AUMENTO DE 61% É ABUSIVO DE PODER, 5,9% NO SALÁRIO MÍNIMO É UM ACINTE A POPULAÇÃO

Para o POVO...? Nada!

Para o LEGISLATIVO...? Tudo!

É pique... É pique....

É pique, é pique, é pique...

Ra-ti-bummmmmmmmmm!

Para o povo, apenas 5,9% de aumento no salário mínimo, mas para os deputados federais 61,8%.

Posso dizer que a vergonha se chama Congresso Nacional

Câmara dos Deputados, nossos ilustres parlamentares

Senhores Injúrias de um povo trabalhador

Escórias de um povo servil

Que sem escrúpulo e ética

Querem ser chamados de excelências

Excelências? Em que?

Só se for para roubar...

Nisso são excelentes!

São excelentes, os nossos parlamentares

Em criar novas as leis favoráveis às multinacionais

Em aumentar impostos sobre os produtos mais prementes

Mas quando se trata do capital internacional e da tecnologia importada...?

Rapidinho votam leis favoráveis à gringaiada

Na hora que o povo mais precisa,

o que fazem os nossos nobres representantes?

Eles votam contra quem votou neles - o povo!

Pensando bem, acho que não merecem mais o meu voto

Sinto vergonha de ser brasileiro

Estou percebendo que os jovens e os adultos já não sentem prazer algum em entoar o Hino Nacional

Como ser patriota assim?

Na falta de sentimento pela pátria, vejo uma multidão de torcedores fanáticos

Cegos pelo clube, eles cantam o hino do time do coração:

“Salve o Corinthians,

O campeão dos campeões,

Eternamente dentro dos nossos corações”

“Ó Tricolor Clube bem amado

As tuas glórias

Vêm do passado”

“Quando surge o alviverde imponente

No gramado em que a luta o aguarda

Sabe bem o que vem pela frente

Que a dureza do prélio não tarda

E o Palmeiras no ardor da partida

Transformando a lealdade em padrão“

“Sou alvinegro da Vila Belmiro

O Santos vive no meu coração

É o motivo de todo o meu riso

De minhas lágrimas e emoção

Sua bandeira no mastro é a história

De um passado e um presente só de glórias

Nascer, viver e no Santos morrer

É um orgulho que nem todos podem ter”

Por que isso acontece?

Dificilmente os veremos entoar com tanta paixão o hino brasileiro, o hino de sua pátria.

Mas quando seu clube entra em campo...

O mesmo cidadão sem identidade entrega-se com paixão

Ele torce, vibra e grita feito um louco...

"O campeão voltou"!

Mas que campeão, se a grande maioria sobrevive a cada desafio de receber um salário que mal dá para comer?

Quando seu time perde, o torcedor perde o juízo

Ele quebra, briga e até mata

Mas por que isso acontece?

Um povo sem identidade é um povo sem herói e sem referência

Porque, quem deveria ser referência e modelo para essa gente não tem princípios nem ética

Heresia seria dizer que são os nossos parlamentares, modelos a serem seguidos

A elite política não serve como vanguarda para essa geração

Sabe o que isso significa?

Não?

Então lhe digo meu caro:

A elite política é nata podre da nação

Ela representando a pior das podridões

Por isso os nossos jovens

já não têm mais referência,

nem herói pra se espelhar.

Nos morros e nas favelas há um herói com um fuzil

Um modelo deformado, anomalia social

Admirado e aplaudido no “estado paralelo”

Por crianças de pés descalços aclamado pelos becos

Enquanto os nossos políticos nos assaltam pela lei

Os encapuzados dos morros fazem de sua gente outros reféns

Invadem bancos e alvejam transeuntes inocentes

Mas nos guetos são heróis, referência a ser seguida

Pois na mira de uma arma qualquer não é bom ser inimigo.

“Salve o Corinthians,

O campeão dos campeões,

Eternamente dentro dos nossos corações”

Os heróis que o povo tinha caíram no esquecimento

Por isso ele se entrega ao time do coração

Eternizando em sua mente, corpo e alma e coração

Os lances emocionantes que aliviam a tensão

Dando a sensação de realeza ao plebeu de pés no chão

Que projeta em seus heróis, aquilo que queria ser

Um verdadeiro campeão

Que nasceu para vencer.

“Ó Tricolor Clube bem amado

As tuas glórias

Vêm do passado”

Quem é esse cidadão?

Que grita desesperado?

