UM TIRO, UMA PALAVRA E UM VOTO

Qualquer cidadão, seja ele de bem ou não, que portar um revolver na cintura pode matar uma pessoa com um único disparo, daí o perigoso discurso político da liberação das armas para uma população como a nossa, mal instruída e que passou pelo chamado período "Anos de Chumbos" da época da ditadura militar. O cidadão brasileiro se fechado no trânsito, corre atrás do outro que o fechou com uma barra de ferro nas mãos. Brigas de trânsito são comuns em nossas congestionadas rodovias. Discussões acaloradas e até motoristas que partem para a troca de socos. Agora, você imagine um desses cidadãos com uma arma na cintura: acha mesmo que irá ficar apenas no campo das discussões is conflitos de trânsito? E o vizinho irritado com o barulho do outro, principalmente em apartamentos? Com certeza, pelo que temos visto no dia a dia, armas nas mãos de qualquer cidadão, independente da índole de cada um, o resultado será bang-bang!

Agora reflita: se com um tiro disparado é possível matar uma pessoa, pensem no poder das palavras. Faz jus lembrar aqui aquele ditado popular ou provérbio chinês...

"Três coisas que não voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida"

É momento de repensar a política em nosso país, o rumo perigoso de uma cultura violenta, negacionista, preconceituosa, lisógena e machista que está ganhando adeptos em todos os seguimentos da nossa sociedade: jovens, adultos e adolescentes. E isso tem a ver com o voto. O provérbio acima é para refletir mesmo sobre esse perigoso momento da nossa condução política. É também para que cada um de nós pense sobre a responsabilidade ou a irresponsabilidade do simples ato de se dirigir até uma urna e votar na época das eleições. O meu voto tem mais impactos que uma bala disparada de um revólver e pode impactar muito mais que uma rajada de metralhadora e muito mais que uma palavra maldita. Mas a oportunidade perdida, essa gera um sentimento de ressentimento profundo, que chega a fazer mal à pessoa que deixou passar o bonde da felicidade, alguém, que perdeu a oportunidade de deixar tudo melhor, mas optou pelo caminho errado. É como alguém que viu passar o cavalho encilhado, mas não montou. Alguém que recebeu um "tapa de poeira" na cara e ficou com a sensação de terra nos olhos, vendo depois o vulto dos que passaram na cavalgada e ela ficou. Pois é, essa reflexão nos remete ao lomento que vivemos no Brasil atual, e reflete o que temos presenciado nas manifestações de pessoas arrependidas tardiamente pelo voto que depositou nas urnas em 2018. Reflete também essas ilustrações, aqueles depoimentos de gente que gritou "Fora Dilma" antes de Temer assumir o lugar da única e A PRIMEIRA MULHER eleita democraticamente, desde que foi implantado o voto direto para presidente do Brasil. Já tivemos governadoras, prefeitas, vereadoras, deputadas e até senadoras, porém, presidente nunca tivemos até o momento em que Dilma havia sido eleita. Mas havia uma conspiração machista e elitista inconformada e o resultado todos já sabem: um mandato de 4 anos, e uma reeleição que durou apenas dois anos. Por que esperaram dois anos? Porque diz a Constituição que depois desse período quem assume é o vice-presidente. Um impedimento antes de dois anos, o vice não poderia assumir, e ai teríamos que ter novas eleições. Isso os machistas elitistas também não queriam, porque na visão deles seria mais fácil manobrar o vice, que tem apenas um papel decorativo ao lado do presidente eleito. Muitos estão demonstrando hoje um sentimento de remorso e arrependimento tarde nas manifestações e publicações nas redes sociais, alguns poucos desses até decidiram ir às manifestações de "Fora Bolsonaro" que percorreram as ruas neste último fim de semana, sábado de 19 de junho de 2021 que ocorreu em 366 cidades, 27 capitais brasileiras e mais 42 cidades do exterior, o que equivale a 17 países. Pior que o arrependimento tardio e o remorso de quem votou errado e não pensou na responsabilidade e no comprometimento social do seu voto, são aqueles que deram o grito de "voto nulo" ou "voto em branco" sob o falso argumento do "sou apolítico ou "neutro" ou coisa parecida". De qualquer forma, quem votou sem refletir e quem não votou e preferiu a omissão, os dois tipos de eleitores são hoje responsáveis pela miséria que assola o nosso país. O voto sem consciência e sem responsabilidade social daquele que engoliu a artimanha e o engodo de um discurso elitista, e um "Milkshake ódio" uma mistura política e religiosidade colocados no liquidifidador político-negacionista, que misturou o falso patriotismo, os valores religiosos e de fé com falso moralismo e anticorrupção foi como a poeira do cavalo encilhado que você não montou na hora de votar; foi o bonde que passou e você não embarcou nele, e isso vale para quem votou e para os falsos neutros ou apolíticos. O voto que matou e mata milhões de brasileiros nessa pandemia é o voto de quem negou a Ciência e se dirigiu às urnas em 2018 movidos por um falso sentimento de fé; é o voto desses que cotou num simples mortal como se tivesse votando em Deus, mas como com Deus não se brinca, o resultado é esse: tipico de quem misturou e não aprendeu a separar um discurso politiqueiro do discurso religioso e de fé. O charlatanismo e o charlatão sabem que no Brasil se tem um público enorme que por falta de conhecimento básico misturou tudo mesmo, por isso, descobriu na política e na fé um meio de armar sua rede. Esse público confundiu a ideia do "sagrado" com o "profano", e profanou o "templo" com a teoria do negacionismo e da "terra plana" dos anti iluministas do século XXI. A turma da fé se uniu à turna do obscurantismo; um determinado grupo de extrema direita burguesa com forte pensamento belicoso que num determinado momento, viu na conjuntura política e econômica a oportunidade de jogar o Brasil no retrocesso, retrocesso esse que agora é promovido por um homem, a quem em coro chamavam de "Mito". O voto mitológico, recheado de fé direcionada por segmentos religiosos foi e é, pior que a palavra maldita, que alguém pronunciou e se arrependeu depois.

