O peixe morre pela boca: Bolsonaro e o suposto aumento do Auxilio Emergencial
Hoje assistir o ministro Paulo Guedes, da pasta da Economia, dizendo que o Auxílio Emergencial será prorrogado, no entanto com valor menor, preferencialmente que seja 300,00. Assim ele deixou claro que a sua proposta é cair pela metade o valor do benefício.
Há uma pressão de alguns parlamentares de Esquerda e Centro, especialmente, o deputado mineiro André Janones, de prorrogar o Auxílio Emergencial até agosto, mas que o valor se mantenha nos atuais 600,00.
O presidente da República, Jair Bolsonaro, querendo aparecer, como lhe é peculiar, fez um desafio hoje aos deputados, dizendo que se os mesmos abaixarem seus salários, o governo além de prorrogar o Auxílio, poderia elevar o valor para 1000,00 (mil reais).
Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, fez uma contra proposta, disse que a Câmara está disposta a baixar o valor dos seus salários para beneficiar a população, todavia, os três poderes deveriam também diminuir seus salários, sendo assim, o senado, o judiciário e o poder executivo também devem participar desse esforço em prol da população.
Interessante, que o presidente e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmaram que o governo não tem dinheiro e que prorrogar o benefício custaria cerca de 80 bilhões de reais aos cofres públicos.
O supracitado deputado André Janones afirmou em sua Live, também hoje, em resposta a Jair Bolsonaro, que mesmo que baixasse os salários dos deputados esse valor em 4 anos chegaria a meio bilhão (500 milhões de reais), e isso não é nada diante dos 80 bilhões que o governo precisa para arcar com a prorrogação do Auxílio Emergencial.
Diante da proposta sensata do Rodrigo Maia e da fala do deputado federal André Janones, eu digo o seguinte: o presidente da República está blefando e fazendo uma campanha populista para se exaltar diante da população, dando uma que está preocupado com o povo e jogando a responsabilidade para os deputados.
Segundo, essa falácia presidencial não é nova, ela foi feita em relação aos preços dos combustíveis, quando o Bolsonaro disse que se os governadores abrissem mão de impostos estaduais ele também abriria dos federais, com isso o preço iria cair muito. Porém, nem a União e muito menos os Estados, muitos deles falidos e com empréstimos com o próprio governo Federal, poderiam abrir mão de tais receitas, e isso foi dito dois dias depois por Paulo Guedes. Que nenhum ente federativo podia abrir mãos de receitas. Portanto, tal falácia não é nova e são frases de efeitos para enganar os incautos e seus bajuladores acéfalos.
Terceiro, já dizia o famoso ditado: "O peixe morrer pela boca", com isso, estou dizendo que a população, a mídia e os usuários de Redes Sociais devem cobrar o presidente para que o mesmo cumpra o que disse. Que ele honre a sua palavra. Que ele seja homem e tenha hombridade para para além da promessa que aja o cumprimento do prometido.
Não podemos fazer politicagem com o sofrimento da população. Nem usar a dor alheia como trampolim eleitoral. Promessas devem ser cumpridas. A palavra dada deve ser honrada.
Um homem, especialmente um político, não deve ser conhecido e lembrado pelo que fala, mas sobretudo, pelo cumprimento do que prometeu.
Links de Matérias jornalísticas sobre a promessa e desafio de Bolsonaro:
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/06/09/bolsonaro-diz-que-aumenta-auxilio-emergencial-se-parlamentares-cortarem-nos-proprios-salarios.ghtml
https://noticiasconcursos.com.br/direitos-trabalhador/bolsonaro-diz-que-paga-ate-r1-000-se-auxilio-sair-do-salario-de-deputados/