ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE RELAÇÕES HUMANAS NAS REDES SOCIAIS

As relações humanas, tanto sociais e coletivas quanto pessoais, sempre me interessaram mais do que tudo. As novas tecnologias trouxeram novas possibilidades de comunicação e de arranjos nessas relações, que antes eram inimagináveis. E dentro desse processo as redes sociais, como o facebook, são um grande observatório humano que nos revela muito de nós e de como pensamos, sentimos, agimos e nos relacionamos com outros seres humanos.

Tenho ouvido frequentemente que o mundo virtual é muito diferente do real e vice-versa. Que as formas das relações humanas no mundo virtual, bem como o modo das pessoas pensarem e sentirem nesse mundo, é muito diferente do real e vice-versa. Há aquel@s que advogam o mundo virtual como irreal ou falso, e há aquel@s que advogam o mundo real como sendo o falso.

Discordo tanto de un@s quanto de outr@s. A meu ver o mundo virtual e o real sempre existiram, muito antes do advento das novas tecnologias. A imaginação e o sonho humano são o maior mundo virtual que existe. E sempre construíram realidades também. Na verdade, o que chamamos de mundo real não existiria se os seres humanos não fossem capazes de imaginar e de sonhar, e de construírem obras, leis, sociedades, governos, culturas, modos de ser, pensar e conviver totalmente conectados com suas imaginações, emoções, e virtualidades, mesmo quando inconscientes. As novas tecnologias vieram dar ainda mais formas, veículos e possibilidades a essas virtualidades. E o que fazemos com elas, o como as usamos e para que, depende tanto de nós quanto depende também do que chamamos de mundo “real”. O virtual e o real não se separam, e se um for considerado “real”, o outro também terá que ser. Do mesmo modo, se um for considerado “falso”, o outro também terá que ser.

Partindo desse pressuposto, e voltando às relações humanas nas redes sociais, a pergunta me parece ser a seguinte: nos relacionamos mesmo no chamado “mundo virtual” de maneira bem diferente do que no “mundo real” ? O que tenho visto não me parece confirmar essa tese. O que as pessoas mais buscam na vida dita “real” é serem aceitas, é se entrosarem, tanto no âmbito coletivo, social, laboral, quanto no âmbito familiar, pessoal, afetivo, de alguma forma que as façam se sentir úteis, queridas, valorizadas, amadas, seguras, felizes, realizadas, conseguindo colocar seus dons e potenciais em pratica, e diminuindo, o máximo possível, os sofrimentos e as ameaças consideradas hostis e assustadoras. Para tanto, cada uma tem seu modo próprio de sentir, pensar, agir e reagir. Algumas são mais dominadas por instintos, impulsos, emoções, outras por jeitos de pensar, raciocínios, lógicas, outras por uma busca de equilibrar tudo isso. Todas têm medos, inseguranças, preocupações, ansiedades, fomes, carências, baixa auto-estima, mas o grau varia. Em algumas o grau é alto, em outras médio, em outras baixo, em outras depende do momento e das circunstancias que vivenciam, mas o fato é que nenhuma está isenta de sentir tudo isso. O modo como cada ser humano lida com tais sentimentos e necessidades também varia, sendo que, dependendo de seu tipo de reação, pode caminhar para um equilíbrio e uma solução mais saudável, ou para reações defensivas constantes, stress, autocrítica exagerada, etc. Isso também varia de acordo com as vivências, momentos que passa, e aprendizagens que faz ao longo do tempo, as quais podem contribuir ou não (obviamente de acordo com as escolhas da pessoa) para trazer novas resignificações e sentidos, bem como amadurecimento e refinamento de modos de ser, pensar, agir, reagir, imaginar, sonhar, amar, criar, etc

Bem, e no mundo virtual, o que as pessoas desejam é diferente disso tudo ? O que vemos nas redes como o facebook ? As pessoas não desejam se entrosar, se sentirem queridas, se comunicarem, mas de algum modo com garantias de segurança, diminuindo o máximo possível o perigo de ameaças hostis ? As pessoas, no face e em outras redes, também não possuem seu próprio modo de se expressar, pensar, sentir, agir, reagir ? Algumas não são completamente impulsivas e passionais ? Outras, mais contidas, racionais, outras misturando tudo isso ? Algumas não são mais elaboradas, maduras, refinadas, e outras, cruas, primárias, por vezes desrespeitosas e agressivas, e , outras ainda, oscilando entre tudo isso ? Algumas não são mais abertas, acolhedoras, outras desconfiadas, outras blindadas com muros descomunais ? Onde está a grande diferença ?

