O que significa o fato do Rio de Janeiro ter tido 5 governadores presos e o atual afastado?
Assisto a pessoas nas redes sociais o tempo todo
postando sobre o afastamento do governador Wilson Witzel
e comentando a prisão de 5 outros ex-governadores do Estado
do Rio de Janeiro. Mas não percebi em nenhum destes
posts uma análise crítica nem do afastamento, nem da prisão
do ex-chefe do executivo, menos ainda, uma autocrítica da
população que os elegeu.
Cabe também aqui ressaltar, antes de tudo, que a única
ocupante do cargo do executivo estadual que ainda está
viva e nunca foi presa é a ex-governadora Benedita da Silva. Os demais que ainda vivem foram presos. Witzel teve a
prisão solicitada pelo Procurador Geral da República (PGR),
mas o pedido foi negado pelo ministro do Superior Tribunal de
Justiça (STJ) Benedito Gonçalves, responsável pelo caso.
A primeira questão que deve ser pensada é o voto da
população fluminense. Os governadores do Rio de Janeiro
são a cara da população que os elegeu. Os políticos representam
parte significativa dos eleitores tão corruptos quanto
eles. Corruptos só chegam ao poder porque um povo corrupto
os colocou nesse lugar. Como assevera Leandro Karnal:
“Não existem políticos corruptos com povo honesto”.
Isso é uma democracia representativa. Aquela em
que a população elege seus representantes. Sendo assim,
os políticos são a representação de parte do povo que os
escolheu nas urnas. Só um povo corrupto e sem escrúpulos
elege representantes como a si mesmo. Os políticos são o
espelho da população.
A segunda questão que deve ser analisada é que a
justiça brasileira, especialmente a carioca, tem funcionado
nos últimos anos. Não como queríamos, é verdade, mas já
fez bastante coisa. Diferente da justiça de dezenas de outros
Estados da nação.
Terceira questão a ser posta é: ao invés de nos envergonharmos
com a prisão de cinco governadores, nós devemos
nos envergonhar de termos eleito pessoas de péssima
índole como eles. Mas devemos por outro lado estar felizes e
exultantes pela justiça estar sendo feita, pois outrora os que
viviam nas dádivas da impunidade estão sendo punidos.
Em comparação a outros estados brasileiros, ao invés
de nos sentirmos inferiorizados, deveríamos nos sentir
superiores aos demais entes federativos, porque a corrupção
grassa em todo o país e só no Rio de Janeiro governadores
são punidos. Nos demais estados eles ainda vivem praticando
crimes, mantendo-se intocáveis pelo sistema de justiça.
Em muitos desses locais, percebe-se a clara conivência do
poder político com o poder judiciário.
Há toda uma ladroagem que ocorre por centenas de
anos no país inteiro, em todos os municípios, no Distrito Federal,
nos Estados membros e na União. Só o Rio de Janeiro
tem levado grandes políticos, secretários estaduais e empresários
à prisão. Isso é uma prova inequívoca que outros estados
devem seguir o nosso exemplo. Que outros juízes e
tribunais devem agir como o nosso. A única atitude em que
os demais entes federativos não devem nos imitar é em relação
ao voto, pois definitivamente o povo Fluminense não
sabe votar, somos um povo que se gaba da “malandragem”,
da esperteza, mas, no fundo, é um povo estúpido, que vota
mal, que elege bandidos e que acha normal a religião servir
de circo para eleger políticos corruptos e sem escrúpulos.