As Beatitudes parte I
Umas das passagens das escrituras que mais gosto é o Sermão da Montanha, mas especificamente a parte das Beatitudes ou bem-aventuranças.
Hoje gostaria de falar das duas primeiras Beatitudes.
Evangelho de Mateus 5:1-4, onde diz:
"E Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos;
2 E, abrindo a sua boca, os ensinava, dizendo:
3 Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus;
4 Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;"
Bem-aventurado significa abençoado, afortunado e feliz. Alguns teólogos afirmam que o termo também faz referência a aquele que desfruta, nesta vida ou após a morte terrena, das bem-aventuranças divinas. Ou ainda, aquele ou quem usufrui de um estado de santidade e graça celestial.
Quem são esses primeiros afortunados que Jesus chama de "pobres de espírito"? Melhor, o que significa a expressão "pobres de espírito"?
Algumas versões utilizam o termo mais atualizado "humildes de espírito". Mas ambos os termos significam aqueles que dependem exclusivamente de Deus. Os que põe a sua esperança, sorte e suficiência no Altíssimo. Os pobres de espírito são aquelas pessoas que só Deus os basta! Só Deus é o seu sustentáculo!
Vivemos num mundo onde seres humanos põe fé em muitas coisas vãs: em si mesmo, em outro homem, em líderes religiosos, numa suposta cobertura espiritual, em políticos, em entidades religiosas. Mas os pobres de espírito só esperam e aguardam por Deus, pois Nele está sua suficiência.
Nada os satisfazem a não ser o Criador do Cosmo. E são a esses que estão reservado o reino.
É por isso que a palavra fé tem como raiz a palavra latina “fide”, que significa fidelidade. Fé é descansar na soberania de Deus! É ser fiel a seu chamado e propósito.
E quem são os felizes por que choram e serão consolados? Esses não são os que derramam lágrimas, somente. Chorar é infinitamente mais profundo que derramar lágrimas. Pois isso os atores dos antigos anfiteatros gregos e romanos faziam muito bem. Os artistas atuais mais ainda.
Nem serão consolados os que só choram por si mesmo, como numa auto comiseração. Não serão consolados os chorões egoístas e que não enxergam um palmo além dos seus umbigos.
O choro que receberá consolo e os olhos que serão enxutos de todas as lágrimas são daqueles que choram e pranteiam pela dor do próximo, da natureza, do mundo.
É o Choro dos que choram além das lágrimas. Choram com gemidos ardentes e inexprimíveis, com dores no peito, choram com a alma e o coração!
É o Choro do sensível. Daqueles que têm compaixão. Que se colocam no lugar do pobre, do sôfrego, do abatido, do depressivo e dos oprimidos.
Cristãos que não choram não são cristãos. Não receberão consolo do Espírito consolador. Porque o Espírito só consola aqueles que possuem alma e sensibilidade a dor alheia.
No mundo os valores estão invertidos. Existem ateus com almas e cristãos desalmados. Porque independente do rótulo que você carrega em sua vida, o Deus que é consolo e consolação enxergar o coração. Ele vê além das aparências. Das máscaras de piedade. Por isso ele escolheu Davi e não seus irmãos. Porque Ele não olha o rótulo, o nome, a exterioridade, o lugar que se frequenta a cada domingo. Ele ver o coração. Ele sabe as intenções de cada mente. Por isso só serão consolados os que choram com a alma sensível e quebrantada.
Que sejamos os pobres de espírito e os chorões que encontrarão consolação. Amém!