MASSACRE DE CRIANÇAS NO RIO NÃO É CASO ISOLADO

PROFESSORES EM ALERTA

Sob o slogan “Salário é solução, bônus é enganação” os professores que estavam presentes na última assembleia da Praça da República decidiram paralisar as atividades no dia 29 de abril para novamente se encontrarem na assembléia que será realizada no mesmo local. Todos nós sabemos que entre as coisas que dignificam um trabalhador encontra-se a remuneração, e a partir desta, segue-se outros requisitos que são fundamentais para a autorrealização profissional.

SALÁRIO É MOTIVAÇÃO

Ninguém trabalha por amor, trabalhamos para sobreviver, por isso pairam muitas dúvidas sobre o trabalho voluntário. Para ser voluntário, tem que ter uma renda autossustentável por trás daquilo que se faz, ninguém é de ferro, comemos e bebemos, vestimos e moramos, temos contas rotineiras, tributos e prestações. Salário é fator motivador sim!

Qualquer trabalhador que se presa, sofre quando vê o seu poder de compra esfacelar-se, perder-se em meio aos constantes acúmulos de aumento de preço e seu salário não consegue acompanhar esse processo perverso da economia regulada pelo sobe e desce do mercado. Vivemos num sistema selvagem onde a lei de oferta e procura só procura mesmo favorecer os que têm posses, assim, tudo aumenta, mas o salário fica. As inflações acumuladas deterioraram o salário dos professores da rede estadual de São Paulo em 34,9%, isso em se falando apenas das perdas num período de 12 anos, perdas que o governo tucano maldito se recusa a repor e sempre vem com a desculpa de que não tem dinheiro. Como, se estamos no Estado mais rico? Se gasta mais com cadeia e presos que com educação. E o dinheiro arrecadado dos pedágios caríssimos, para onde vai? Pra qual bolso? E os outros impostos que toda a sociedade paga? Vivemos num país onde se joga no lixo a educação. Há anos com os professores mal remunerados o Estado mais rico da América Latina – o Estado de São Paulo vem apresentando dados negativos no setor educacional, depois da progressão continuada mal explicada e de uma reforma mal feita empurrada goela abaixo dos professores sem muita discussão, bem a cara da práxis política tucana, a coisa vem só deteriorando, é impossível que não venha a falta de estímulo, não bata o desânimo, descrença em si mesmo. O corpo docente está anêmico e muitos professores e professoras, não vendo saída se afastam. Alguns já chegaram ao limite, e também, ha uma conclusão perigosa que está na boca dos desanimados: “É o fim da instituição escola e o fim da educação”. Eu reluto para não acreditar nisso, mas tenho medo de não resistir e faço o que posso e tiro forças não sei de onde, para continuar na resistência. Quando se fala em fim da instituição, não se quer dizer que as escolas deixarão deixar de existir, elas existirão sim, mas como meros prédios, o espaço físico continuará a existir, porém o governo transforma essa sagrada e histórica instituição num local frio, como um lar sem lareira para se aquecer do frio. Antes existiam lares, mas agora existem casas. Os lares tinham lareira e as pessoas conversavam, dialogavam, a família se reunia para contar causos, era um ambiente aconchegante e gostoso de se viver, hoje os lares viraram apenas casas. O que diferencia um lar de uma casa é o calor humano, casas são espaços físicos gelados. As escolas estão tomando o mesmo rumo, casa é um lar deformado, e a educação vai no mesmo caminho da deformação do lar: as escolas estão sendo transformadas em depósitos de adolescentes, um espaço físico com jovens e adolescentes amontoados. Ao invés da solidariedade, o bulyng, ao invés de respeito aos professores, muitos dos fanfarrões, briguentos, violentos e desajustados que ali, só estão porque foram obrigados pelos pais. É fato que grande parte se matriculam por conta do bolsa família, não estão ali para aprender coisa nenhuma, poucos de fato querem alguma coisa. A escola está perdendo o seu caráter educativo, a educação está fugindo seu foco principal e sua função social se volta agora para cuidar de adolescentes, os professores estão virando babá de marmanjos, passa mais tempo tentando organizar uma sala de aula que dando aula de verdade, e nem adianta culpá-lo por isso porque é algo que vem da política educacional equivocada, de uma falsa inclusão e de uma falsa “progressão” que jamais será continuada na vida lá fora, já que só poderia ser continuada se os alunos brasileiros fossem leitores e tivessem vontade de aprender, ninguém pode dizer que está progredindo aos empurrões e solavancos. Podemos interpretar como empurrões o passar o aluno de uma série para outra sem as mínimas condições e os solavancos são aquelas provas de eliminação de matéria CESU aplicada aos integrantes do EJA cujo objetivo maquiavélico do governo é se livrar mais rápido dos estudantes mais velhos. Já que no governo de FHC foi aprovada a reforma da CLT e o menor foi proibido de trabalhar, exceto como aprendiz, a maioria vai acabar nas ruas, e como fazer resolver esse problema? Entupindo as escolas de jovens desocupados e mal educados, eles não ficarão pelas ruas. É essa a estratégia do governo, e a conseqüência é que a delinqüência juvenil cresce e é adotada pelo governo, uma perigosíssima estratégia é para levar para dentro das escolas, sem nenhuma segurança, jovens que já passaram pela instituição Casa (antiga FEBEM). Professores e alunos ficam reféns do crime, do tráfico, do bullyng e de todo tipo de violência. Dia 6 de abril, semana passada, tive que abrir um B.O contra um jovem que vai completar 18 anos em novembro. O fulano não foi com a minha cara desde o primeiro dia de aula, todas as salas me receberam bem, com exceção de um aluno de 8ª série que por sinal encontra-se em Liberdade Assistida. O mesmo, não aceita em hipótese alguma ser chamado a atenção. Pois é, o que o governo pensa ao colocar professor e alunos frente-a-frente e cara-a-cara com a fera? Na verdade os governos tucanos querem mesmo é destruir a educação. Ao governo não interessa se a escola está deixando de existir ou não enquanto instituição respeitada, só que a sociedade, os professores e alunos sim, estes devem se preocupar com isso, porque, se a escola perder o seu papel, a sua função social de garantir uma formação ética, a ela deixará de se orgânica, viva, produtora de cultura, lugar de sociabilizarão e convivência pacífica, deixará de ser um lugar onde se tem prazer em aprender e em ensinar. No lugar disso, temo que as políticas equivocadas do governo as transformem em verdadeiros coliseus de gladiadores perigosos e os professores e alunos indefesos sejam vistos como cristãos jogados às feras como nos tempos antigos de Roma.

