A história do povo hebreu
Os sumérios indígenas (povo da cabeça negra) habitavam a região sul da Mesopotâmia (atual sul do Iraque) entre os rios Tigre e Eufrates, entre o ano 3.300 a 1200 a. C, e fundaram 12 cidades-estados, ou seja: Kish, Uruk, Ur, Sippar, Akshak, Larak, Nippur, Adab, Umma, Lagash, Bad-tibira e Larsa, sendo Ur a cidade mais antiga e capital. Os sumérios se destacavam na arquitetura, agricultura e comércio e pela escrita cuneiforme em tabuletas de argila e pedra. Mas alguns historiadores sugerem que os sumérios surgiram entre 5.500 e 4000 a.C oriundo dum povo da Ásia Ocidental que falava a língua suméria isolada aglutinante, que migrou para o norte da Mesopotâmia (atual norte do Iraque). E são considerados uma das civilizações mais antigas, junto com as civilizações do Egito e o Vale do Indo. Os sumérios desapareceram no ano 2200 a.C devido ao surgimento do Império Acádio na região central da Mesopotâmia, e que deixou de existir por volta do ano 2000 a.C devido aos ataques do gútios e elamitas.
Os caldeus eram povos de origem semita (que tem “Sem” como ancestral, e que compreende os hebreus, os assírios, os aramaicos, os fenícios e os árabes) que existiram entre o século X e meados do século VI a.C, na região sul da Mesopotâmia, na margem oriental do rio Eufrates, e derrotaram os Assírios, povos que moravam na região; e foram absolvidos e assimilados ao Império da Babilônia. O termo Caldeia também se refere a toda planície mesopotâmica. Na Bíblia Sagrada, consta que os caldeus destruíram Jerusalém, e são também chamados de novos babilônios.
Por volta do século XX a.C, os hebreus eram povos tribais nômades comandadas por patriarcas que viviam na região da Suméria na Mesopotâmia próxima à cidade de UR, e durante o período de seminomadismo em que ficavam parados se dedicavam à agricultura, pecuária, artesanato e comércio. A origem do povo hebreu é desconhecida. Diferente dos caldeus politeístas, que acreditavam em muitos deuses, os hebreus eram monoteístas, acreditavam num só Deus.
A Bíblia Sagrada conta que Abraão era filho de Terá, e sua família era natural da cidade de Ur dos Caldeus, no sul da Mesopotâmia, e que depois da morte de seu irmão, Abraão e sua família foram em direção a terra de Canaã. Eles habitaram em Hará. E tanto Ur quanto Hará eram cidades pagãs e centro de adoração do deus da Lua. (Genesis 11:31). E no capítulo 12 do livro de Gênesis, Deus convoca a Abraão para que saísse daquele lugar de paganismo. E com 75 anos de idade, Abraão com a sua esposa Sarai e seu sobrinho Ló partem em direção à terra de Canaã, com todos os seus servos e bens que haviam adquiridos.
Abraão, Isaque e Jacó são considerados patriarcas dos israelitas. Abraão e Sara geraram a Isaac. Isaque e Rebeca geraram a Jacó. Jacó e Raquel tiveram José e Benjamim. Jacó teve mais 10 filhos e algumas filhas com Lea, Zilpa e Bila. Os outros 10 filhos de Jacó foram Rubem, Simeão, Levi, Judá, Dã, Neftali, Gade, aser, Issacar, Zebulom. Os 12 filhos de Jacó são os patriarcas das 12 tribos de Israel. Israel foi o nome dado por Deus a Jacó, que significa “permita que Deus prevaleça”, quando Jacó lutou contra um anjo de Deus, que o feriu na articulação da sua coxa e o deixou manco. E Jacó foi abençoado pelo anjo. (Gênesis 35:10).
Jacó ama e favorece a José, que é odiado pelos irmãos. (Gênesis 37:1-14). José sonha que seus pais e seus irmãos curvam-se diante dele. (Gênesis 35:5-11). Por volta de 1700 a.C, os irmãos de José o jogam num poço. E passando, pois, os mercadores midianitas, alçaram a José da cova, e venderam-no por vinte moedas de pratas aos ismaelitas, os quais o levaram ao Egito. (Gênesis 37:28). E José foi levado ao Egito, e Potifar eunuco de Faraó, capitão da guarda, homem egípcio, comprou-o da mão dos ismaelitas que o tinham levado para lá. (Gênesis 39:23). A esposa do Faraó tentou seduzir José, que a negou, e mesmo assim foi acusado de assédio pela mulher, e foi preso. E por interpretar dois sonhos do Faraó, ou seja, que os dois sonhos eram um só, e que as sete vacas e se espigas significavam sete anos de fartura e outros sete de fome que consumiria a terra do Egito, e recomendou a Faraó um governo de 14 anos. E José ganhou a confiança do Faraó para governar o Egito neste período de 14 anos. E somente Faraó estava acima de José. (Gênesis 41;38-40).
