O BRASILEIRO PODE SE VANGLORIAR
 
 
                    Segundo os historiadores, o Brasil foi descoberto e começou a sua civilização há pouco mais de quinhentos anos. Embora saibamos que já há alguns milhares de anos antes, aqui nesta Terra linda e maravilhosos muitos seres humanos bem evoluídos habitavam, haja vista o nosso grau de cultura. Quem pensa e diz que o brasileiro é inculto e sem sabedoria está redondamente enganado.
                    Tecnologia não nos falta. Os brasileiros são criativos e versáteis em tudo. Até nos inventos estamos acima de centenas de outros países. O que muitas vezes deixamos de fazer é dar mais valor a nós mesmos. As autoridades nem sempre nos prestigiam. Praticam aquela afirmativa de que “santo de casa não faz milagre”.
                    Claro, toda regra tem sua exceção. Muitos brasileiros têm o hábito de copiar as coisas de outros países, principalmente dos Estados Unidos. São milhares de itens copiados. Alguns muito bons. Outros uma lástima.
                    Santos Dumont foi um desses injustiçados. Inventou o avião no Brasil e infelizmente por falta de apoio e incentivo das autoridades teve que desenvolver e finalizar o seu projeto na França. Por fim morreu triste e desolado uma vez que o seu invento que tinha por objetivo auxiliar a humanidade virou instrumento e arma de guerra.
                     A coca-cola, refrigerante mais consumido do mundo, segundo me contava o Doutor Jayme Edmundo Maugger, ilustre advogado [formado na primeira turma da Faculdade São Francisco, carteira da OAB nº. 414-SP] para o qual eu prestava serviços de auxiliar de escritório, quando ainda estudava para prestar vestibular na faculdade [1968], foi inventado no Brasil há mais de cento e cinqüenta anos.
                     Um cidadão fabricava e vendia na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro um determinado refresco que não tinha um nome específico. Todos gostavam e compravam cada vez mais. Certo dia um cidadão norte-americano tomou o tal refresco e ficou entusiasmado com a qualidade do mesmo. Então, num português muito sofrível perguntou por que o cidadão não engarrafava em série e vendia para o comércio em geral.  Chuclo e semi-analfabeto  que era, esse cidadão com toda simplicidade do mundo explicou ao visitante estrangeiro que não tinha condições financeiras e já tinha tentado patentear o seu produto fazia mais de cinco anos mas não conseguia. Era muito difícil. Só os ricos conseguiam.
                    Então esse cidadão norte-americano muito esperto e endinheirado, tratou logo de comprar do ambulante toda produção, inclusive a fórmula e levou para o seu País onde imediatamente regularizou o invento, donde nasceu a COCA-COLA. O pobre coitado do vendedor continuou vendendo seu refresco na praia sem ter idéia de que o mesmo se tornaria o que é hoje. A coca-cola, um refrigerante multinacional, consumida no mundo inteiro.
                     Tivesse ele o apoio e orientação das autoridades quem sabe nós também não nos vangloriaríamos por esse evento.
                     Depois disso quando já estava cursando a faculdade de direito eu andei consultando outras pessoas e pesquisando muito, concluindo que as informações do Dr. Maugger eram corretas.
                     Outro caso bem típico das dificuldades que o brasileiro sempre teve de patentear os seus inventos é o caso da máquina de escrever. Quem a inventou foi um padre  brasileiro de nome FRANCISCO JOÃO DE OLIVEIRA [anos 1800/1860]. Ele morreu em 1880, ou seja vinte anos depois sem conseguir patentear esse invento. No entanto um americano de nome CRISTOFER  LADEN SHULLS descaradamente copiou e patenteou como sendo de sua autoria a invenção da máquina de escrever, nos Estados Unidos.

