Diferenças.
" ...o maior problema que eu tinha na questão de diferenças, na questão de diversidades, não é questão racial, não é questão de condição física, orientação sexual, o que for, é questão do pensamento. Como as pessoas são pouco tolerantes com alguém que não pense como elas. E como são inteligentes as pessoas que pensam como nós pensamos, não é? Isso é uma coisa impressionante."
(Parte da fala de Fábio Barbosa, em palestra no evento TEDx SP 2009 - veja na íntegra: http://www.youtube.com/watch?v=SrONJfa9lZU )
Se pegando apenas essa parte da palestra já não fica quase nada a acrescentar, para quem viu toda a fala, chega a ser desnecessário e difícil mais alguma coisa.
O que me vem em mente é a lembrança de uma situação que posso considerar o avesso de quando achamos inteligentes as pessoas que pensam como nós. Vivenciei situações, se no plural, claro que mais de uma vez, em que uma das participantes sempre usava frases como "A maturidade um dia fará com que fulano pense diferente", "Esse pensamento é fruto da imaturidade de beltrana". Ou seja, onde Fábio Barbosa conclui "como são inteligentes os que pensam como nós", vale dizer também como são imaturas (burras???) as pessoas que pensam diferente de nós.
Lamentável a resistência, ou a dificuldade velada e disfarçada, que o ser humano preserva, quase cultua, quando exposto ao que lhe é estranho ou controverso. Forma-se naquele instante um paredão de proteção, algum instinto de preservação (descabido) baixa em cena e promove a barreira, a aversão.
Louvável e desejável que venha a baixa da guarda. Que venha a adição, a multiplicação, a miscelânea, o mesclado, tudo que possa ampliar nossa noção do todo, do mundo, do diverso no Universo.