, a corrupção por toda parte, as mortes banalizadas pela repetição, os crimes que se diversificam.
E nos sobra, então, a sensação de que nada, nem ninguém pode deter essa marcha incontrolável de uma sociedade que se desestrutura.
Como reflexo dessa avalanche de más notícias que nos chegam, que nos enchem os olhos e os ouvidos, vamos nos acostumando com essas paisagens.
No início nos chocávamos. Depois, era uma breve indignação. Com o tempo, por se tornar comum, passou a receber um olhar de quase normalidade de nossa parte.
Vamos nos convencendo de que tudo é normal, que a vida é assim, que as pessoas são assim.
Contudo, nenhuma violência é normal, nenhum crime pode ser visto com leveza, nenhum desrespeito ao nosso próximo deve ganhar cidadania.
Esse sentimento de falsa normalidade que nos invade, sutilmente vai roubando de nós aquilo que temos de mais precioso: nossa capacidade de nos indignarmos com o erro, de nos chocarmos contra aquilo que não é da nossa natureza.
E, aos poucos, sem nos darmos conta, vamos perdendo nossa humanidade, nossa sensibilidade, nossa solidariedade, a nossa empatia com o próximo.
É necessário refletir.
Esses que agem mal e que ganham as manchetes, se tornando a notícia do dia, são exceção. Longe estão de ser a regra.
A grande maioria de nós somos pessoas de bem, que queremos agir corretamente, cumprir nossos deveres, criar nossos filhos, pagar nossas contas, estar em paz.
Por isso, não nos deixemos convencer de que a humanidade está perdida.
Se acreditarmos nisso, a cada olhar de indiferença que lançarmos sobre a miséria alheia, estaremos, gradativamente, perdendo nossa própria humanidade.
Assim, perdemos um pouco de nossa humanidade a cada julgamento cruel que fazemos frente ao erro do outro.
Esvai-se de nós aos poucos nossa humanidade quando julgamos a todos como potencialmente desonestos, corruptos, criminosos.
Se alguns se permitem conduzir pelas suas fraquezas e enriquecem ilegalmente, são milhares os que honram seus empregos e salários trabalhando dignamente.
Se alguns decidem trilhar pelas veredas do crime e da violência, são milhares os que vivem pacificamente, distribuindo gentilezas e pacificação no meio onde vivem.
Portanto, cultivemos nossa humanidade.
Será através dela que compartilharemos o que trazemos de melhor em nossa alma.
E, quanto mais fortalecermos nossa humanidade, mais nos reconheceremos em nosso próximo.
A partir disso, mais fácil será seguir o conselho de Jesus, de amar ao próximo como a nós mesmos.
Redação do Momento Espírita.
Em 22.2.2018.