HIPOCRISIA E PSICOPATIA DOS POLÍTICOS E RELIGIOSOS ATUAIS
Análise
Durante o processo eleitoral recente, tivemos a oportunidade de conhecer, ver, acompanhar em noticiários e vídeos, o comportamento dos eleitores que elegeram toda cúpula do governo atual, Presidente, Deputados e Senadores. Não eram eleitores comuns, esses que a gente estava acostumado, direita, esquerda, centro de direita, esquerda radical. Esses novos eleitores vieram de outra denominação, até então, desconhecida da penúltima eleição, surgiram dos calabouços radicais das igrejas, da parte podre das polícias e forças militares diversas e do judiciário moralista radical.
Numa visão paranoica, esses grupos se juntaram e formaram um exército aliciando pessoas que eram facilmente manipuladas por esses líderes, seja igreja, polícia, quartéis e judiciário, por terem fácil acesso a população e seus serviços se tornarem fundamentais em suas divulgações e apelações nas redes sociais e meios de comunicação. Desses líderes sugiram os hipócritas e psicopatas.
Fazendo uma leitura e matando a curiosidade sobre esses assuntos, notei que esses contextos têm ralação com a situação atual do Brasil, encontrei esses escritos, essas informações, que apenas estou contextualizando aqui, mas, os créditos pertencem as referências relacionadas no final desse texto.
Infelizmente tivemos uma união de entidades, que sempre trouxeram conflitos e degradação humana, quando se uniram. A Política e a Religião despertam os Hipócritas e os Psicopatas
Hipócrita
Hipócrita é aquele ou aquela, que demonstra uma coisa, quando sente ou pensa outra, que dissimula sua verdadeira personalidade e afeta, quase sempre por motivos interesseiros ou por medo de assumir sua verdadeira natureza, qualidades ou sentimentos que não possui; fingido, falso, simulado.
Hipocrisia é o ato de fingir ter crenças, virtudes, ideias e sentimentos que a pessoa na verdade não possui, frequentemente exigindo que os outros se comportem dentro de certos parâmetros de conduta moral que a própria pessoa extrapola ou deixa de adotar.
A palavra deriva do latim hypocrisis e do grego hupokrisis -- ambos significando a representação de um ator, atuação, fingimento (no sentido artístico). Essa palavra passou mais tarde a designar moralmente pessoas que representam, que fingem comportamentos. Um exemplo clássico de ato hipócrita é denunciar alguém por realizar alguma ação enquanto realiza ou realizava a mesma ação, isso vimos muito nesse processo eleitoral, nos pronunciamentos, nos julgamentos e nas matérias de jornais e telejornais, tudo foi regado a pura hipocrisia.
O linguista e analista social Noam Chomsky define hipocrisia como "...a recusa de aplicar a nós mesmos os mesmos valores que se aplicam a outros", A hipocrisia é um dos maiores males do comportamento social humano, que promove a injustiça como guerra e as desigualdades sociais, num quadro de autoengano, que inclui a noção de que a hipocrisia em si é um comportamento necessário ou benéfico humano e da sociedade.
François duc de la Rochefoucauld revelou de maneira mordaz a essência do comportamento hipócrita: "A hipocrisia é a homenagem que o vício presta à virtude". Ou seja, todo hipócrita finge emular comportamentos corretos, virtuosos, socialmente aceitos.
O termo “hipocrisia” é também comumente usado (alguns diriam abusado) num sentido que poderia ser designado de maneira mais específica como um “padrão duplo”. Um exemplo disso, é quando alguém acredita honestamente que deveria ser imposto um conjunto de morais para um grupo de indivíduos diferente do de outro grupo.
Hipocrisia é pretensão ou fingimento de ser o que não é. Hipócrita é uma transcrição do vocábulo grego "ypokritís" (υποκριτής). Os atores gregos usavam máscaras de acordo com o papel que representavam numa peça teatral. É daí que o termo hipócrita designa alguém que oculta a realidade atrás de uma máscara de aparência.
Hipocrisia na religião
O Novo Testamento da Bíblia refere-se especificamente aos hipócritas em vários lugares, em especial quando representando de maneira especial a seita dos fariseus, como por exemplo, o Evangelho de Mateus capítulo 23, versículos 13 a 15:
" Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que devorais as casas das viúvas, sob pretexto de prolongadas orações; por isso sofrereis mais rigoroso juízo. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o fazeis filho do inferno duas vezes mais do que vós”.
O hipócrita é alguém que oculta a realidade através de uma máscara de aparência. Na religião há vários exemplos de hipocrisia, no Novo Testamento, onde os hipócritas são lembrados em muitas passagens bíblicas.
Hipocrisia, a máscara social. Atualmente, hipocrisia é o ato de forjar sentimentos, comportamentos e virtudes que não se possui. Ocorre quando uma pessoa, incapaz de ser verdadeira, simula condutas e exige do outro aquilo que nem ela mesmo possui.
HIPOCRISIA NA POLÍTICA E NA VIDA COTIDIANA
O desejo de agradar a qualquer custo, de obter vantagens, de passar uma imagem incorruptível, de tentar desviar o foco dos próprios erros, de viver uma vida censurável sem ser descobertos, pode levar muitos a agir com hipocrisia.