Não vejo. Simplesmente, não vejo. Mesmo adolescentes e jovens, com gírias e linguagens próprias da net, e seus pensamentos acelerados, não escapam do principal: a necessidade de se sentirem aceit@s, querid@s, valorizad@s, fazendo parte do grupo, conectad@s, e também oscilando entre milhares de formas de ser, agir, etc, de acordo com suas personalidades e elaborações. No caso del@s, então, que vivenciam uma fase da vida de insegurança intensa e desejo de pertencimento, o que fazem pra chamar a atenção un@s d@s outr@s, e pra ganharem a admiração e afeto un@s d@s outr@s, tanto na vida “real” quanto na virtual, é de uma enormidade e também, muitas vezes, ingenuidade, impressionantes. Sentimentos e desejos não muito diferentes do que sentimos nós, nossos pais, mães, avós, professor@s, etc, quando adolescentes e também meio perdid@s, por sinal. Só que agora, a velociadade da possibilidade de comunicação é muito maior, e a gama de informações que chegam de todos os lados também, o que traz vantagens, e também desvantagens. Uma delas, é que isso por vezes significa que podem se sentir levad@s a querer agradar não apenas a gregos e troianos, mas a milhares de tribos e expectativas alheias, a fim de se sentirem valorizad@s. Outra, é o modo como estão muito mais sujeitos à industria do consumo e tudo que ela lhes impinge, atrelando ao consumo de produtos das grandes corporações mundiais toda sorte de imagens de valor e autoestima, que praticamente dizem que @ jovem não é nada se não for possuid@r e consumid@r de tais produtos, modas, jeitos de ser, pensar, agir.

Quanto a nós, presumivelmente “adult@s”...rs, não raro, não ficamos muito atrás. Seria bom pensarmos sobre como funcionam nossas comunicações no face. E também sobre nossos objetivos nele. Por exemplo, por que entramos numa rede social ? Apenas para nos relacionarmos com as pessoas que já conhecemos pessoalmente ? Para fins profissionais ? Para fins de romance ? Para conhecer e fazer novas amizades, e não apenas nos relacionarmos com quem já conhecemos ? Qual o grau de segurança que precisamos pra conseguir nos sentir à vontade numa rede social virtual ? É muito diferente do grau de segurança que precisamos sentir para a mesma coisa na vida “real” ? Qual o grau de medo a ameaças hostis com que costumamos conviver dentro de nós ? Em geral, imaginamos que essas ameaças têm mais possibilidade de vir de estranhos ou de pessoas já conhecidas ? Que espécie de mundo eu desejo tanto no virtual quanto no real ? Um mundo de violências, guerras, crimes, desconfianças, desrespeitos, medos, muros, misérias, desigualdades, preconceitos, ódio, manipulação, exploração, etc, ou um mundo onde finalmente reine o contrario de tudo isso ? Como me comprometo e construo o mundo que desejo nesses dois espaços, virtual e real, e em qualquer outro espaço ou dimensão ?

Perguntas demais ? Não, perguntas até de menos. Poderíamos fazer muitas outras. Mas acho que essas são essenciais pra nos compreendermos nas redes sociais e compreendermos @s outr@s também, inclusive @s diferentes de nós. O motivo pelo qual entramos no facebook ou em outra rede virtual, e nossos objetivos com isso, bem como o grau de medo que sentimos e de segurança de que precisamos, por exemplo, vai definir nossas configurações de privacidade, e muito de nossos usos e expressões em nossas páginas nas redes de relacionamento. A espécie de mundo que desejamos construir, também exerce grande papel nessa delineação.

