A CIRANDA DOS PALHAÇOS

A Ciranda dos Palhaços

Artigo do Sérgio Gaiafi

No princípio eu era apenas o pensamento que encontrava-se paralisado no vácuo, uma espécie de limpo cerebral que os neurônios acendiam quando os pirilampos que brilhavam na noite surgiam meio a tormenta mental e, com o surgimento do sol, eles desapareciam porque eram adormecidos no meu sono em riso vazio.

Talvez eu seja um ser capaz de propor a mim mesmo o que eu posso denominar de solfejo surreal através dos neurolépticos ou psicotrópicos que tomo para acalentar minha “loucura”, uma musicalidade que a ciência ainda não comprovou e de certa forma até possa tentar porque provém dela uma sábia melhoria aos portadores de esquizofrenia e outros universos paralelos.

Eu estou sempre em valsa, girando com o vento e tentando descobrir o que na minha realidade sana eu ainda não sei o porquê. Porém, muitas pessoas das quais já passaram na minha vida e que hoje num silêncio elegante eu as desprezo por seres delas o acaso das minhas - possíveis - angustias e desconforto mental ao perceber que elas por ignorância são as verdadeiros escravas da neurose que fustigam-nas e lhes tornam palhaças em círculos de dores, quem sabe, esses são os verdadeiros doentes, pois, porque eu só os observo-os do picadeiro.

Sérgio Gaiafi

Artigo extraído do meu diário

Sérgio Gaiafi
Enviado por Sérgio Gaiafi em 03/05/2020
Reeditado em 03/05/2020
Código do texto: T6936279
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