Uma modesta análise sobre os atuais líderes mundiais, senhores das guerras, o contexto das crises econômicas e de valores político-ético. O artigo, em sua conclusão trás uma opinião sobre o grande desafio que o Presidente Lula tem pela frente, considerando seu pensamento e prática que se difere dos atuais líderes mundiais, "senhores da dominação e da guerra". 

 

Os poderosos do mundo exploram todas as riquezas da terra, exaurem os recursos naturais e as divergências deles não são mais ideológicas, são econômicas, por isso que o Putin quer mais territórios, por isso que a OTAM se ver ameaçada em seu domínio e ânsia de expansão. Os historiadores e os analistas da geopolítica vão fazer a narrativa dos antecedentes político-históricos que arrastaram o mundo para a guerra atual. Mas é preciso refletir e problematizar que os interesses e conflitos de hoje passam longe do sonho e do ideário civilizatório de um mundo socialmente justo, ecologicamente equilibrado, no respeito à soberania de cada povo e nação e pela igualdade de oportunidade para todos os seres humanos. China, Rússia, EUA e grande parte do ocidente não enxergam o ser humano, enxergam mercadorias, elevadas à potência máxima do mercado financeiro mundial. Os principais produtos que tornam a Europa refém da Rússia são o gás e os fertilizantes (os fertilizantes e o trigo russo também são produtos dos quais o Brasil depende para a grande produção do agronegócio e no caso do trigo para o abastecimento das indústria e comércio), tem ainda o medo que impulsiona a guerra fria e quente vinculada a produção nuclear e ao controle do petróleo. O medo dos poderosos tem o requinte macabro da economia do horror, mas as ações destas autoridades intocáveis aquece o mercado bélico bilionário e tecnologicamente mortífero. Essa economia do horror produz as armas de destruição em massa. O deus mercado é quem divide estes poderosos. O Deus invisível - que dá origem, na história humana às diversas tradições e culturas religiosas -, é retirado do seu sentido de fé autêntica para ser um deus utilitário a serviço dos projetos de poder politico-econômico dominantes.

Fico me perguntando como é que algumas lideranças políticas e os militantes, para um lado e para o outro, conseguem enxergar diferenças fundamentais que justifiquem os horrores de uma guerra. Acaso se um desses senhores da guerra viessem a consolidar uma hegemonia política e econômica as relações entre povos e nações passariam a ser equilibradas, justas e equânimes? Só que não! Com exceção do mandatário chinês e da própria tradição Chinesa, cujo ateísmo é predominante, o Putin namora com a igreja ortodoxa cristã e o Biden é católico declarado. Na prática, o que se pode ver é que a suposta fé ou religião que professam e o fato da ausência de uma religião no caso do mandatário chinês, isso não acrescenta algo que os diferencie no tocante à forma imperialista de lidar com a guerra e de se relacionar com o mundo no que diz respeito à dominação econômica. A miséria e a fome se tornam invisíveis aos olhos da maioria dos poderosos. Eles têm grande capacidade para se emocionar com os pobres, no contexto literário dos Miseráveis de Víctor Hugo, mas fecham os olhos para os pobres da África, da América Latina e dos outros continentes. Bilhões de dólares e euros para a tecnologia e operações de guerra… Para os graves problemas sociais do mundo parcos recursos, projetos ineficazes, filantropia com grande promoção pessoal e a falácia da meritocracia que não salva nem liberta.

E assim caminha (ou definha?) a humanidade. Enquanto isso, no Brasil um arremedo de chefe de estado, sem moral, sem credibilidade e sem noção buscava justificar na fé e na família a sua prática pessoal execrável e os atos do seu desgoverno hediondo. Em verdade, “Deus, Pátria, Familia e Liberdade” era só uma retórica do seu marketing de desgoverno para atrair as multidões de pseudos crentes e católicos dominados pela inconsciência do fundamentalismo religioso. Felizmente, este projeto macabro foi derrotado nas urnas e um líder carismático e sensível às causas sociais foi eleito. O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva é um ponto de equilíbrio que pode contribuir para mudar a desordem nacional e mundial. A disposição do seu governo de colocar os pobres no orçamento, de cuidar do ambiente, de pensar e agir para que a economia não seja apenas o fetiche do mercado financeiro, mas sobretudo, o desafio de projetar uma economia que equilibre desenvolvimento humano e social com crescimento econômico. O desafio é gigantesco quando olhamos para a realidade brasileira e mundial. Que o Presidente Lula e sua equipe de ministros consiga dar este salto de humanismo e desenvolvimento, por meio das políticas públicas e de estado, para reconstruir o Estado Brasileiro, que foi perversamente destruído nos últimos anos.

 

Elias José