É mais um torcedor

Cidadão sem identidade

Que não vê mais glórias no passado

Mas se rende às glórias do seu time

Glórias que jamais serão tuas

Seu povo também não tem glória

Uma vez que seus políticos

Não lhe representa nada

Só lhe resta a incerteza

Trabalhar, ver televisão e dormir

Pra noutro dia acordar e ver que nada mudou

Seu país continua o mesmo

Nas mãos de uma corja de ladrão

Assaltantes engravatados

Doutores da Lei sem compaixão

Que matam nossas crianças

Com apenas uma canetada

Como fez Princesa Isabel

Ao assinar a abolição

Jogou o negro pras favelas

Tirou-lhe o direito de SER cidadão.

Quando um sujeito não vê mais nenhuma saída

O que resta a esse cidadão?

Apenas cantar com orgulho...

“Sou alvinegro da Vila Belmiro

O Santos vive no meu coração

É o motivo de todo o meu riso

De minhas lágrimas e emoção

Sua bandeira no mastro é a história

De um passado e um presente só de glórias

Nascer, viver e no Santos morrer

É um orgulho que nem todos podem ter”.

Mas por que não se canta mais o Hino Nacional?

Que acontece com esse meu povo?

Um povo que chora de emoção

Quando vê seu time jogar

Um povo fragmentado que só se identifica com aquele que torce pelo seu time

Quem é esse sujeito sem identidade?

Intolerante, a troco de nada ele mata seu semelhante

Por nada?

Não!

Ele mata porque já não se identifica mais com o outro, exceto os do seu clube.

Por outro lado, tem também aqueles que não toleram as diferenças, nem as respeitam: Nordestinos, negros, homossexuais...

O que acontece com eles?

Nordestino é constrangido...

Negro é assassinado pela própria polícia....

Homossexuais não pode mais andar na Paulista nem na Praça da Sé

Em Brasília se queima índio

Ops, lá vem um Punk!

Ou será mais um skinheads

Não importa, ambos são intolerantes

Ranços do nazismo exalando um cheiro jocoso pelo ar das ruas de São Paulo

Claro que não se pode generalizar, mas uma sociedade sem heróis é nisso que resulta

Não basta estar dividida essa sociedade em classes A, B, C ou D?

Tem mesmo que haver grupos e subgrupos racistas no interior dessa sociedade?

Não basta ser divididos pelo dinheiro?

Não basta o que o capitalismo nos fez, dividindo-nos pelo mérito?

Vivemos numa sociedade louca, de políticos e governos enlouquecidos pelo dinheiro

Defendendo ideias absurdas de que uns merecem mais que os outros

Os meritocratas estão por ai e um deles maltratou por demais os professores paulistas

Graças a Deus que perdeu as eleições

Com ele seria bem pior...

Os que foram eleitos não são grande coisa, mesmo porque, ficaram os mesmos

O povo continua sem referência e sem identidade

Por isso torna-se perigosa a ideia de que estaremos ainda mais divididos: pela origem, pela raça e pela cor.

Um funcionário da Kalunga me contou

que na hora da seleção natural

o caboclo tem que ficar nu numa sala, e, se tiver tatuagem ou Pierce

Tá fora! não serve para trabalhar na loja.

Mas sabe qual foi o mais absurdo?

Disse-me o funcionário, que uma jovem negra de currículo invejável não foi selecionada

Não pôde trabalhar na Kalunga por conta de sua cor.

Que país é esse?

Somos miscigenados, que lindo

Somos todos iguais, iguaiszinhos

Mas na hora do julgamento o que o Juiz leva em consideração?

Quem a polícia prende ao correr?

Em quem ela atira primeiro, e depois fala que o cabra reagiu?

Quem vai parar na cadeia?

É o mito da democracia racial

Tudo está corrompido nesse país:

- o político

- a polícia

A máquina capitalista retorceu as pessoas como se fossem latas velhas

Fez delas pessoas despersonalizadas

Gente coisificada e sem razão

Quando não é o dinheiro, é a cor

Quando não é a origem, é o nível cultural que determina

Muitos já nascem com destino celado

Seja menino ou menina

O sistema dita as regras e diz quem vai ser o quê quando crescer

Andamos pelas ruas e vemos verdadeiros “homens-bombas”

Espere um pouco, aquele garoto está com fones nos ouvidos

Será que não quer mais escutar o que outros têm a lhe dizer?

Essa é a geração eletrônica e aquele jovem só é fruto de uma sociedade tecnologizada

São jovens coisificados pela tecnologia, na sala de aula, nem escuta o professor. Estamos ministrando aulas para as paredes.

