O BICHO VAI PEGAR

Está na hora de romper com a hipocrisia quase secular no que tange ao Jogo do Bicho.

Quando o Barão de Drumond, no começo do século vinte criou um meio de conseguir recursos para a manutenção dos animais de um zoológico, no rio de Janeiro, seguramente não imaginou que o seu singelo Jogo viria a se transformar no esquema que é hoje, que garante a manutenção e o status quo de muitos “bichos” que não estão no zoológico.

Contravenção tolerada por sucessivos governos e a sociedade, Municípios, Estados e a Federação compactuam com a ilegalidade legitimada nas ruas.

É óbvio afirmar, que o Jogo do Bicho é o jogo mais popular e organizado do País e há os que defendem que se legalizar estraga. Estraga para quem?

Situação e Oposição são cúmplices e aliadas nesta matéria, porém, não tanto quanto o povo que no dia a dia faz sua “fesinha” buscando se encontrar com a sorte através do que convencionou-se chamar jogo de azar.

Quem arrecada mais? A Caixa Econômica Federal com suas mil e umas invenções lotéricas, o Silvio Santos com suas peripécias eletrônicas ou o Jogo do Bicho, que longe da forma da idade-mídia consegue se manter no imaginário popular, mesmo com características de idade média?

Diante da desigualdade social intolerável, o povo corre atrás dos jogos com a mesma esperança desvirtuada que os leva à certas igrejas que vendem milagres no varejo e no atacado.

Infelizmente, é a hipocrisia, valor absoluto do deus-mercado em tempos de idade-mídia, que mantém e aprofunda o círculo vicioso deste ciclo capitalista medíocre e ilusório do “topa tudo por dinheiro”.