Retrocesso na Lava Jato

O STF – Supremo Tribunal Federal - está revendo tardiamente as ações contra Lula em que o mesmo foi acusado e condenado por envolvimento no Processo da Lava Jato pela reforma de um apartamento tríplex no Guarujá e na compra de um sítio em Atibaia, São Paulo, que culminou com a sua prisão e no seu impedimento de disputar as eleições para a Presidência da República em 2018.

Os ministros da Suprema Corte a pedido da Defesa de Lula estão revisando o Processo da Lava Jato em que Lula é condenado a mais de 17 anos em segunda instância, ou seja, no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da quarta região), com sede em Porto Alegre, e dentre outras questões estão discutindo as provas não serem suficientes para a sua condenação e cassação de seus direitos políticos.

A maioria da Segunda Turma do STF decidiu liberar o acesso dos advogados de Lula a conversas vazadas por Moro com outros juízes e promotores. Na época o ex juiz Sergio Moro negou as acusações pela mídia, que não foram investigadas por nenhum órgão. Moro está sendo investigado agora por suspeição do Processo da Lava Jato, em ação movida pela defesa de Lula, no STF.

A meu ver, a condenação e prisão de Lula foi um abuso de poder, ou um julgamento premeditado e precipitado. O Processo da Lava Jato tem o seu mérito por desarticular uma organização que corrompia o patrimônio público há anos, mas extrapolou ao se tornar viciosa. Talvez por falta de um órgão para fiscalizar ações do Poder Judiciário, em que certos juízes e promotores são suspeitos.

Vale ressaltar que a Lava Jato virara uma arma nas mãos dos partidos de oposição ao PT, com apoio de cabos eleitorais e da mídia. A mídia tem uma parcela maior de culpa por dar foco a Lava Jato, ao expor as acusações e nunca a defesa, em busca de ibope. Se não fosse a Lava Jato, o PT ainda estaria no Governo. Na verdade, o processo da Lava Jato não tem nada a ver com Governo do PT de Lula e Dilma Rousseff, até porque políticos de outros partidos também foram envolvidos. Há muita coisa a ser investigada. Mas, agora é tarde! Ninguém vai reparar os danos!

Goiânia, 10-02-2021