O PRINCÍPIO
A Torá provém do termo hebraico Iara que significa instrução, ensinamento ou lei, mas a própria palavra é-nos bastante especifica porque tanto para os judeus e para os cristãos são transmitida através duma norma de conduta para alicerçar nosso entendimento através do que cremos ao manifestarmos nosso credo no Eterno, e, sendo assim, temos o direito de perguntar: “Quem na realidade escreveu esses textos de relevância importantíssima?” Pois, além dos livros em hebraico, Bereshit, Shemot, Vayikrah, Bamildbar e Deravim, Também há 613 mandamentos (Talmud), ensinamentos que em sua relevância faz-se cumprir a Torá, para os cristãos, Pentateuco ou deutero-canônicos.
Muitas pessoas pensam que a Torá seja apenas as chamadas Escritura Sagradas designadas apenas para os judeus, que não é bem uma maneira coloquial adequada que devemos transmitir o conteúdo textual, porque o povo judeu no sentido mais amplo e restrito chamada de Torá numa contextualização profunda de estrutura dogmática como regra de fé que conhecemos, e que faz parte da Tanach, quanto aos cristãos, por sua vez, chamam-se de Pentateuco: Gêneses, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Mas, os judeus de cultura helenística transmitiram o contexto proto-hebraico para a cultura grego-romana diante dos conflitos no que cerne o conhecimento literário espiritual do período de influência helenística. Os cinco livros conta-nos a história do povo hebreu da descendência de Éber, povo etnômino provavelmente oriundos dos hebreus, e de como eles conquistaram o que hoje chamamos de Israel e Palestina que de certo é-nos a Terra Prometida, foram os grandes responsáveis para toda expressão religiosa que atualmente temos.
O primeiro livro, O Gêneses (Bereshite), fala-nos numa linguagem universal que compreendemos como o surgimento da criação do mundo, a criação do homem, o dilúvio, a torre de babel, e a partir do capítulo 12, a história já mostra-nos o discurso dialético do Eterno com os hebreus da descendência de Abraão, depois, o povo semi-nômade que encontra-se eventualmente escravos no Egito, e vale salientar, que toda estrutura textual fora escrito não por um autor, e sim toda comunidade que passaram os textos adiante e havendo possivelmente modificações.
O segundo livro, O Êxodo (Shemot), conta-nos o sofrimento dos hebreus e como o povo fora liberto do cativeiro egípcio à Terra Prometida, então, durante todo o percurso narrativo onde passa a história, temos todos os outros livros inseridos no mesmo contexto como Levítico (Vayikrah), Números (Bamildbar) e Deuteronômio (Deravim). Agora, é sábio perguntar: “Quem na realidade escreveu esses importantes livros?”
Os livros são originalmente anônimos como era comum no antigo Oriente Médio onde os livros foram escritos, sábio dizer que os textos tinham o cunho coletivo na sua oração literária e, para que possamos compreender a estrutura literária da Torá na total relevância com nos é apresentada hoje através de interpretações histórico-religioso, precisamos saber que naquela época não havia uma realidade que o conteúdo pertencesse especificamente a um único autor e, no seu contributo que nos é a Torá, sábio dizer que foi escrita não por um único autor, mais provavelmente de toda comunidade que copiava esses textos num contexto de adaptação e modificação histórico-espiritual pelo tempo de anos, talvez, séculos. assim, essa realidade muda durante o Período Helenístico Séc. III-I a.C., os judeus passam a sofrerem com a influência helenística, e os gregos davam muita importância a autoria, sendo assim, os textos anônimos passaram a ter mais relevância e o autor escolhido foi Moises. E, essa datação é mantida por alguns judeus já que o Moisés havia vivido mil anos antes. Só que essa ideia não é historicamente sustentada.
Na idade média, um rabino chamado Abraão Ibn Ezra, que viveu no Séc. VII d. C., havia observado que alguns textos da Torá não poderia ter sido escrito por Moisés por erros de interpretação textuais.
Com base em estudos literários, filológicos históricos e arqueológicos, a maioria dos acadêmicos concordam que a Torá possui uma datação entre o VII-V a. C., com vários autores e editadas num longo período para chegar na expressão que temos hoje como parte das Escrituras Sagradas.
referências consultadas:
BERLIN, Adele et al. The Jewish study bible: Jewish publication society Tanakh translation. Oxford University Press, USA, 2004.
MCDONALD, Lee Martin. The biblical canon: its origin, transmission, and authority. Baker Books, 2006.
PELIKAN, Jaroslav. Whose Bible Is It?: A Short History of the Scriptures. Penguin, 2006.
SCHNIEDEWIND, William M. How the Bible became a book: The textualization of Ancient Israel. Cambridge University Press, 2005.