O prazer, a excitação pelo aprender, o ímpeto de querer saber não depende do professor que até sonha em ensinar, teima em ensinar, depende do sujeito de sua própria aprendizagem que é o aluno, e se a nova linguagem neoliberal é a de deformar a profissão do professor transformando-o em mediador, esse coitado, não poderá mais mediar nada, exceto os conflitos constantes e que acabam em agressões físicas no interior das salas de aulas. Mediador! Chega a ser irônico...

Com tanta insegurança, salas superlotadas e sem uma política motivacional e sem valorização profissional o trabalho pedagógico não acontecerá de maneira satisfatória, não haverá transposição didática, porque o próprio currículo proposto já foi uma “transgressão”, uma deturpação didática, e uma vez que a realidade de cada bairro, cidade e escolas são muito diversas, o mesmo currículo que coloca uma escola da capital, e unas poucas do interior em nível de excelência com quase todas as escolas em condições inferiores ao padrão que foi imposto, então, esse currículo foi mesmo uma deturpação e uma transgressão didática, mas não foi uma TRANSGRESSÃO no sentido positivo, de querer mudar e melhorar como diz Hernandez, e sim uma transgressão no sentido de levar ao caos. A transgressão didática no sentido que Hernandez sugere seria aquela que iria gerar um aluno e um professor crítico, capazes de indignar e querer mudar uma situação, mas não é isso que o currículo que veio pronto, cheio de erros primários e que virou cartilha nos moldes da ditadura tucana em sala de aula não é adequado à todas as realidades. É como tentar colocar dentro de uma forma burguesa padrão alguém nasce, cresce e morre antes dos 20 anos nos guetos e nas periferias. Não se aprende padronizando currículos, mas respeitando as diversidades e sabendo lidar com as adversidades, ai sim, se pode aprender alguma coisa. O que está em jogo não é a competência do professor, como o governo diz, a falta de respeito e a falta de enxergar esse profissional-professor como o verdadeiro protagonista e a peça-chave da educação. mas a Falta de estímulo. O professor e a professora são os elos, a conexão entre a magia de ensinar e a graça de aprender, ao mesmo tempo em que são elos, eles também sabem, que fazem parte de uma grande corrente: todos pela educação!

