O que quer dizer os termos “Nação Eleita” e “Gentios”, Romanos e Bárbaros?

POVO ESCOLHIDO e os GENTIOS

Ateísmo é um produto da própria igreja. Primeiro porque apresenta Israel como a única nação escolhida, o resto é resto apelidada preconceituosamente de povos gentílicos ou “gentios”, ou seja, todos os não-escolhidos, todas as nações, exceto a judia. Tal justificativa encontra-se na Bíblia extraída da Torá e no cristianismo ramificação do judaísmo e legado cultural deixado pelos judeus ao mundo. É preciso tomar muito cuidado ao interpretar a Bíblia, e mesmo fazendo uso de técnicas como a “exegese” e a “hermenêutica” ainda assim se corre o risco de interpretar algo, um fato ou acontecimento narrado na Bíblia pessimamente traduzida por João Ferreira de Almeida e teólogos católicos como se fosse uma coisa de ordem geral e que serve para os dias atuais aplicando-se perfeitamente à vida de uma sociedade inteira e para a própria igreja, entretanto se descobre posteriormente que tal interpretação foi um equívoco, já que o texto lido relatava um acontecimento tipicamente judeu, relativo à cultura desse povo, à nação judaica e não se aplica ao contexto geral. Existem coisas típicas e peculiares da cultura judaica, além disso, havia variações entre aramaico (dialeto) e o hebraico, língua oficial dos judeus eruditos, o aramaico foi trazido da Império Babilônico para Israel. Portanto, é preciso ter certos cuidados, além disso, existe também o grego com muitas expressões e significados diferentes para muitos termos mal traduzidos. Se lidos fora do contexto, é um perigo!

BÁRBAROS e ROMANOS

Do mesmo modo que os romanos usaram o termo “bárbaros” para inferiorizar outros povos e dizer que Roma era a única escolhida para dominar o mundo e a raça legitimamente romana era formada pelos “patrícios”, o resto era plebeu ou escravo ou cliente, gente sem propriedade. O plebeu era um homem livre sem direitos que vivia à margem social romana, tal como os pobres de hoje em sua maioria. O escravo de hoje são aqueles que vivem afundados em dívidas, vícios e, consumismo, modas e modelos que reproduzem a exaustão dentro da própria sociedade capitalista. A população normalmente sem terras e que buscavam a proteção das famílias patrícias era composta elos chamados “clientes”, hoje poderia representar são os que não têm onde morar, os que não têm acesso à propriedade e um lugar ao sol tendo que viver prestando serviços para sobreviver.

A exemplo dessa divisão social romana há em nossa sociedade um modelo semelhante. Em entrevista ao professor e economista Waldir Quadros, foi feita a seguinte pergunta: “Professor, para que a gente possa entender como é dividida a população brasileira, de que forma são estabelecidos os critérios e medições tradicionais para definir e classificar famílias em classes ou estratos sociais?”

Veja como o professor deixou clara essa estratificação social brasileira em sua resposta. Waldir Quadros, economista e pesquisador da CESIT/Unicamp, disse:

“Por definição teórica e por sensibilidade para a situação brasileira, podemos afirmar que determinadas ocupações (que refletem a escolarização, o padrão de vida) são típicas de cada camada social. Assim, já que estamos falando com professores, um professor do ensino superior representa a alta classe média. Junto com ele estão os médicos, os juízes, advogados, engenheiros etc. Um professor de ensino médio se aproxima mais da média classe média. Quem mais está nesse estrato? Os funcionários públicos de nível médio, prestadores de serviços não qualificados, e outros. O professor de ensino fundamental estaria na baixa classe média, ao lado das balconistas, dos carteiros. Para baixo dessas três camadas, ainda temos a massa trabalhadora e, por fim, os miseráveis.” (A entrevista na sua essência encontra-se no site abaixo http://www.sinprosp.org.br/reportagens_entrevistas.asp?especial=279&materia=572)

Como se pode constatar na História, Roma além de chamar de “bárbaros” todos os povos que julgava “inferiores”, utilizava também, termos discriminatórios na sua divisão social interna para diferenciar os bem nascidos dos mal nascidos.

O modelo de sociedade romano é quase igual à estrutura social capitalista atualmente apresentada no Brasil dividida em burguesia e proletariado, e para iludir o peão ainda mais, e fazê-lo acreditar que todos têm as mesmas chances dentro dessa estrutura social, o que é mentira, ainda temos essa sociedade aburguesada, uma subdivisão em três e até cinco estratos sociais:

“Muito se discute na mídia sobre a ascensão da classe C e até usa-se como sinônimo dessa categoria social a expressão nova classe média brasileira. Mas, afinal, será que é correto fazer essa relação? Este foi o tema abordado na palestra ministrada por Nelsom Marangoni, vice-presidente de desenvolvimento de negócios estratégicos do Grupo Ibope, na Abep (Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa), em São Paulo, na semana passada. Durante o encontro, Marangoni abordou os conceitos usados na mídia – muitos deles preconceituosos – para se designar a classe C tais como: classe média, classe trabalhadora, popular, média baixa e baixa renda.

O especialista também mostrou as maneiras de se definir uma classe social e explicou que no Brasil se utiliza a posse de bens para isso. “Aqui se usa a renda para definir o potencial de consumo denominado Critério Brasil”, disse. Dividido em cinco classes – A, B, C, D e E –, recentemente houve uma subsegmentação para determinar com mais precisão as diferenças sociais: A1 e A2; B1 e B2; C1 e C2. “A classe média é a que fica entre as classes alta e baixa, é a média entre as rendas de uma família em geral no País”, falou.” (Assunto na integra se encontra no site: http://www.propmark.com.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=61392&sid=6)

Quando qualquer pessoas um pouco mais curiosa estuda e pesquisa essas coisas a mesma passa a, não desacreditar em Deus, mas a questionar o modo de crer que foi estabelecido em nossa sociedade a partir da transposição cultural e didática advinda das raízes judaico-cristã e o cristianismo romanizado e deturpado que herdamos do povo europeu. Não se analisa a Bíblia como literatura, contribuição do judaísmo, analisa-se a Bíblia como palavra de Deus sem levar em conta o modo como as crenças foram evoluindo e chegando até nós através das supostas “conquistas”, invasões ou descobrimentos”. Sem considerar tudo isso, repetimos os mesmos erros de tratar com discriminação os outros diferentes de nós. Não se pode pensar que existe um povo escolhido, essa é uma concepção judaica narrada nos textos sagrados, a ideia de “raça eleita” já é um conceito racista, e o mesmo vale para bárbaros e romanos, gregos, troianos ou helenistas. Se existe um Deus, suponho que todas as nações sejam escolhidas, e não apenas um. É essa visão equivocada da igreja que faz suscitar os ateus, e com razão, qualquer um pode ser um candidato potencial ao ateísmo, basta ler e pesquisar um pouco mais. Se acreditar não fosse uma necessidade humana, eu daria razão aos ateístas!