Centenário das Aparições em Fátima
Cem Anos Após as Aparições de Fátima
O momento histórico, 1917, um cenário em meio à Primeira Guerra Mundial, centrada na Europa (1914-1918), miséria, pobreza, fome, desemprego: a violência da guerra invadindo países, cidades, vilas e lares, era o quotidiano dos habitantes destas nações.
Na Cova da Iria, um lugarejo perto de Fátima, o cenário não era diferente. Nos momentos de crise é natural o aumento da fé, da crença em seres superiores que nos venham ajudar .
É tão forte esta presença que até nos parece que realmente estão aqui ao nosso lado. Isso aconteceu na época e acontece todos os dias.
Também, como naquela época, em tempos de aflições extremas, há relatos de milagres e de aparições.
Se fosse feito um estudo mais apurado sobre o tema certamente se chegaria à conclusão de que na mesma época, ou em outros momentos semelhantes, Nossa Senhora apareceu em muitos outros lugares.
As festas religiosas estão aí a confirmar exatamente isso, por trás de cada festa religiosa há a homenagem a uma aparição ou a um milagre que ali ocorreu.
E Nossa Senhora vai sendo homenageada pelo mundo afora graças a esses milagres e aparições, sempre acompanhados de vivências religiosas ocorridas no seio do povo.
Nossa Senhora Aparecida no Brasil: segundo os relatos a aparição da imagem se deu em 1717 quando Pedro Miguel de Almeida Portugal e Vasconcelos, conde de Assumar e governante da capitania de São Paulo e das Minas de Ouro, em viagem para Vila Rica passou por Guaratinguetá. Os habitantes resolveram homenagear o ilustre visitante com festa e comidas típicas da região à base de peixes, embora não fosse temporada de pesca. Os pescadores Domingos Garcia, João Alves e Filipe Pedroso antes de lançarem as redes rezaram, pediram ajuda a Deus. Depois de várias tentativas sem pescar nada, já resolviam desistir da pescaria, numa última tentativa a rede apanhou o corpo de uma imagem da Virgem Maria, sem a cabeça, mais uma tentativa e a rede apanhou a cabeça, ao juntar as partes da imagem esta ficou tão pesada que não conseguiram mais movê-la. Lançaram de novo as redes que quase rompiam com o peso de tanto peixe. Fizeram duas viagens ao porto, o peso era tanto que ameaçava afundar a embarcação. Foi o primeiro milagre de Nossa Senhora Aparecida.
Na Argentina: puxado por uma junta de bois passava por Logan, Um lugarejo não muito próximo de Buenos Aires uma imagem que iria ser a padroeira de uma igreja em Buenos Aires.
Ao chegar a Logan a imagem ficou muito pesada, trouxeram mais uma junta de bois, o carro nem se mexia, mais outra, mais outra e nada do carro sair do lugar. Depois de muitas tentativas sem sucesso o povo começou a perceber que era ali que Nossa Senhora queria ficar como Nossa Senhora de Logan, e assim como em Fátima chegam todos os dias as estes santuários romeiros vindos de todos os lugares. Vêm em busca de cura para os males do corpo e da alma.
A História da Aparição em Fátima, já por demais conhecida de todos, é mais uma manifestação divina. Três crianças, simples pastores de ovelhas, em início de alfabetização, viram uma Senhora vestida de Branco cheia de luz no alto de uma azinheira.
A seu modo contaram a visão, como a vida deles era difícil, pobre em todos os sentidos, associaram a luz a um inferno maior ainda do que o que eles já estavam a viver, era o fogo do inferno que a Mãe lhe mostrava. Não lhes passou pela cabeça que podia ser uma grande demonstração de amor, bondade, de carinho para com aquelas três crianças, essas coisas eles desconheciam.
E as demais visões seguiram este ponto de vista. O povo, com algumas exceções, consagrou a aparição, começava ali no seio do povo uma devoção a Nossa senhora de Fátima que se espalhou por Portugal inteiro, que durante cem anos atrai milhares de peregrinos de Portugal, do mundo inteiro. A igreja, como não podia deixar de ser, se fez ali uma presença forte, e deu a esta fé, a esta crença uma dimensão muito maior.
Cem anos depois o Papa Francisco vem ali assistir ao centenário das Aparições e elevar à condição de Santos os pastorinhos Francisco e Jacinta, um menino com apenas nove anos e sua irmã com apenas sete anos, duas crianças a quem foi tirado o direito de viver a alegria do pastoreio, de serem crianças , de terem infância.
Debilitados, não podia ser diferente, foram apanhados pela gripe espanhola e não resistiram, Francisco morreu de pneumonia um pouco mais de um ano depois da aparição. O mesmo aconteceu com Jacinta. Lúcia seria a sobrevivente, passou a viver em um convento, dela pouco se ouvia falar e ali ficou até à sua morte.
O Centenário das Aparições em Fátima vão ser o ponto alto de todas as festividades católicas em Portugal este ano, serão dias de muita devoção, muita fé, orações pedindo curas e milagres.
Para que Francisco e Jacinta fossem canonizados seriam precisos dois milagres. O primeiro foi a cura de Maria Emília Santos, paralisada por 22 anos, que conseguiu se levantar de sua cadeira de rodas em 1989, o segundo deu-se em 2013: uma criança brasileira de seis anos sobreviveu sem sequelas a uma queda de sete metros, apesar de ter sofrido um grave traumatismo craniano. Dois milagres da fé, de pedidos a dois pastorinhos que em vida viram Nossa Senhora de Fátima.
O que o Papa Francisco, um papa bem humorado, muito à frente da igreja católica ortodoxa do mundo inteiro, para além de oferecer a Nossa Senhora de Fátima um bouquet das mais lindas flores " e manifestar a sua devoção para com Nossa Senhora de Fátima, ali no altar do mundo, dirá para este mundo. Será, sem dúvida, um discurso de dimensão mundial, um forte apelo à paz, um pedido para que as nações acolham com amor e caridade os refugiados das guerras e um esforço das nações para que estas guerras cheguem ao fim.
Os olhos do mundo inteiro estarão, como nunca voltados para Portugal e quem sabe esperando mais um milagre de Nossa Senhora de Fátima, que Sua luz se estenda pelo mundo inteiro e com Ela chegue a paz de Cristo.
Lita Moniz