No face, por exemplo, basta olharmos para as configurações de privacidade d@s participantes para percebermos que a maioria as tem abertas apenas para amigos. Um segundo grupo as tem abertas para amigos e amigos de amigos. Uma minoria as tem abertas a tod@s. E essa minoria, ainda que respeite as configurações alheias, é frequentemente acusada ou de ser temerária, de se expor ao “perigo” desnecessariamente, ou de ser irresponsável, exibicionista e coisas assim. Parece que incomodam, como se fossem uma espécie de ameaça, ainda que só estejam exercendo o direito de escolher sua própria configuração de página pessoal. Isso tem me dado muito o que pensar, já que eu mesma pertenço a essa minoria. Não vejo uma reação dessas aos blogs pessoais, por exemplo, e me pergunto qual a diferença tão grande assim entre um blog cheio de textos, fotos, opiniões pessoais d@ bloguista, comentários de visitantes e d@ própri@ bloguista, e uma página aberta do facebook, que também apresenta basicamente as mesmas coisas. Por que um blog não é uma ameaça e @ bloguista não é irresponsável, nem exibicionista, nem temerári@, mesmo dizendo o que pensa, colocando muitas vezes fotos mais que pessoais, causando polemicas, etc, ao passo que se isso for feito numa página do face, passa a ser um quase “perigo” ? Não me parece ter sentido. Alguém me disse, certa vez, que deve ser porque nas redes sociais muito mais gente te olha, mas isso me parece duvidoso. Existem blogs muito mais visitados do que páginas do face. Também existem blogs muito mais acompanhados, seguidos, comentados, tanto por amigos quanto por estranhos, e até por inimigos, do que páginas do face.

Por outro lado, é um tal de surgirem aqui e ali páginas aterrorizantes sobre as questões de privacidade na internet, que é um caso sério. Talvez, pelo fato da maioria das pessoas ainda não terem blogs, mas estarem nas redes sociais e se depararem com esse tipo de páginas frequentemente, talvez, apenas talvez, esse seja o motivo do receio às páginas abertas no face. Parece que a maioria imagina que deixar uma página aberta é como deixar a porta da sua casa aberta, sujeita a invasão de bandidos ou algo do gênero. Pelo menos é essa a impressão que sempre tenho, já desde a época do Orkut. Sempre nadei contra essa corrente, não porque sou do “contra” como tanta gente adora me dizer, mas, em primeiro lugar, porque meu objetivo em redes sociais nunca foi me relacionar apenas com quem já conheço pessoalmente. Eu adoro o ser humano, mesmo com todas as suas contradições, e com tudo que ele mesmo adora dizer de horrível de si mesmo, e sempre desejo conhecer novas pessoas, travar novas relações afins, descobrir novos modos de pensar, sentir, ser, novos horizontes humanos. Também desejo levar minha contribuição para o pensamento coletivo. E não me é possível realizar nenhuma dessas duas coisas, ficando fechada a quem não conheço. Claro que, deixando minha página aberta, corro o risco de que apareçam pessoas que não desejem travar relações baseadas em respeito e trocas fraternas, ou de que apareçam pessoas que no início pareçam afins, mas depois se mostrem o contrário, ou se ofendam com alguma coisa por causa de entraves na comunicação, etc. Sim, sempre há esse risco. Porém, na vida real também não é assim ? Encontramos pessoas todos os dias. Algumas se mostram afins, outras não. Algumas começam a dialogar, flui muito bem, estão na mesma frequência de sintonia que nós, outras uma hora estão na mesma frequência, outra hora parecem estar em outra, outra hora a comunicação parece que vira uma bagunça, não é assim ? Por que, então, seria diferente no mundo virtual e temos que nos proteger disso nele ?

