O costume mata o corpo
Num país de farsa e tantas enganações com dois pesos e duas medidas, o que se aprende nem sempre é o correto, porque o que se ensina também não tem como ser respeitado por não ter respaldo íntegro e moral.
Um país que diz lutar tanto pelo o combate as drogas prova um dos mais cruéis enganos, que são proveitosos apenas para os seus organizadores. Pois bem, esse se diz a favor da proibição das drogas, do tráfico e, no entanto, protege os que se dizem viciados? Não podem ser punidos? Isto faz com que surja por tabela a legalidade do evidente tráfico.
Vemos todos os dias as polícias militar, civil, federal, carcerária, o conselho tutelar e demais órgãos de justiça se empenharem no combate as drogas. No entanto, esses nada fazem a não ser prender e soltar, recolhendo uma parte daquilo que sobra nas mãos dos mais fracassados. Por outro lado, o Brasil não produz crack nem cocaína mas também não faz nada pra fechar as fronteiras, pelas quais tais drogas entram de forma escancarada aos olhos da Marinha, Exército e Aeronáutica.
É costume no Brasil um herói morrer a cada instante vítima das drogas, de forma cruel, pois o país não o defende. Heróis não por passarem pelo fuzilamento mas por serem vítimas do descaso social.
Na história do Brasil temos muitos heróis que jamais foram esquecidos como Tiradentes, Frei Caneca, Margarida Alves e outros que lutaram por uma nação sem mácula, independente e produtiva que gozassem a verdadeira liberdade.
Para mim o Sr. Marco Archer também se fez herói. Não um herói do tráfico, mas um verdadeiro mártir daquilo que o seu país tem como prioridade para o seus jovens. É popular o ditado que diz: “o costume de casa vai a praça”, e porque não dizer que vai ao público também.
Parabéns aos dois! Marco Archer e Indonésia. Um representa a imoralidade e o descaso de uma nação e a outra prova na íntegra a seriedade e a ordem no cumprimento do seu dever.
Que o mundo inteiro tome o nome de Marco Archer como mais um herói que foi lá fora representar o seu país naquilo que aprendeu a fazer. Um país que ensina muito bem e perde todos os dias centenas de aliados como se não valessem nada.
Fica o meu repúdio como brasileiro, não à Indonésia, mas ao meu país, que fez uso do seu representante maior para pedir clemência em favor de uma vida que estava sentenciada à morte. Tal atitude serviu somente para satisfazer a mista impressão de bonzinho, visto que as autoridades nada fazem pelas vítimas que estão dentro do próprio território e morrem sem ter sequer pena de morte oficial.
Jailton Antas