                    A guitarra elétrica, com todas as suas parafernálias de hoje em dia, foi inventada na Bahia, por um baiano, a partir de um cavaquinho elétrico. Como essa matéria foi fartamente divulgada na mídia [imprensa falada, escrita e televisada] bem recentemente, acho até que já é um produto reconhecido como do Brasil. Embora toda tecnologia e aprimoramento tenham sido desenvolvidos no exterior.
                        Morris Albert, cantor e compositor brasileiro, tentou a todo custo desenvolver o seu talento no Brasil. Foi rejeitado e rechaçado por todos os veículos de comunicações, cultura e arte. Batalhou para gravar seu LP [Disco de vinil, na época] sem lograr êxito. Daí foi embora para os Estados Unidos e lá conseguiu apoio financeiro e gravou o seu tão sonhado disco [um compacto duplo] no qual a música principal era nada mais nada menos do que FEELING. Conclusão: Somente por conta dessa música enriqueceu e se tornou famoso no mundo inteiro. Até onde eu tenho conhecimento como músico que sou, essa música já foi gravado por mais de 100 pessoas e idiomas diferentes.
                     Porém há meu ver, nos dois itens mais importantes da vida do homem, o BRASIL está muito além dos chamados pais de primeiro mundo. Por isso o brasileiro pode se vangloriar.
                    A Justiça brasileira ainda que pareça contrário para uma grande parte dos quase duzentos milhões de habitantes, é perfeitíssima. E garanto, sem medo de ser feliz, que é muito bem aplicada. Muitas vezes reclamamos da morosidade na aplicação. Também reclamamos das formas de averiguações e apurações dos fatos e da culpabilidade dos réus, dando-lhes toda oportunidade de se defender. Muitas vezes achamos que a lei é injusta, beneficiando os mais fortes em detrimento dos mais fracos.
                    Puro engano nosso. No Brasil se faz justiça sim. De certo que existem alguns juizes, ministros, desembargadores e membros do judiciário, autoridades e legisladores maus, que não cumprem o seu papel com dignidade. Porem isso não tira o nosso mérito, pois acontece em todos os seguimentos de qualquer sociedade mundial, posto que cada cidadão aja de acordo com o seu livre arbítrio e evolução moral e espiritual.
                    Na madrugada de segunda feira fomos surpreendidos com a NOTÍCIA de que agentes [soldados] dos Estados Unidos, a mando do seu presidente, M A T A R A M o terrorista Osama Bin Laden. Daí foi uma grande euforia dos norte-americanos. Alguns já endeusaram o homem e se bobear vão canoniza-lo por esse triste e macabro feito. E o senhor Barack Obama já está pousando de herói por isso.
                    Será que invadir um lar alheio, um país alheio e ceifar a vida de quatro seres humanos é motivo de alegria? É motivo de festa? E a justiça, onde está? Que justiça foi feito nesse caso?
                    Segundo os noticiários o Bim Laden ofereceu resistência e isso seria natural, mas estava desarmado.
                    Eu particularmente em hipótese alguma estou defendendo um terrorista, responsável por tantos crimes e barbaridades, porém jamais julgaria, condenaria e executaria a sentença com as próprias mãos sumariamente, sem dar ao réu sequer uma oportunidade de se defender.
                    E se esse cidadão Osama Bin Ladem fosse uma pessoa esquisofrênica com alta deficiência mental? Era perigoso? Sim. Mas se ele fosse preso e condenado à prisão perpétua, não seria uma pena aplicada com mais justiça e humanidade? E se antes de morrer ele pudesse justificar pelo menos um item dos seus tantos desatinos?
                    Os soldados do presidente Obama simplesmente agiram como os mocinhos dos filmes de faroestes de oitenta anos atrás, que eram baseados em histórias da civilização de mais de seiscentos anos, quando o mocinho matava o bandido a sangue frio no meio da multidão e por isso era ovacionado.
                    Se há falha na aplicação da justiça no Brasil é exatamente porque aqui não existem precipitações. Morosidade sim.
                    Há menos de um mês, aqui na Capital de.
São Paulo, dois policiais foram flagrados executando a tiros um homem que era considerado bandido, inclusive foragido da justiça. Uma pessoa presenciou o crime e denunciou as autoridades. Estes dois policiais imediatamente foram afastados das suas funções, estão sendo processados e certamente serão condenados. A princípio parece um erro da justiça ao condenar dois policiais que no exercício das funções mataram um bandido. Mas não. O bandido era um ser humano e tinha o direito da defesa prévia. Julgar, condenar e executar sumariamente uma sentença é crime. Ninguém tem o direito de fazer isso. Por mais criminoso que esse cidadão fosse a justiça não pode ser feita com as próprias mãos. Graças a Deus neste item nos brasileiros estamos a muitos anos na frente de outros países. Aqui em nosso país, ninguém é injustiçado. A nossa justiça quase chega perto da justiça Divina. Tarda mas não falha.
                    Como escrevente que eu fui no fórum judicial, na época em que no cartório trabalhávamos em todos os tipos de ações, criminais ou cíveis, e ainda faço consultoria e atuo eventualmente em alguns processos como assistente, garanto que em 99,9% a justiça acerta e cumpre o seu papel. Existem sim alguns casos isolados em que aparentemente não se aplicou a justiça. Mas isso é apenas falha humana e não da legislação.
                   Nos quesitos amor, religiosidade, fé e equilíbrio espiritual, tenho certeza absoluta que os brasileiros dão um banho de sabedoria nos demais povos. Aqui se praticam o amor e a caridade diuturnamente. O brasileiro é alegre, feliz e solidário, muito embora todas as dificuldades inerentes à nossa cultura.
                    Se não me falha a memória, há menos de um ano um brasileiro, frei Galvão foi ou está para ser canonizado e isso com merecimento.
                    A irmã Dulce é um exemplo de amor e abnegação. O médium Francisco Cândido Xavier, que carinhosamente o chamávamos apenas de Chico Xavier partiu nos deixando saudade e um milhão de exemplos de vida.
                    A meu ver, no meu modestíssimo entendimento, só nos falta uma coisinha de nada para sermos cem por cento melhores:
“Que os nossos políticos sejam honestos, sinceros, trabalhadores de verdade em favor da sociedade em geral, sem tanta roubalheira e tenham consciência na hora de legislar, agindo sempre com a razão e nunca com o coração de aventureiro ambicioso”.
 
 
                    
 
 
Nota do autor:
Parece que no caso do Presidente dos Estados Unidos contra Osama Bin Laden, o primeiro agiu como na idade da pedra [ lei de Talião "OLHO POR OLHO, DENTE POR DENTE"',  !DEDO POR DEDO, PÉ POR PÉ", pois ao matar quatro pessoas ainda que criminosas, a elas se igualou.
CLEMENTINO POETA E MÚSICO
Enviado por CLEMENTINO POETA E MÚSICO em 04/05/2011
Reeditado em 09/05/2011
Código do texto: T2949890
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