Falam-me também do risco dos golpes, dos crimes das quadrilhas virtuais mal intencionadas. Bom, isso também existe no mundo real, não existe ? E um bandido de quadrilha, mal intencionado, em rede de relacionamento, não poderá cometer crime algum só visitando sua página ou fazendo comentários. Ele terá que se aproximar muito mais de você, terá que começar a tentar conversar com você pelo chat, a fim de conseguir informações tipo endereço, etc, poderá até ficar um bom tempo tentando ganhar sua confiança até conseguir mais, por vezes proporá, inclusive, encontro pessoal. Ou seja, ele terá que deixar de ser só um estranho. E você só cai nisso se quiser. Sua página, estando aberta ou não, não fará diferença, o que faz diferença é sua observação e suas atitudes com quem se comunica. Por outro lado, é ilusão achar que estamos protegidos, pelas nossas configurações pessoais de privacidade, contra quadrilhas de bandidos virtuais, porque o que não falta são hackers nessas quadrilhas, e quando se interessam por alguém, invadem facilmente a página da pessoa. Em geral, as pessoas alvos desse interesse são as que têm posses, ou que são pessoas publicas. Mas como já disse, se eles quisessem olhar uma página como a minha ou a sua, por exemplo, não seria a configuração de privacidade que os impediria. Aliás, os próprios responsáveis pelo face, e muitas das grandes corporações mundiais, têm acesso irrestrito a todas as nossas informações na net e em redes, ou vocês duvidam disso ? Gente... ingenuidade tem limites... rs Claro que somos milhões e é impossível espionar páginas de milhões o tempo todo, mas eles pegam amostras e, certamente, usam recursos de filtragem de informações, a fim de conseguirem o máximo possível das informações que lhes interessam a respeito dos grupos alvos. Pra quê ? Pra depois usarem isso na manipulação de nossa visão de mundo e de nosso consumo, impingindo-nos não apenas seus produtos, mas formas de pensar, de ser, e até de imaginar, que desejam que tenhamos e que garantem nossa adesão ao consumismo e às estruturas sociais e políticas baseadas em toda sorte de desigualdades e injustiças que nos impõem.

É, a coisa é complexa mesmo. Em outras palavras, as configurações de privacidade dos facebooks da vida são uma bela ilusão. Mas não existem leis internacionais para proteger essa privacidade ? Sim, existem, e acham mesmo que são respeitadas ? Um dia, espero que sejam, mas ainda estamos longe disso. Por outro lado, é preciso também abordar nessa questão o fato de que os crimes e desrespeitos mais graves, cometidos por meio das redes sociais virtuais, são protagonizados não por estranhos, mas por pessoas conhecidas e próximas da vítima, em geral, participantes dos grupos de amigos adicionados. Exatamente como o que acontece na vida “real”. Eu mesma, em minha experiência nas redes de relacionamento até o presente, já fui prejudicada seriamente duas vezes, ambas na época do Orkut. Numa delas chegaram a hackear minha senha de Orkut, e enviaram recado dizendo que não adiantaria mudar de senha porque descobririam qualquer uma. E o que fizeram ? Invadiram minha página, colocaram coisas absurdas lá, como se eu o tivesse feito, a fim de denegrirem minha imagem diante de uma pessoa específica. E quem fez isso ? Um estranho que viu minha página aberta e resolveu me prejudicar ? Não, nada disso. Terminei descobrindo, nas duas vezes, que não fora um estranho, mas gente que estava entre meus amig@s, que eu conhecia pessoalmente, e que chegou a contratar hacker! Motivo ? Causas passionais e infantis, como ciúmes e coisas do gênero. Nada de mais grave, ainda assim deu dor de cabeça....

Meu caso não é um caso isolado. Conheço muitos outros semelhantes. Muitas estatísticas mostram que, a maioria dos crimes, como sequestros, espancamentos, violência sexual, bullying, calúnia, difamação, prejudicar a imagem de alguém propositalmente, etc, são cometidos não por estranhos, mas por conhecidos da vítima, não raro gente da própria família, do rol de amigos ou do ambiente de trabalho. E no mundo virtual, não é diferente. Desde que entrei nas redes sociais em 2004, sempre deixei minhas páginas abertas, sempre acolhi novas pessoas e estabeleci relações fraternas com gente que não conhecia. Nenhuma dessas pessoas me prejudicou. Com algumas, as vezes, tive problemas de comunicação, o que é normal. Contudo, me prejudicar mesmo, só as pessoas de que já falei e que eram minhas supostas amigas, conhecidas pessoalmente há pelo menos mais de três anos cada uma. Isso não dá o que pensar ? É por isso que os casos em que acho mais compreensível e necessário deixar a página fechada, são justamente aqueles em que o usuári@ precisa se proteger de alguém que conhece e que já praticou algo grave contra el@, como bullying por exemplo, e outros, continuando pela área. Ainda assim, não sei até que ponto a segurança seria efetiva tendo em vista o que eu mesma já passei, vindo a comprovar que quando alguém cisma em nos prejudicar até hacker a pessoa arruma sem o menor escrúpulo.