O professor, a professora, o corpo docente de uma escola juntos formam um SER, eles conhecem o segredo e sabem como fazer acontecer a transposição didática, a transubstanciação entre aquilo que se lê e interpreta transformando a letra morta em vida, o professor e a professora fazem da imaginação o meio de transporte que leva o aluno a visitar lugares através de uma simples leitura. Então, por que destruir essa profissão tão bela e tão antiga?

Os professores que enfrentaram vários concursos para garantir um pouco de segurança em um momento político incipiente e ameaçador sabem muito bem, que seu papel é muito relevante no universo da educação. O professor sabe que a construção do saber depende de muitos fatores, desde a satisfação das necessidades fisiológicas até as de ordem psicológica. Sabe também que o saber é construído de forma interativa e nisso, as relações pessoais e interpessoais são muito importantes, daí a necessidade de estarem juntos.

Lev Vigotski já se perguntava há muito tempo: como o homem cria cultura? Dono de uma inteligência brilhante, ele buscou a resposta na Psicologia e acabou por elaborar uma teoria do desenvolvimento intelectual, sustentando que todo conhecimento é construído socialmente, no âmbito das relações humanas. Mas como construir conhecimento em condições tão precárias para isso são as relações humanas, entretanto, essas relações estão sendo sutilmente destruídas pelas próprias políticas do governo. A quebra dos relacionamentos começou a acontecer quando o governo dividiu através de decretos-leis a categoria dos professores em “L”, “F” e “O”. Além disso, o governo e o seu secretário (na época Paulo Renato) para não dar aumento a todos os profissionais como manda a Lei, introduziram as provas de mérito, é como se uns merecessem mais, e outros menos, fazendo o mesmo serviço, sentindo as mesmas pressões, passando pelas mesmas ameaças e violências do dia dia escolar, sem segurança alguma. Essa política é extremamente hostil, e faz parte de uma ideologia que acaba com a educação: a “ideologia do descarte”.

Se as políticas do governo fossem mais voltadas para a valorização do professor e fizesse deste profissional um ser motivado e feliz com sua profissão, a tarefa de ensinar tornar-se-ia muito mais excitante, mas de repente o que se vê não é isso, a cada governo tucano que entra parece tornar a tarefa de ensinar em um fardo árduo, e o resultado é que o professor começa a afastar-se do seu sonho, começa a perder a utopia, começa a não acreditar mais em si e nem na tarefa de ensinar e começa a ver como um sacrifício o que sempre fez tão bem, e quando isso acontece esse profissional começa a ficar doente, começa a ter pânico de entrar na escola, então, se pergunta: onde está o papel do Estado e do governo nisso tudo? O Estado deixou de valorizar esse profissional e isso vem acontecendo gradativamente, e o governo vem ao invés de resolver o problema, o que faz? Ele vem criando políticas ineficazes e de grande poder de destruição. A política do governo, a política neoliberal agem como venenos letais que vão matando aos pouquinhos o bem mais precioso do país: a educação, e por conseqüência, mata-se também o profissional responsável pela formação do cidadão. Estou falando de um profissional considerado importante para o desenvolvimento de todas as sociedades, no mundo inteiro. Independente da cultura seja ela cristã, pagã, muçulmana, indígena, hinduísta, judaica, não interessa, o professor é figura-chave na formação dos cidadãos, ele perpassa todas as culturas, e sua sina de mestre o precede, então, porque o governo paulista não é capaz de enxergar isso? Porque ele não enxerga o grande mal que se está fazendo a esse lendário profissional? Estou simplesmente falando do profissional mais antigo da história. O ofício de professor é o mais antigo, encontra-se na base de todas as sociedades, desde a antiguidade até os dias contemporâneos. Estou falando da Profissão Docente!

