Ataque terrorista em Nice

Nice é a capital do departamento dos Alpes Marítimos, França, e com uma população em torno de 350 mil habitantes é a quinta cidade mais populosa do país; e está situada no litoral sul às margens do Mar Mediterrâneo e distante alguns quilômetros do principado de Mônaco e da fronteira italiana. É a capital da Riviera francesa, ou Costa Azul (Côte d'Azur), parte do litoral sul da França no Mar Mediterrâneo, desde Toulon a Menton na fronteira com a Itália, considerada uma das áreas mais luxuosas, caras e sofisticadas do mundo.

Como não poderia deixar de ser, Nice é uma das mais belas cidades do sul da França, com um clima ameno, muito sol, paisagens magnificas e praias lindas com um mar azul inconfundível. É uma cidade turística que atrai 4 milhões de visitantes por ano. Tem o 3º aeroporto mais movimentado do país, atrás apenas dos dois de Paris e a 2ª rede hoteleira do país, perdendo para Paris. E está a cerca de 30 quilômetros de Cannes, cidade conhecida por sediar anualmente o maior Festival de Cinema do mundo.

No dia 14 de julho é feriado nacional na França, em que se comemora a Tomada da Bastilha (antiga fortaleza) em 1789 (evento decisivo da Revolução francesa que culminou com o fim da monarquia), com grandes celebrações e paradas militares. A cidade de Nice estava em festa, com uma multidão acampada no Promenade des Anglais (passeio dos ingleses), a principal avenida à beira-mar e que assistiria à queima de fogos na orla da cidade, quando por volta das 22h30 (17h30 horário de Brasília) um caminhão branco desgovernado avançou contra a multidão atropelando centenas de pessoas, e que foi interceptado com a morte do motorista pela polícia.

Até o momento a Polícia contabilizou 84 mortes (sendo 01 brasileira) e 202 feridos com 18 em estado grave, e identificou o motorista como sendo Mohamed Lahouaiej Bouhlel, da cidade tuninisiana de Msaken. No celular encontrado na cabine do caminhão, a Polícia constatou que o motorista enviou uma mensagem de texto “traz mais armas”. Em outra mensagem de texto, o motorista assegura que já tinha o “material”. A Polícia trabalha com a existência de coautores. 30 horas após o ataque, o grupo Jihadista autointitulado Estado islâmico (EL) assumiu a responsabilidade pelo massacre.

Na minha opinião, a onda de atentados terroristas à França que teve início em janeiro de 2015, quando dois irmãos muçulmanos invadiram a sede do jornal Charlie Hebdo e mataram 12 pessoas e feriram 11 em resposta a uma sátira ironizando o profeta Maomé, tem vários motivos. Dentre eles, cito as operações militares na Síria e Iraque, Ásia, contra o Estado Islâmico, e no Mali, África, contra radicais islâmicos; a cultura laica radical do Estado que discrimina religiosos, principalmente muçulmanos que são cerca de 10% da população; e uma imprensa ateísta que ironiza a religião. Por conseguinte, a França desde o Iluminismo se tornou no maior país ateu do mundo; e por isso existe uma guerra entre ateus e religiosos com muitas vítimas inocentes.

Alonso Rodrigues Pimentel
Enviado por Alonso Rodrigues Pimentel em 18/07/2016
Reeditado em 27/07/2016
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