Tempos modernos

Diante de experiências tidas na vida, todos nós vamos somando não só traumas ou dificuldades passadas, mas somamos também prazeres intrínsecos e capazes de nos fazer felizes, mesmo que por eles já inexistentes.

Ditos em carências fazemos uma espécie de roda, em que sofremos algo indulgente e querido, mas muitas vezes perdido. Insistir em querer tem limites, nossa vontade vai até onde passamos a incomodar alguém, uma sinceridade policiada deixa de ser pura, volta-se ao radicalismo de algo maliciado.

Alguns quereres tão queridos baseado em atitudes e falas sorrateiras, deveriam ceder lugar a romanceios absolutos e sinceros. As pessoas vão sofrendo o viés da vida, e vão se fechando copiosamente em seus medos em retórica própria, acabam-se fechando como ostras no fundo do mar.

Na ânsia de acertar, muitas vezes acaba-se errando e machucando de forma contumaz a alma. Complexo dilema da uma entrega total e afetuosa, até onde se brinca existe a alusão da vaidade, quando contato, passa-se a ter receio de uma desilusão sem paridade, mas muitas vezes já vivida.

Longe de ser algo incompreendido e duvidoso, o sentimento, está machucado pelas surras já levadas da vida, as desilusões postadas, os amores e vontades açoitadas.

A sociedade fecha-se cada vez mais em seu egoísmo regulador, redutos de vaidade, tendo radicalismo de atitudes. Bons tempos passados onde a ingenuidade dourava a maioria, bons tempos que se pedia licença ao pegar na mão da amada. Beijo? Ah... Depois de muito tempo...

Eduardo Gragnani

SP/2007

Eduardo Gragnani
Enviado por Eduardo Gragnani em 25/06/2011
Código do texto: T3055731