OFÍCIO DE PROFESSOR: a profissão mais antiga!

"Se a Educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda. Se a nossa opção é progressista, se estamos a favor da vida e não da morte, da equidade e não da injustiça, do direito e não do arbítrio, não temos outro caminho senão viver plenamente a nossa opção. Encarná-la, diminuindo assim a distância entre o que dizemos e o que fazemos." (Paulo Freire)

O ofício de professor não começou ontem, desde o Egito Antigo sabemos, que o falar bem e o saber fazer uso do discurso faziam parte do conteúdo e do objetivo de ensinar. Então, é sabido que a educação assumia no passado a sagrada missão de preparar os dirigentes para virem a serem os futuros membros dos conselhos constituídos pelos nobres. Só que na época, e a tarefa de ensinar era um trabalho de prisioneiros, que na condição de escravos realizavam esse ofício de ensinar para escaparem da morte. Parece que infelizmente o governo de São Paulo e outros que o antecederam, querem mesmo transformar essa profissão na profissão da morte. Já que no Egito se ensinava para escapar da morte, aqui se ensina para morrer à míngua, sem prestígio algum e sem valor perante o olhar político de governos covardes e parlamentares negligentes que se encontram da Assembleia Legislativa de onde saem as leis malignas e maléficas, intencionalmente aprovadas para destruir à carreira do profissional docente.

Na Grécia Antiga o homem completo era preparado para tarefas do poder de uso da fala política, das armas e da guerra e a educação enfatizava a formação do homem culto e o ensino tinha início com o aprendizado do Bê-a-Bá, que alfabetizava o cidadão, seguido pela gramática que instruía, e esse ensino ainda vinha acrescido da retórica porque o cidadão tinha que ser capaz de articular bem as palavras. Em Roma isso era semelhante. E já que a profissão mais antiga é a tarefa de ser professor, então por que o governo e os parlamentares só aprovam leis que servem para destruir a nossa carreira? Os resultados só pioram, por quê? Sempre se ouve falar: se um professor ministrou suas aulas, usou estratégias e metodologias e no dia da prova a sala inteira foi mal, a culpa não foi da classe, mas do professor, então os gestores vêm e dizem nas reuniões pedagógicas: você precisa rever suas estratégias e metodologias. O professor humildemente vai e revê tudo. Por que agora não se fala de quem é a culpa do ensino estar ruim? Se o professor deu suas aulas e a classe foi mal na prova e a culpa é do professor, então por que o mesmo não vale pra política do governo? Quase todas as escolas do Estado de São Paulo foram mau no SARESP, apenas 7 escolas se aproximam do padrão exigido. Quase 100% das escolas zeraram!

Professores desvalorizados são professores frustrados

Ciclo motivacional:

Estímulo---- Necessidade---- Estado de transição----Satisfação----

Equilíbrio---- Comportamento ou ação (pode ser uma reação Negativa)

Num ciclo vicioso isso se repete ao longo da carreira de qualquer profissional. Por isso é preciso valorizar o professor!

VIOLÊNCIA: Alkimin diz que as escolas de São Paulo estão tranquilas

Matéria de Fernando Granato no Diário de S. Paulo de 02/03 divulgava que 80% dos professores já sofreram agressão física. Segundo sindicato da categoria, até 15 docentes são mortos todo ano no estado. Polícia divulgou retrato falado do assassino de Joyce. A professora exercia a função de coordenadora pedagógica na unidade e havia retornado ao trabalho depois de uma licença-maternidade, no dia 15. Seu bebê está com 7 meses. Segundo o delegado, a morte da professora de Embu foi planejada e pode ter relação com sua atuação profissional. O delegado disse que, segundo depoimentos, o assassino chamou a coordenadora pelo nome antes de matá-la. Ela chegou a ser socorrida em um pronto-socorro da região, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Nada foi roubado.

