HUMOR E AS REDES SOCIAIS
Humor é você acenar com o falso óbvio. Colocar uma lupa sobre os fatos.É também levantar novas questões pelo riso.
Como já disseram: humor pode tudo, até fazer rir. E como válvula de escape, é um excelente remédio. Rir pra não chorar ou não explodir.
Com certeza, vive mais, quem ri mais, quem consegue gargalhar. E melhor ainda: quem sabe rir, deve também adoecer menos. Rir libera endorfina, assim como o sexo. Então, se você faz sexo, rindo, você tem um corpo fechado pra toda e qualquer ameaça (pelo menos, eu espero).
O riso desopila, dá uma bagunçada necessária nos rumos da vida. É como se a gente virasse a vida de cabeça pra baixo e, possivelmente, conseguisse ver um melhor sentido, encarando a vida desse jeito, como se, na abstração, os insights viessem mais rapidamente (entenderam este parágrafo ou ficou meio que uma tese a la Bauman?).
Tenho uma amiga que diz: "Ufa, ainda bem que você entende o meu humor. Tenho um amigo que não entende". Realmente, vejo muitas pessoas dizerem que não entendem humor. Assim como já vi pessoas dizerem que não entendem poesia. E o próprio Chico Anysio dizia que o humor é parente próximo da poesia. Ou seja, eles estão ali, amarradinhos!
A comédia pode tudo. Chaplin questionou o nazismo com uma comédia. Beligni fez uma comédia sobre a segunda guerra mundial. De tudo podemos tirar uma piada, um riso. E, pode até não parecer de imediato, mas isso é fundamentalmente importante para que você dê aquela retomada de fôlego pra voltar pra dureza da vida.
Fazer humor é caminhar na corda bamba. Você está propenso a cair o tempo todo. Mas também corre o risco de chegar ao final da corda. No entanto, se a caminhada foi muito legal, você pode querer voltar de novo pela corda bamba. Ou seja, fazer humor é correr riscos sempre.
Muitas vezes tenho medo que a vida me embruteça e eu perca a chance de rir. Por isso, até me esforço pra ver graça em tudo, porque atualmente vivemos como um barril de pólvora prestes a explodir. Diversas vezes, explodimos por precipitação, por um não entendimento de algo ou mesmo por ignorância.
Eu, por exemplo, adoro fazer humor em redes sociais. E tudo é meio como um desdobramento em vários posts. Se você perdeu um, fica difícil julgar o último isoladamente. Sei, é um jogo que eu proponho e gosto. Muitos acompanham, outros não. E a rede social realmente é dispersiva mesmo. E eu já me acostumei com essa premissa.
Por isso, procuro comentar os meus posts apenas - o que é muito difícil muitas vezes. Porque geralmente a pessoa posta, não pra promover um debate ou ver outros pontos de vista. A pessoa posta pra dar a opinião dela e não ser contrariada. Então, defendo os meus posts. Com o dos outros eu não tenho nada a ver (risos).
E como artista (Sim, eu sou. Olá, alguns não sabem!) gosto de observar todos que estão nas minhas redes sociais. Já escrevi muitas vezes sobre isso, inclusive. E sei da importância de interagir pelas redes sociais, porque sempre estou divulgando algo relacionado ao meu trabalho e acho legal compartilhar. No começo, tive a ilusão de que teria nas minhas redes sociais apenas aquelas pessoas que eu conhecesse. Mas sempre diziam: "Raul, você tem que aceitar todo mundo. Muita gente quer saber do teu trabalho". Acreditei e aceitei muitas solicitações no facebook. E uma vez uma garota me chamou inbox e trocamos uma ideia até que ela perguntou: "E você faz o que da vida?". Eu ri. Pensei: "Ué, gente, ela me adicionou por que se ela nem sabe o que eu faço?". Caiu por terra a ideia de que me adicionariam por me conhecer como artista (oi, eu sou artista, gente!). Então, de uns tempos pra cá, "abri a perna", no melhor sentido (acho que deve ter um bom sentido em abrir as pernas, de vez em quando, né?). E saí aceitando todo mundo. Quero é mais pessoas que possam conhecer as minhas páginas, possam ver os links das minhas peças, possam ler os meus livros. E não tenho essa de ser excludente não. Quero todos! E tenho todos. Até fãs fervorosos do Bolsonaro. Quando digo "até" porque, quem me conhece, sabe o quanto abomino este sujeito. Mas tenho no face os fãs dele que, muitas vezes, são meus fãs - eu nunca entendi isso. Mas, creiam, todo mundo serve de material pra mim. Nada escapa ao meu olhar.
