Autoeficácia na gerontologia
A autoeficácia é uma competência fundamental, relacionada à autoconfiança e à capacidade de a pessoa alcançar seus desafios, aprendendo assim a lidar de forma satisfatória com as situações na busca pelo aperfeiçoamento de seu desempenho. A autoeficácia se manifesta no trabalho e no cotidiano do gerontólogo, pois além de o profissional desenvolver essa habilidade em si, ele também precisa transmitir essa competência aos idosos e motivá-los de forma a entenderem que também podem ser auto eficazes. É comprovado que o senso de auto eficácia configura-se do mesmo modo, como um fator de proteção, porque além de contribuir com a minimização de sofrimentos por motivos de perda, ele também auxilia promovendo maior discernimento por parte do idoso; capacidade de memorização; adaptação às mudanças; e de um olhar positivo frente à vida. Para que o idoso entenda e seja lembrado de que ele tem capacidade, o gerontólogo o induz a uma experiência de vida que zele pela qualidade, partindo de métodos específicos. Um exemplo, é a apropriação do conceito de persuasão verbal (característico da competência auto eficácia), por parte do gerontólogo e a aplicação do mesmo em seu trabalho. Muitas vezes, em razão do agravamento de doenças que trazem consigo um grau de incapacidade e restrições nessa fase da vida, o envelhecimento passa a ser encarado como um fator limitante ou uma desculpa patológica para o comodismo, ao invés de uma etapa fundamental que pode ser bem aproveitada, e vivida de forma saudável. Essa visão negativa do envelhecimento é também associada a fatores culturais e pessoais, e cabe em grande parte, ao profissional da gerontologia, a utilização de técnicas de animação do idoso diante de sua condição, que garantam bons resultados, na tentativa de impedir que o idoso assuma uma posição indiferente à vida ou que arraste seus dias à espera da morte, o que pode em muitos casos direcioná-lo a situações ainda mais graves, principalmente em relação à sua saúde mental. Evitando esses casos que evoluem em decorrência do sentimento de incompetência do idoso, é essencial o direcionamento por parte da gerontologia, que de fato demonstre a possibilidade de ser útil e produtivo durante a velhice e mudar o mundo a partir da mudança de sua própria realidade. A autodeterminação é um elemento muito significativo no dia a dia do profissional que lida com os idosos, visto que seu trabalho consiste em ultrapassar barreiras, inclusive de tempo e respectiva mentalidade, adequando-se às necessidades do idoso de forma humanizada e compreensiva. O profissional da área notadamente auto eficaz é justamente aquele que age de forma proativa e compreende a importância da cooperação, tanto por parte de seus colegas de trabalho quanto dos pacientes e familiares deste. Aliás, entende-se que o gerontólogo lida cotidianamente com pessoas já maduras, mas é imprescindível que ele desenvolva a habilidade da maturidade cognitiva em si, visando lapidar seu trabalho e torná-lo cada vez mais eficiente. Além disso, a persistência e a não-desistência se enquadram na dimensão que mostra a importância da paciência, elemento indissociável da auto eficácia, tanto por parte do gerontólogo frente ao seu trabalho, quanto do idoso frente à vida.