Os dados divulgados fazem parte de uma pesquisa realizada pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) e volta à tona com o assassinato da professora Joyce Chaddad de Moraes Domingues, numa segunda-feira, na frente da escola onde trabalhava no Embu, na Grande São Paulo.

Violência

Apresentamos, abaixo, o resumo da pesquisa sobre violência nas escolas públicas do Estado de São Paulo. Os dados foram coletados no primeiro semestre de 2010 e referem-se ao ano de 2009.

Foram respondidos 496 formulários: 67% do interior e litoral, e 33% da Capital e Grande São Paulo, e que mensagem a pesquisa feita em 2009 quer nos transmitir? Como professor de História posso afirmar que os fatos e os dados falam, só que os nossos governos estão surdos. Veja:

• Em 84% das escolas pesquisadas ocorreu algum tipo de violência em 2009; em 16%, nenhum.

Os números e as ocorrências não divergem muito das pesquisas anteriores. A violência contra bens materiais teve um pequeno crescimento, comparando-se com o ano de 2007, com destaque para a depredação.

• 72% das escolas registraram Boletins de Ocorrência na Polícia, e o índice de ocorrência continua causando preocupação. O índice de violência em escolas do interior, mesmo em cidades pequenas é auto. Como tudo isso afeta a vida do professor?

DEPRESSÃO

Em 2007 o Globo Educação divulgava: Depressão atinge 25% dos professores de São Paulo (Plantão: Matéria publicada em 21/04/2007 às 12h17m por Isis Brum, in: Diário de São Paulo)

“Um em cada quatro professores da rede estadual de educação em São Paulo sofre de depressão. É a sexta entre as doenças diagnosticadas no magistério (24,4%), sendo que o estresse é o problema que mais atinge os educadores (46,2%). Os dados são de uma pesquisa inédita lançada ontem pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) sobre as condições de trabalho e de saúde dos educadores da rede”. Os dados foram colhidos durante um congresso em 2003, e o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos ) fez as análises e ficou demonstrado, que são vários os motivos causadores de doenças que são ignoradas pelo governo e secretarias. Numa matéria intitulada “Doenças sem lei” li o seguinte: Previdência Social não considera problemas relacionados à voz e distúrbios psicológicos como doenças trabalhistas. Realidade dos professores brasileiros é alarmante. Distúrbios de voz e doenças psíquicas se tornam vez mais comuns e reincidentes entre professores. Mesmo assim, a legislação vigente não relaciona

os problemas ao exercício da profissão (Tribuna do Planalto)

Os dados do DIEESE confirmam: o que a saúde do professor e sua carreira ficam prejudicados por que esse profissional sofre com:

1) Salas superlotadas: 72,6% dos professores dão aulas em salas de aulas superlotadas. Dos 1.626 avaliados, 43% deles afirmaram trabalhar em classes com 36 até 40 alunos.

2) Falta de material didático: Para 67% dos educadores, o sofrimento maior é trabalhar sem material didático.

3) Jornada dupla para complementar a renda familiar: professores que lecionam em mais de uma instituição, porque o salário não dá pra se manter.

4) Violência: A violência nas escolas aparece como a quinta causa do incômodo para os profissionais e afeta a vida de 62,4% deles.

As doenças psíquicas que afetam professores e professoras envolvem vários fatores que estão associados à incidência de distúrbios mentais e de comportamento. Os professores acabam sofrendo com:

─ Depressão;

─ Nervosismo,

─ Ansiedade;

─ Estresse.

Problemas físicos de caráter osteo-musculares:

─ Dores lombares;

─ Bursite;

─ Tendinite;

─ Varizes

─ Doenças do aparelho respiratório:

─ Alergias;

─ Gripe;

─ Rinite;

─ Problemas de voz.

Na avaliação do presidente da Apeoesp, Carlos Ramiro de Castro, o resultado do estudo é mais preocupante que surpreendente. Segundo ele, se o governo não adotar um programa de promoção à saúde do professor e não melhorar as condições de trabalho, o cenário futuro será de educadores cada vez mais doentes.

