SÃO JOÃO – O PRECURSOR DE JESUS CRISTO

São João (Batista) é um dos santos mais conhecidos e consagrados da religião cristã. É também um dos mais reverenciados pela Igreja Católica, pelo fato de que veio ao mundo com uma missão especial, o papel fundamental de anunciar a vinda do Messias.

Diferente de outros mártires canonizados ao longo dos séculos, os quais normalmente são festejados pela data do falecimento, São João é um exemplo ímpar, lembrado em todo o mundo justamente pelo seu nascimento, no mês de junho. No Brasil, e em especial na região Nordeste, é comemorado com festas populares e fogueiras acesas nas ruas, num período do ano que é denominado de época junina.

Segundo o Evangelho de Lucas, João nasceu em uma aldeia pertencente a uma cidade do reino de Judá, nas proximidades de Jerusalém, entre os anos 02 a.C e 30 d.C. Era filho do sacerdote Zacarias e de Isabel (ou Elizabete), uma prima próxima de Maria, a mãe de Jesus Cristo. Isabel, que por sua vez era estéril e um tanto já idosa, teve realizado o sonho de ser mãe, quando o anjo Gabriel anunciou a Zacarias que ela lhe daria um filho, o qual deveria chamar-se João.

De acordo com o seu significado, o nome João refere-se a alguém agraciado por Deus, e indica uma pessoa com forte espírito de liderança. Tal descrição viria tornar-se, de fato, uma realidade incontestável, tendo na figura de João alguém pré-determinado a uma vida de renúncias.

A história conta que, quando Maria visitou Isabel, esta ainda grávida e no sexto mês de gestação, o bebê pulou de alegria em seu ventre. Neste momento, ele teria sido santificado por Jesus, que já se encontrava no seio de Maria. Por este motivo, João já nascera santo.

João cresceu e tornou-se, então, um grande profeta que peregrinava ao longo do Rio Jordão, anunciando a penitência, a remissão dos pecados, a conversão e o batismo de pessoas que aceitavam uma mudança em suas vidas. Foi ainda um pregador apaixonado e carismático, uma voz altiva que clamava no deserto anunciando a chegada do Messias. Por isso mesmo é considerado e visto por todos como o precursor de Jesus Cristo, sendo, portanto, um elo entre o Antigo e o Novo Testamento.

João, que mais tarde passou-se a chamar João Batista, por realizar batismos de gentios no Rio Jordão, também chegou a batizar Jesus, embora não se achasse digno de tal merecimento. A sua humildade era tamanha, mas nem por isso calava a voz diante das injustiças, deixando prevalecer o seu senso crítico.

Por incomodar os poderosos da época com suas pregações e acusações fundamentadas, João foi preso e condenado à morte por Herodes Antipas, especialmente por denunciar a vida imoral do governante. João foi degolado e sua cabeça entregue numa bandeja de prata, a pedido de Salomé, uma enteada de Herodes.

TEXTO INCLUÍDO NA REVISTA ACADÊMICA - CATEDRAL: 242 ANOS, UMA CAMINHADA PELA FÉ - PRODUZIDA PELOS ESTUDANTES DO QUARTO PERÍODO DE JORNALISMO DA UEPB.

Paulo Seixas, agosto/2011