Jesus e os estrangeiros: uma reflexão na noite de Natal
O cristão deve ser contra a xenofobia, o racismo e todas às formas de preconceito e discriminação, além de combatê-los. Isso porque Jesus e sua família foram refugiados no Egito, fugindo da perseguição estatal. Viveram como imigrantes vulneráveis numa nação estrangeira.
Certa feita, Jesus acolheu uma mulher siro-fenícia, de origem grega, estrangeira, de uma etnia diferente da sua; curou a sua filha e ainda exaltou a sua grande fé, dizendo: "Ó mulher, grande é a tua fé!".
Da mesma forma, atendeu ao pedido de outro estrangeiro, o centurião romano de Cafarnaum que foi até Ele clamar pela cura de seu criado. Jesus se admirou da fé daquele homem e exclamou: "Em verdade vos digo que nem mesmo em Israel encontrei tanta fé. Mas eu vos digo que muitos virão do Oriente e do Ocidente e assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó, no Reino dos céus".
Até entre os escritores do Novo Testamento, logo dos Evangelhos, há um que não era judeu, sendo o único escritor bíblico não israelita, o evangelista Lucas. Este era siro de Antioquia. Até nesse sentido, está expressa a inclusão do diferente.
Jesus nunca fez acepção de pessoas, nunca teve uma atitude excludente, mas sempre acolheu a quem fosse até Ele. O Messias nunca disse que a dor dos que sofrem era "mi mi mi". Pelo contrário, era movido pela compaixão, esse sentimento majestoso que nos faz nos colocar no lugar do outro e sentir a dor alheia.
Infelizmente, a igreja que deveria ser o Corpo de Cristo e a Noiva do Cordeiro nem sempre agiu assim. Muito pelo contrário, quantas vezes, através dos séculos, ela se caracterizou como oposição a Jesus. Ao invés de dar a vida, matou e perseguiu; ao invés de acolher, excluiu; ao invés de ser hospital para os doentes, foi campo de extermínio dos abatidos; ao invés de ser luz, foi trevas; ao invés de ser porta-voz do amor, perdão e reconciliação, foi mensageira da desesperança, do preconceito e da discriminação.
Os países cristãos, católicos e protestantes da Europa praticam a Xenofobia de maneira explícita e insofismável. Esqueceram que, pouco tempo após nascer Jesus, necessitou ser imigrante em terra estranha e sempre acolheu a todos sem exceção.
Sigamos o exemplo dos mestres dos mestres!
Obs.: Imagem representando a fuga da família de Jesus de Belém para o Egito.