Uma vez eu disse que adoraria não precisar das redes sociais. Mas, como sou artista (oi, sou artista mais uma vez) tive que me render. Tanto que foi um agente meu que disse que eu tinha que estar no instagram e interagir com fãs. Pois bem, entrei também lá. E sobre esse lance de ser artista e ter seguidores, fiz uma piada (olha, eu ainda faço piadas!) sobre um episódio que aconteceu com a atriz Natália Rodrigues, que perdeu um papel em uma novela por não ter os seguidores suficientes que um produtor de elenco queria que ela tivesse. Ele até sugeriu a ela, comprar seguidores (sim, isso existe). Ela se recusou e não teve o papel. Eu achei isso tão Black Mirror, que não resisti e fiz um vídeo onde brinco com esse episódio que realmente aconteceu, colocando-me no papel de Natália e dizendo que eu não pude fechar contrato com uma TV por não ter muitos seguidores, mas que correria atrás disso. Fiz, falando bem sério (um tipo de humor que amo e que confunde muita gente). Pra meu espanto, o vídeo teve muitos acessos, diversos comentários e dois telefonemas (sim, as pessoas podem ligar hoje em dia, se quiserem). Dois amigos me ligaram, perguntando se aquilo era sério mesmo, que eles estavam assustados. Aí falei da Natália Rodrigues e disse que estava fazendo uma paródia em cima. O problema é que, às vezes, sou muito rápido e faço a brincadeira quando a notícia ainda está muito fresquinha (isso tem o seu lado positivo e também negativo).
Mas, retomando o que já foi dito, como artista (Ei, eu sou… chega! Essa piada já perdeu a graça), dizem, devemos interagir com o público. Na medida do possível, faço isso. E hoje me perco sobre quem é quem no meu face, por exemplo. Uns já conheço bem, porque estão sempre comentando. E já são 5 mil pessoas que circulam por lá. No entanto, dizer este dado não é algo do tipo: “Nossa, o bombadão, ê, ê, ê….” Não, é só uma constatação com o único intuito de dizer que não dá pra saber quem é quem, muito menos dar conta da realidade de todos que circulam por lá. Não tenho controle sobre isso. (E, ué, redes sociais não são assim mesmo???). Acho louco ao ver amigos meus com 1 milhão de seguidores no Insta. Cacilda Becker, é muita gente!!! Como saber quem é quem??? Não se sabe, e aí seguimos lançando pérolas nas ondas internéticas.
Em resumo, até gosto de dar aquela circulada na Internet. Em alguns momentos, estou mais ativo, em outros, menos. E são fonte de criatividades pra mim. Como resolvi há pouco que voltaria a escrever artigos para um site onde posto os meus escritos, mais do que nunca, tenho que buscar assuntos, algo sobre o que falar. Este artigo aqui mesmo, nasceu de uma coisa que acabei de debater pelo face. Viram, então, como os debates me inspiraram? Porque gosto de lançar labaredas que dão aquela balançada e nos fazem ter uma outra visão dos fatos. Isso pra mim é muito simples, mas tem gente que não entende.
O certo é que continuarei a fazer humor, a fazer piadas, tirar sarro. É a forma de manter saudáveis as minhas outras emoções. Porque ainda tenho este problema (ou solução) de ser altamente eclético. Escrevo coisas engraçadas, espirituosas, bem como coisas sérias e densas. E pra cada coisa eu tenho o público que mereço. Uns gostam de mim mais palhaço, outros gostam do mais sério e introspectivo. Procuro equilibrar os dois, como forma até de manter a minha sanidade (nossa, isso foi insano!).
E vocês? O que já passaram neste maravilhoso mundo das redes sociais? Como reagem? O que pensam? Como interagem? Aguardo comentários. E até o próximo artigo!