Eles escutam de tudo, e consomem o lixo cultural norte-americano

Preferem o inglês aos português, acham chato o espanhol, dizem que é mais chique o inglês, mal sabem o que estão falando!

Estão cantando músicas bregas em outra língua, mas desprezam as brasileiras.

Com desdém dizem falam das músicas sertanejas e de outras canções populares, eles preferem curtir Amy Winehouse!

Essa gente degenerada, retorcida como metal

Contaminada pelo vírus do consumismo

Geração da euforia e do American wife life

O que é o consumismo?

Consumismo é uma doença letal, corroendo a nossa gente

JK e a promessa dos "50 anos em 5"

Plano de Metas

Invasão do capital estrangeiro

Salve os projeto imperialista

Nossos políticos, não representam a nação

São jagunços do capital

Nossos algozes, os patrões.

A dívida externa dobrou de valor

com a euforia desenvolvimentista

Os acordos com o FMI aumentaram a inflação,

Esse é o preço da euforia que o povo tem que pagar

Arrocho salarial para manter as elites no poder

E o povo...?

Ah, o povo?

Esse a gente manipula

E se algum engraçadinho sair para as ruas...

Se alguém fizer motim, se rebelar?

Pau nele...

Vem logo a ordem de cima: manda a tropa pra cima da multidão

E logo encontrará seu lugar o professor, o metalúrgico e o peão

Assim foram os anos JK e os anos que o sucederam

Até Tancredo, Sarney e os dois Fernandos.

Sai governo e entra governo

Tudo continua do mesmo jeito:

- O pobre vivendo nos guetos

- Os ricos nos palacetes

- O patrão aumentando os seus lucros

- O pobre entrando no cacete.

É assim há séculos, desde às margens do Ipiranga!

Se o povo não reagir, tudo continuará como está

Os ricos sempre levando a melhor

E o trabalhador tendo que se contentar com as migalhas dos patrões, levando uma vida medíocre como ratos de porões

Salário mínimo do mínimo, é a remuneração que merece essa gente, que não enxerga além da ilusão vivendo de fantasia, ainda pula carnaval

Pra depois volta pros guetos

De pés descalços e barriga vazia

Essa gente sem identidade

Que celebra a sua derrota

E ainda pula carnaval

Mesmo de barriga vazia

Ainda consegue sorrir

Sufoca suas amarguras nos folguedos e festas

E se enche de esperança, vivendo de eternas fantasias

Sem saber que a nostalgia

Breve vai lhe sufocar

E quando perceber que o que viveu, não passou de ilusão

Que sua festa foi premeditada pra manter as coisas como estão

Verá que por trás de toda batalação

Foi apenas uma maneira de anular

O poder da reação.

Essa gente viu Goulart ser deposto do seu posto

E sem sabe que tudo aquilo não passou de armação

Se calou na ditadura

Entregou-se à delação

Enquanto jovens morriam por cantar uma canção

"Vem vamos embora que esperar não é saber

Quem sabe faz a hora não espera acontecer"

Os velhos cantavam um romantismo barato

E em delírio recitavam as mais belas poesias

Exaltando as nossas praias, e a beleza natural

Enquanto poucos resistiam aquilo que nos matava, e nos fazia muito mal

Quem resistiu à truculência morreu feito animal diante do golpe de um militar que dizia-se estar combatendo um mal pela raiz

Só que o mal estava de farda, eram os próprios militares

que querendo eternizar

O poder do imperialismo

Combateu o próprio povo

A favor de outras nações.

O "Milagre Econômico" encheu o bolso de alguns

Esvaziou-se o de milhões.

A crise do petróleo?

Desequilibrou as economias

E Figueiredo último presidente militar, na mesma época o que dizia?

"Prefiro o cheiro dos meus cavalos"

O povo lhe dava alergia!

Tancredo e Sarney: os homens da transição

Que transição?

No passado estavam lá

Bem juntinho dos militares.

Farinha do mesmo saco

Logo depois da transição

Comemoraram com banquetes

Beberam no mesmo cálice

Eles e os militares

Nunca houve transição

Mudaram-se os atores

O cenário permaneceu

Com uma nova ditadura

Travestida de democracia

Onde a mídia dita as regras

E vende até pornografia

Em pleno horário nobre

Assiste-se na televisão

Bigbrother, pelada e o pimmmmmmm do palavrão

E o Plano Cruzado de 1986?

Cruz credo, povo teve que carregar nas costa essa cruz.

