PRIMEIRO O PÃO, DEPOIS O CIRCO - SE PUDER.
Que o galináceo, mais conhecido como Clube Atlético Mineiro (CAM) poderia falir, era de se esperar, pois ficou evidente que vendeu a alma para o diabo para conseguir, sem trocadilho - a duras penas - a sua primeira taça Libertadores em 105 anos de existência.
Agora vejo a mídia, mineira, também galinácea, divulgar timidamente que o seu CAM estaria em atraso com mais de dois meses de pagamentos de jogadores, funcionários e obrigações.
Digo timidamente porque ao Cruzeiro, bastou alguns dias de atraso, logo depois da saída dos Perrelas para que essa mesma mídia galinácea, fizesse o maior escarcéu, com um prazer que tangenciava um orgasmo.
Mas vá lá, aqui nas Gerais esse comportamento da mídia é até natural, ante as raízes xenofóbicas fincadas na história do antigo Palestra Itália, hoje CRUZEIRO, potência internacionalmente reconhecida e dono da maior torcida dessas Minas, comprovado em todas as pesquisas até hoje realizadas o que se confirma até pelos maiores públicos já vistos no Mineirão, máxime pelos imbatíveis 132.834 mil presentes numa decisão de campeonato rural contra o Vila Nova em 22 de junho de 1997.
Entrementes, a justificativa do título desta matéria que é coisa séria, pois diz respeito a uma possível negociata entre a Receita Federal e o CAM, no sentido de um possível acordo para a liberação do dinheiro oriundo da venda de um jogador (Bernard), cerca de 54 milhões, penhorados, segundo consta, em função de dívida líquida e certa.
Como consta do processo judicial, a penhora se deu porque o CAM tem uma dívida bem maior do que o valor penhorado, proveniente de sonegação de impostos.
Vejam bem, impostos são pagos por todos os cidadãos e não só por torcedores de clubes e quando sonegados, prejudica também a todos, pois se trata de recursos destinados à saúde, segurança pública, infraestrutura e mobilidade urbana, que todos sabem; estão em situação caótica neste país.
Inadmissível, portanto, que a Receita Federal possa, sequer cogitar em liberar essa verba do povo como um todo, para beneficiar clube de futebol que paga salários astronômicos a jogadores que nada produzem para a Nação, senão o circo que alimenta os corruptos deste país.
Achei espantoso que o Ministro Fernando Pimentel, candidato em potencial ao cargo de governador, em entrevista à Rádio Itatiaia, em 08/12/2013 tenha afirmado estar mesmo interferindo junto ao Governo para ajudar a liberar a verba penhorada. Pior ainda, sem contraditar a pergunta maldosa da repórter que disse claramente, preambulando a pergunta, que a intervenção do Ministro acarretaria para ele os votos dos galináceos. Não seria isto campanha política?
Com a palavra o STE e os outros partidos.
Mas, preferências clubísticas à parte, entendo, como cidadão pagador de impostos, que nenhum clube merece ser agraciado com um centavo sequer retirado dos dinheiros públicos, nem o meu Cruzeiro, nem os tradicionalmente protegidos Flamengo e Coríntias e menos ainda esse pobre galináceo.
O dinheiro dos impostos deve prioritariamente ser destinado ao pão - ao circo, depois e se sobrar!
Mas fica uma advertência: se perdão houver ou mesmo qualquer facilidade para o CAM neste episódio, todas as demais pessoas, físicas ou jurídicas em situação similar com a Receita Federal, principalmente os pobres mortais apanhados na “malha fina” terão direito às mesmas benesses em nome do tratamento isonômico insculpido na Constituição Federal.
Se assim não for, está confirmado que este país é mesmo uma lama putrefata. E que todos nós merecemos estar enchafurdados até o pescoço nessa lama.
Tenho dito.