José se prosperou como governador, e preparou o Egito como um celeiro de alimentos, e quando chegou uma crise de fome, José passou a vender trigo aos egípcios e outros povos, incluindo a sua família. (Gênesis 41:53-54). José então leva os seus parentes para morarem no Egito. E José teve dois filhos, Manassés e Efrain, que foram contados como filhos de Jacó, e foram lideres fundadores de tribos de Israel.
Passados 400 anos, os israelitas se multiplicaram e se tornaram um incomodo para o Egito, que não reconheceu seus ancestrais e passou a discriminá-los e escravizá-los. Deus (ou Javé para os israelitas) usa o seu servo Moisés, um israelita criado por uma filha de Faraó às escondidas, que matou um egípcio e havia fugido, para libertar os israelitas do Egito e os levar para a terra Prometida ou Canaã, e foi quando houve a travessia do mar Vermelho, e ficaram 40 a vagar pelo deserto. E
Moisés é impedido de entrar na terra Prometida por Javé, e Josué assume o seu lugar. As terras de Canaã são divididas entre as tribos de Israel, mas que precisam expulsar os morados locais como os cananeus e filisteus. Cada tribo de Israel era comandada por um patriarca, que depois passou a ser comandada por um juiz militar escolhido. O último juiz foi Samuel, que escolheu o rei Saul para comandar o povo de Israel.
A terra de Canaã era conhecida por vários nomes como Betel e Filistia. A região hoje compreende o estado de Israel, a Cisjordânia e Gaza, a Jordânia e o sul da Síria e do Líbano. Por volta do ano 450 a. C, a Síria invade a região e dá-se o nome de Síria Palestina, que é dividida em Judeia, Galileia e Samaria. No ano de 333 a.C, Alexandre, o Grande, rei da Macedônia derrota o rei persa Dário III, na batalha de Isso, e integra a Palestina ao Império de Alexandre. Com a morte de Alexandre, os seus generais dominam o Império, e Ptolomeu que formou o reino do Egito domina a Síria Palestina. Em 200 a.C, o reino Selêucida foi criado pelo general Seleuco I Nicátor que derrota o reino Ptolemaico, nas Guerras Sírias, e a Palestina passa para controle Selêucida. No ano de 40 a.C, a Palestina foi controlada pelos partos. E a partir de 37 a. C, foi conquistada pelos romanos, liderados por Herodes, que conquistou Jerusalém. E no século I d. C, aconteceu a diáspora, em que judeus começam a fugir de sua terra devido a perseguição dos romanos.
A seguir vieram a Palestina bizantina, a conquista árabe, os bássidas, os fatímidas, os cruzados, e por último a Palestina otomana. E com a queda do Império Otomano, a Palestina perdeu o seu território para países vizinhos, e os israelitas que restaram dos judeus, galileus e samaritanos ficaram sem uma nação, e perderam as suas identidades. Em 14 de maio de 1948, a ONU cria o estado de Israel, mas em menos de 24 horas, o Egito, Jordânia, Síria. Líbano e Iraque invadem Israel, que se defende vitorioso. E ainda houve a Guerra dos Seis Dias em junho de 1967, em que Israel derrotou as tropas do Egito, Síria e Jordânia, e anexou ao seu território a Península do Sinai, a Faixa de Gaza, a Cisjordânia, Jerusalém e as Colinas de Golã.
O Conflito ainda não acabou, pois moradores palestinos muçulmanos e cristãos, e até judeus palestinos reivindicam uma parte do território de 6.020 quilômetros quadrados, denominada de Estado Palestino que compreende a Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental, e tem como capital Jerusalém e Ramallah, que não é reconhecido pela ONU, e que é palco de atentados, e o povo de Israel não é aceito em seu território, assim como os palestinos não são aceitos em Israel.
Goiânia, 30-05-2023