Acreditaram na velha história do combate à inflação

Acreditando que o "messias" caçador de marajás

Seria mesmo o salvador que iria nos livrar

Do dragão que sufocava a economia nacional

Mas o "messias" salvador na verdade era uma farsa

Querendo tirar proveito

Desse povo que acredita

Que a fé vai lhe salvar

Dando-lhe uma vida mais digna.

Por que nada muda?

Por que tudo permanece?

O governo faz promessas

E o povo acredita!

Rezando e repetindo a ladainha dos poderosos!

O velho liberalismo econômico

Collor quando assumiu o governo ressuscitou

O velho Adan Smitch e no povo nem pensou

O confiscou-nos a poupança

Na mão grande nos roubou

Tudo em nome de um plano

Que o povo jamais aprovou:

- abertura da economia;

- baixar tarifas de importações;

- aumentar os impostos sobre os brasileiros;

- arrocho salarial no combate a inflação.

Nossos carros são “carroças”, disse Collor à nação!

Os ignorantes gritaram viva aos produtos importados.

"Agora nóis toma coca cola mano, porque é mais gostoso”

Dolly parece remédio, é produto nacional

“É nóis na fita”- responde outro babaca sem saber o que está falando,

enquanto isso o povo sofre e paga o preço

E a juventude alienada entrega-se ao consumismo

Sem perceber que é afetado por insanas decisões

Tomadas no poder pelos antigos figurões.

Entra governo e sai governo

É sempre a mesma coisa:

- Corte de gastos públicos

- Processo de privatização das estatais

Esse plano naufragou?

Dizem que sim, e os caras-pintadas foram às ruas

Até a Rede Globo comemorou!

Collor sofreu um impeachment e até renunciou

Empresário correu com a bandeira em punho feito um nacionalista

Mas tudo não passou de uma manifestação da elite

Comemorando a sobrevivência da espécie que continuava no topo da cadeia alimentar

Fernando Henrique continuou a saga de fernandinho

Ele não desistiu do sonho e da busca pela estabilização

Foi mesmo uma maravilha no país de Alice

Um bando de tecnocratas

Tomando conta do poder

Privatizando o espaço público e tirando do povo o que é seu

Qual foi o preço do Plano Real?

Quanto custaram as privatizações?

Para onde foi o dinheiro da Vale?

Ninguém sabe, ninguém viu

Será que o gato de Henrique comeu?

Pobrezinho do gato, estava tão mal alimentado...

Que pensou que o dinheiro

Era ração e papou

Papou tudinho

Eta gato esfomeado

Enquanto isso os ratos se perguntam:

- Quem roubou o meu queijo?

Precisamos projetar o Brasil no cenário mundial, insistia o Fernando:

- Exigências da globalização!

Esse era o discurso de um governo pasteurizado

- Nada de protecionismo, abertura total

Esse é o lema da política neoliberal

Dá até pra fazer um trocadilho:

Olha que maravilha...

Um mundo sem fronteiras

Um país sem soberania

Cidadão sem identidade

Vivendo num estado mórbido

De eterna letargia

Parece estar suspenso

E fora da realidade

Nem sente as dificuldades da vida, atenuadas de forma tal

Que o pobre não percebe

O mal que de cima vem

Mal sabe o coitado, que enquanto vibra com o seu time

A miséria continua

Enquanto tudo se mantém, faz do hino do seu clube

O hino de sua pátria

Sua nação agora é um campo de futebol

O gramado é sua pátria de eternos guerreiros

Heróis imaginários encarnados nos jogadores

Que transformam o estádio num templo sem religião

No Coliseu de gladiadores o duelo é de titãs.

Já que o cidadão não tem mais heróis

Nem modelos a seguir

Projetam seus sonhos frustrados em cada herói com a bola nos pés

E assim com voz de guerreiros, prontos para a batalha

Cantam de coração o hino com muita fé:

“Quando surge o alviverde imponente

No gramado em que a luta o aguarda

Sabe bem o que vem pela frente

Que a dureza do prélio não tarda

E o Palmeiras no ardor da partida

Transformando a lealdade em padrão“

E já que os nossos políticos não são leais

Mesmo com a mala preta ou mala branca

Seu clube lhe será leal, mais leal que os políticos

Que votam pela miséria de quem os elegeu

Votam contra o povo

E enchem os seus próprios bolsos

Com um dinheiro que não é seu

Enquanto isso o povo se emociona

Torcendo pelo seu time

Tentando aliviar os traumas

Superando as dificuldades

Sonhando um sonho que não é seu!