A história dos Macabeus
Após a morte de Alexandre, o Grande, Rei da Macedônia, os seus generais criaram o Reino Selêucida da Síria (323 a 64 a.C), com mais de 30 reis, um Estado helenista caracterizado pelo florescimento e expansão da cultura grega no mundo antigo aliado a cultura oriental. O grande Império da época dominava vários povos, dentre eles os judeus que viviam revoltados com o rei Antioco IV, que havia introduzido o culto do Zeus Olímpico no Templo de Jerusalém, e ainda saqueavam Jerusalém e o templo, reprimiam a religião e culturas judaicas e impunham as tradições helenistas.
Os macabeus eram os integrantes do exército judeu, que se rebelaram e fugiram. Durante a Revolta Macabela, em 167 a 160 a. C., Judas Macabeu (Martelo) com seu exército derrotou os selêucitas. Duas décadas depois, o seu irmão Simão Macabeu fundou a dinastia dos Asmoneus de 140 a 37 a. C., e reimpuseram a religião judaica, expandiram as fronteiras de Israel e reduziram a cultura helenista. Em 37 a. C., Herodes, o Grande, fundou a dinastia herodiana, e quando se viu obrigado a se casar com uma princesa da casa dos asmoneus, Mariamne, para se firmar no poder e, ainda, participou do assassinato do último membro dos asmoneus, que foi afogado em seu palácio, em Jericó.
Vale ressaltar que os macabeus não eram um povo nem nação, eram um grupo de guerreiros do povo judeu que se rebelaram; mas que voltaram para liberar os judeus do jugo dos selêucitas. Judas Macabeu ou “Martelo”, era o terceiro filho do sacerdote judeu Matatias, e ganhou tal apelido devido a sua força e determinação; os seus seguidores também ganharam o apelido de macabeus. Há dois livros de Macabeus no Velho Testamento da Bíblia Católica que narram a história dos macabeus. E há outros dois livros de Macabeus considerados apócrifos ou rejeitados pelos cânones das escrituras cristãs.
O Rei Herodes, o Grande, reinou de 37 a 4 d.C, embora com certa autonomia governava um Estado-cliente de Roma e da Província da Síria. Mesmo sendo cruel, foi um grande administrador, realizou grandes obras como as construções das cidades de Cesareia e Sebástia, e a reforma do Templo de Salomão, tornando-o num majestoso edifício da época. Após a sua morte, Herodes Arquelau, seu filho reinou em seu lugar, entre 4 a.C a 6 d.C. Era cruel e despótico como o seu pai, mas antipático com os judeus, que se rebelaram contra ele. Foi deposto e levado ao exílio pelos romanos. Com a deposição do Rei Arquelau, a Judeia tornou-se uma província Romana governada por prefeitos (praefectus), procuradores e legados nomeados pelo Imperador Romano e vinculada à província da Síria até o ano 66 d.C.; e no ano 135 d.C. com a Revolta de Barcoguebas se fundiu com a Síria para formar a Síria Palestina.
Na Bíblia Sagrada, Arquelau é citado em Mateus 2, quando da morte de Herodes, seu pai: “Mas tendo morrido Herodes, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonho a José no Egito, dizendo: Levanta-te, toma o menino e sua mãe e vai para a terra de Israel; porque já morreram os que procuravam a morte do menino. Então ele se levantou, tomou o menino e sua mãe e foi para a terra de Israel. Ouvindo, porém, que Arquelau reinava na Judeia em lugar de seu pai Herodes, temeu ir para lá; mas avisado em sonho por divina revelação, retirou-se para as regiões da Galileia, e foi habitar numa cidade chamada Nazaré; para que se cumprisse o que fora dito pelos profetas: Ele será chamado nazareno. ” (Mateus 2:19-23)
Jesus cresceu em sabedoria e sob os cuidados do judaísmo religião de seus pais. Conforme a Bíblia, Jacó gerou a José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama Cristo. Jesus após ser batizado por João Batista, quando se viu uma pomba descendo em sua cabeça e ouviu-se uma voz: "Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo." Jesus se declarou o Cristo, o Filho de Deus, ficou quarenta dias e quarenta noites no deserto, e escolheu doze apóstolos para o seu ministério, boas novas, ou nova religião, com base no livro de Torá e com algumas inovações como resumir a lei em dois mandamentos: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, e com autoridade em fazer curas e perdoar pecados, o que revoltou a cúpula do Judaísmo, que não o aceitava mais como membro. Uma revolta que culminou com a sua condenação e crucificação, morte na cruz.
Ao lado de Jesus Cristo, foram crucificados dois ladrões. Depois de um longo dia agonizando e próximos do momento final, um dos ladrões disse a Jesus: Se tu és o Cristo, salva a ti mesmo, e a nós. O outro ladrão, porém, lhe respondeu: Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma situação? E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez. E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no reino. E Jesus lhe disse: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso. Lucas 23: 39-43. Conforme a Bíblia (Mateus 27:46), perto na hora nona (3 horas da tarde) Jesus exclamou: “Eli, Eli, lamá sabactâni; isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? ”; e no terceiro dia ressuscitou e apareceu a muitos e subiu ao Céu, e voltará um dia para resgatar os seus seguidores.
O Calvário e as três cruzes representam a humanidade, isto é, Jesus Cristo o Salvador e dois pecadores, um que se arrepende, outro não. O primeiro ladrão representa as pessoas ruins que nunca se arrependem de seus erros, são egoístas, não acreditam em Deus e ainda zombam de uma condenação. O segundo ladrão representa as pessoas frágeis e sensíveis que embora cometam erros, acreditam em Deus e estão dispostas a mudar para melhor. Quanto a afirmação de Jesus que hoje estarás comigo no Paraíso, acredito que seja um lugar de espera para a vida eterna numa nova Terra. Ou se uma nova Terra já existe noutra dimensão ou sistema solar, não sei. Só sei que há muitos mistérios entre o Céu e a Terra que não podemos imaginar, e para Deus nada é impossível. E só me resta acreditar! Porque a falta de fé nos leva à perdição!
Goiânia, 23-03-2020
Alonso Rodrigues Pimentel