Enfim, talvez o melhor seja cada um@ agir nessa questão, segundo o que @ faz se sentir mais segur@ e relaxad@, mas sem esquecer de cultivar um certo senso crítico quanto as tais garantias falaciosas de privacidade dadas pelos sites. Desde que se respeite também o direito das outras pessoas de terem as configurações que lhes parecerem mais apropriadas aos seus objetivos, sem obrigá-las a terem que ouvir acusações agressivas, acho que tudo é válido. O problema é que o desrespeito, incompreensão e intolerância com o que é diferente de nós, mesmo que só num ou outro aspecto, também está presente no virtual tanto quanto no “real”.

Nesse sentido, algumas regras e modos de convivência poderiam ser também melhorados nas redes sociais. Seria muito mais fácil nos relacionarmos se as pessoas não estivessem tantas vezes na defensiva à priori, ou vestidas de máscaras desnecessárias, e se não se ofendessem tão facilmente com qualquer mínima coisa e não imaginassem logo que estão a querer “lhes passar a perna”, ou diminuí-las, ou “bancarem os tais”, apenas porque discordam de algum de seus pensamentos ou colocações. Seria, também, mais fácil se, no face, por exemplo, todos curtissem ou comentassem algo, livremente, sem preocupação com o julgamento alheio, e sem se sentirem no dever de curtir ou comentar algo apenas porque @ outr@ curtiu algo em sua pagina, ou para que @ outr@ venha a fazer isso, o que não tem cabimento.

Imaginar que prova de amizade e interesse exige curtir e comentar a toda hora, também não tem nexo. O mundo não gira em torno de uma só pagina de facebook ou de qualquer rede, por mais que tantos imaginem que as outras pessoas não têm mais o que fazer do que espionar sua pagina. Talvez, esse seja também um dos motivos de tanta gente chegar a ficar paranóica com relação à questão da segurança: o fato de imaginarem que todo mundo vive olhando sua página. Acontece que isso não é humanamente possível. O “todo mundo” é muita gente. Não dá pra estarmos olhando, todo dia, a toda hora, a página de tod@s @s amig@s, e curtir e comentar, e deixar mensagens em cada uma. Não quer dizer que não gostemos ou não nos interessemos pelas pessoas, é preciso que entendamos esse óbvio ululante. Lógico que sempre haverá aquelas paginas que visitaremos mais, por vezes até todo dia ou quase todo dia, por serem pessoas com quem temos maiores graus de afinidades e laços afetivos, mas esse é um processo espontâneo, não forçado. Na verdade, é o mesmo processo natural do que acontece na vida “real”, pois, por mais pessoas que conheçamos e amemos, por mais amig@s e familiares que tenhamos, não temos como estar presentes para tod@s, o tempo todo, e no mesmo grau de proximidade, intimidade e amor. Cobranças desse tipo nas redes sociais parecem desprovidas do mínimo de bom senso, no entanto, ainda assim, são incontáveis, e ao invés de promoverem uma comunicação melhor, atrapalham bastante as relações.

Em resumo, se pudermos ser mais relaxad@s, menos narcísic@s e paranoic@s, mais amoros@s com @s outr@s e também conosco, menos cobrador@s de absurdos inviáveis, menos defensiv@s, mais dispost@s a confiar ao invés de desconfiar à priori, menos ingênu@s com relação à questão da privacidade, mais abert@s ao diálogo e a novas pessoas, ainda que sejam diferentes e discordem de nós, mais perceptiv@s no que tange ao fato de que a realidade virtual e a “real” são uma coisa só e dependem do que escolhemos fazer delas, menos mascarad@s e receos@s de nos expor, de mostrar quem somos, e virmos a ser rejeitad@s ou prejudicad@s por isso..., menos prisioneir@s de tantos jogos, medos e subterfúgios nas relações, os quais só nos levam a perder tempo de vida precioso... se conseguirmos tudo isso, então encontraremos o caminho para que os laços humanos se tornem muito melhores, mais profundos, equilibrados, desarmados, fraternos, amorosos, pacíficos, criativos, empolgantes, prazerosos e gratificantes, tanto no virtual, quanto no real, quanto no ideal que sonhamos. Alguém aí pra sonhar junto e ser rebelde com causa ? risos