- Conseqüentemente, isso representará crescimento do número de licenças e pedidos de afastamento por doenças - afirma Castro.

A Secretaria Estadual de Educação informou que não comentaria o estudo por ser antigo. Segundo a pasta, os dados obtidos há quatro anos são ultrapassados e não correspondem à realidade.

A meta é que até 2030 a rede seja equivalente aos países desenvolvidos, ou seja, média alcance 5,0. Mas como alcançar isso se os profissionais que lidam com a educação sofrem com o desrespeito, o descaso político e são jogados como se fossem coisas sem nenhum cuidado, sem uma assistência próxima a esse profissional que fica a mercê das próprias condições miseráveis que os governos vêm impondo há mais de 12 anos? Será que sobreviveremos ao tsunami ideológico tucano, que vem sendo despejado nas escolas todos os anos, ou vamos continuar morrendo à míngua, sem nenhuma reação? Se na sala de aula um professor conseguir convencer um aluno dos perigos da política neoliberal e se na sala dos professores, se um professor conseguir convencer um colega de que juntos podemos mudar as coisas e que sozinho ninguém vence, quem sabe alguém irá enxergar lá de cima que a coisa aqui embaixo está mesmo muito ruim. Não dá pra ficar esperando Saresp para que o governo enxergue, é preciso fazê-lo enxergar através da indignação!

Alguns dados foram consultados nos sites abaixo:

http://oglobo.globo.com/educacao/mat/2007/04/21/295459388.asp

http://www.tribunadoplanalto.com.br/escola/9862-doencas-sem-lei.html

Quem leu essas simples palavras aqui escritas, por favor, já estamos há mais de 12 anos sofrendo perdas e mais perdas, a violência aumentou e nos tornamos alvos fáceis de sermos atingidos, sem amparo somos alvejados, agredidos constantemente por agressões verbais, bulyng, somos satirizados, tratados como se fôssemos nada, e os nossos diplomas são rasgados pelo próprio governo que adota medidas severas para eliminar os mais velhos, permitindo inclusive que tecnólogos tenham aulas atribuídas caso passe numa provinha duvidosa. Eu nem precisaria falar sobre isso, pois sou efetivo e não dependo de “provinhas” para fazer o que faço, não passei em apenas um concurso, mas em vários, porém, preferi ficar em escolas estaduais que ficar submisso à humilhação de fazer da minha profissão trampolim de prefeitos e vereadores, no Estado não preciso me transformar em cabo eleitoral de ninguém, por isso, prefiro o Estado ao município para SER professor. Quem ler isso que escrevi, por favor, ao invés de criticar os professores, tente entender o que estamos passando. Não acredite na verborragia de palavras do governo que com aquela fala manca de demagogo tenta imprimir nas vossas cabeças de que as escolas de São Paulo estão seguras e que o que aconteceu no Rio de Janeiro é um fato isolado. Não! Aquelas 13 crianças feridas e as 12 mortas por aquele maníaco de 23 anos entrou como alguém que foi dar uma palestra, ele passou facilmente sem nenhuma credencial ou identificação, jamais alguém iria dar uma palestra sem um documento assinado pela diretoria, e isso prova que qualquer um pode entrar numa escola. A polícia só chega depois de uma hora, como aconteceu uma vez, quando solicitamos uma viatura para atender um rapaz que foi baleado na cabeça no portão do estacionamento da escola, era 23:50, ouvimos os tiros bem na hora da saída do estacionamento, uma professora via até o clarão dos disparos e ficou tão traumatizada que voltou para Franca, interior de São Paulo, não faziam poucos meses que ela havia ingressado por concurso, mas não consegui vagas onde morava. A coitada acabou pedindo afastamento. A polícia demorou mais de uma hora para chegar!

Essa é a segurança que temos!

A ronda escolar só passa para assinar o livro para dizer que esteve ali, mas nunca está na hora da entrada e nem na hora da saída às 23 horas. Segurança? Não existe... Não espere outro fato acontecer para enxergar que não estamos seguros!