Com uma palavra podemos matar? Claro! Que tal com o VOTO? Voto que foi depositado numa urna eletrônica sem pensar. Se uma flecha lançada, uma palavra pronunciada não voltam mais, temo pelas consequências e pelos impactos negativos, e o rastro de sangue, lágrimas e suor de quem votou e optou pela "mentira camuflava", mentira confundida com a verdade. ou simplesmente, "mentiras que pareciam verdades", como diz uma obra fantástica de Umberto Eco. Aliás, o versículo de João 8:32 foi muitas vezes usado pelo "mito" era uma mentira em sua própria vida, carreira militar e obras. Os rastos que se deixa para trás podem ser apagados com o tempo e com a poeira trazida pelos ventos, mas jamais poderão ser apagadas as impressões deixadas pelos tiranos de uma história. E as impressões digitais do seu voto ficaram nas teclas quando você digitou ao votar no candidato que defendeu em seus discursos políticos a cultura da morte. Pior que quem decidiu pela cultura da morte sempre disse nos bastidores ser defensor da cultura da vida. Quem sempre disse ser positivo, optou pelo negacionismo na ora de deixar ali a sua impressão digital. Quem se dizia um pregador da paz duradoura fez arminhas nos templos, profanou o altar, trocou Jesus pelo "mito", e ainda assim, continuou afirmando ser seguidor do Autor da Vida, porém, fazendo o gesto ímpio da cultura da morte, pior, cantando louvores. Nessa indesejável toada, o Brasil retrocedeu à miséria, muitas famílias cozinham o feijão, mas não têm o arroz para acompanhar a refeição, porque o arroz está a preço de ouro. Carne? Nem se fala! O velho fogão de lenha voltou a ser ativado para quem mora em casa de chão batido ou na roça. Já tem gente no escuro, porque a luz foi cortada. Alguns ainda comemoram a venda da Eletrobrás. São Paulo depois da ENEL, que antes era Eletropaulo (hoje privatizada) tem uma das energias mais caras. São 500.000 mortos pela política do negacionismo, e a política do governo é direcionada para uma minoria. O lema da bandeira é Ordem e Progresso, mas, nas mãos de quem está a tal "Ordem"? A ordem está nas mãos de quem manda, os os subservientes dizem: "é melhor obedecer"! Para os subservientes a ordem é...

- Cale-se!

- Obedeça!

O subserviente adora dizer isso: "Obedece quem tem juizo, manda quem pode". Quem nunca ouviu isso daquele típico trabalhador puxa-saco de patrão e amedrontado na hora da greve?

Pra finalizar, fica aqui a reflexão. São meio milhão de mortos no Brasil que você escolheu na hora de votar, então, teu voto é o voto que mata, pior que palavras pronunciadas, mas foram as palavras pronunciadas e repetidas pela grande mídia e dirigidas a partir dos púlpitos religiosos que te levaram a depositar o voto da morte, do negacionismo, da violência, do preconceito machista e lisógeno naquele fatídico 7 de outubro, quando o teu VOTO fez com que Bolsonaro ficasse em primeiro lugar no primeiro turno daquelas eleições presidenciais de 2018, vlaro, quem anulou e quem simplesmente não foi votar foi muito mais numeroso do que quem votou. Então temos ai dois tipos de votos: o VOTO da morte e aquele que "VOTOU NO NADA" pra ver no que ia dar. Deu nisso! ao trocaram o Professor pelo xucro, quem ganhou foi a estupida ignorância, a tolice ganhou da inteligência e do racional perdeu para o obscurantismo medieval. Assim a "Terra coltou a ser plana" e a vacina voltou a ser tratada como "bruxaria". Só faltou acender fogueiras para queimar quem contraria o sistema. Foi assim que Fernando Haddad, do que representava o lado culto, em segundo e a ignorância venceu. Foi eleito o negacionista Presidente do Brasil no segundo turno, em 28 de outubro, com 55,13% dos votos válidos. E ainda tem gente que aplaudiu o retrocesso. Mas são 500.000 mortos, meio milhão de lágrimas, e ainda continuam defendendo a tal imunidade de rebanho, negando a vacina. São 500.000 famílias enlutadas, quantos filhos famílias ficaram órfãos? O Brasil não perdeu apenas pessoas, o Brasil perdeu patrimônios históricos; cérebros de excelência intelectual; bagagens culturais que levaram anos de investimentos, enquanto isso a cultura da ignorância ganha vida através de um "mito".

Gente, o que é isto? É hora de parar para refletir.

Que Brasil nós queremos?

Sem olhar para o próprio umbigo, faça uma reflexão histórica, olhe para o passado, compare como estamos no presente e repense na próxima decisão. Você terá a chance consertar o que fez errado e de olhar para a próxima geração em 2022!

Em que momento ou governo você mais prosperou?