Como podemos nos livrar desse engodo? Aqui estão algumas sugestões:
– Reconhecer os próprios erros
Quem falou que precisamos ser cem por cento o tempo todo? Até gostaríamos, mas isso realmente não existe. Não aqui na mortalidade. Se formos falhos, simplesmente admitamos isso. É muito mais digno admitirmos nossas falhas e fraquezas, do que vestirmos uma máscara. As máscaras caem, estejamos certos disso.
– Aceitar suas condições
Algumas pessoas fingem ser ricas, instruídas, populares, profissionais excepcionais, influentes e até mais bonitas – no mundo virtual tudo é possível. Esqueçamos o que os outros pensarão de nós. Aceitemos a nossa realidade. Sejamos gratos pelo que a vida nos tem dado.
– Evitar apontar o dedo
Enquanto apontamos o dedo indicador para frente, três outros dedos de nossa mão estão sendo apontados para nós. Essa é uma boa lembrança de que enquanto estamos destacando um defeito alheio, é possível identificar, no mínimo, três defeitos em nós mesmos.
– Ajudar, em vez de dar lições de moral
O fato de termos falhas não significa que não podemos ajudar um amigo ou familiar a vencer suas próprias dificuldades pessoais ou fraquezas. Pelo contrário, a união de pessoas falhas que querem progredir pode ser muito frutífera. Mas para que os esforços surtam efeito, acusações não são bem-vindas. Elas podem pôr tudo a perder.
– Corrigir o que está errado
Se desejarmos ter qualidades que ainda não temos, precisamos mudar na forma como conduzimos a nossa vida. Qualidades não surgem de uma hora para outra. Tenhamos em mente que com muito esforço e trabalho tudo é possível. O arrependimento certamente será necessário nessa mudança. Arrependamo-nos sinceramente e trabalhemos. Quem é religioso sabe que Deus está sempre disposto a ajudar. Dirijamo-nos, então, a Ele em oração. Um belo conselho, atribuído a Santo Agostinho, diz: “Ore como se tudo dependesse de Deus e trabalhe como se tudo dependesse de você.”.
– Ser mais tolerantes
Uma boa dose de tolerância vai nos ajudar a vencer a tendência de julgar.
– Usar de empatia
Ao colocarmo-nos no lugar das pessoas que julgamos mal ou que tentamos enganar, estaremos mais dispostos a abandonar a hipocrisia e mostrar quem realmente somos, temendo magoá-las ou prejudicá-las.
– Ser religioso na prática
A hipocrisia é bastante vista no mundo religioso. Pessoas pregam virtudes e admoestam os outros, mas estão longe de ser irrepreensíveis. Suas crenças não passam de teorias; suas vidas, dramatização constante. Esses hipócritas estão entre os mais nocivos, pois da hipocrisia no meio religioso nascem as mais terríveis perseguições e guerras.
– Buscar ajuda, sempre que necessário
Se estivermos com dificuldade de moldar nossa vida segundo aquilo que queremos e acreditamos, poderemos contar com auxílio dos nossos familiares, amigos, líderes eclesiásticos e terapeutas.
No mundo cruel em que vivemos, onde a aparência de uma pessoa vale mais do que a sua essência, é bem provável que a hipocrisia geral aumente a cada dia. No entanto, se conseguirmos aplicar as sugestões propostas neste artigo, poderemos modificar o nosso próprio mundo.
Inicialmente, talvez essa mudança não torne o mundo que almejamos um lugar tão bonito quanto gostaríamos, pois, a realidade nem sempre é fácil de digerir. Mas a verdade é luz. E a luz atrai mais luz. Quando decidirmos assumir ser quem realmente somos, seremos mais livres, pois essa verdade, que é luz, liberta. Então perceberemos quão aprazível é viver essa verdade.
Isso não significa que devamos nos acomodar e deixar para lá nosso progresso pessoal, profissional ou espiritual. Pelo contrário. Reconhecer nossa realidade é o primeiro passo para progredirmos em qualquer âmbito da vida. A verdade precisa imperar para que erros sejam corrigidos e vitórias alcançadas. Partiremos de uma base sólida e real e nossas conquistas também serão sólidas e reais. Então, venceremos por nossos próprios méritos e não teremos mais desejo nem disposição para usar máscara alguma.
PSICOPATA
Psicopata é a designação atribuída a um indivíduo com um padrão comportamental e/ou traço de personalidade, caracterizada em parte por um comportamento antissocial, diminuição da capacidade de empatia/remorso e baixo controle comportamental ou, por outro, pela presença de uma atitude de dominância desmedida. Esse tipo de comportamento agonista é relacionado com a ocorrência de delinquência, crime, falta de remorso e dominância, mas também é associado com competência social e liderança. A psicopatia, descrita como um padrão de alta ocorrência de comportamentos violentos e manipulatórios, é frequentemente considerada uma expressão patológica da agressão instrumental, além da falta de remorso e de empatia.
De maneira geral, nos homens, o transtorno tende a ser mais evidente antes dos 15 anos de idade, e nas mulheres pode passar despercebido por muito tempo, principalmente porque as mulheres psicopatas parecem ser mais discretas e menos impulsivas que os homens, e por se tratar de um transtorno de personalidade, o distúrbio tem eclosão evidente no final da adolescência ou começo da idade adulta, por volta dos 18 anos e geralmente acompanhada por toda a vida.
Diagnóstico
A psicopatia é um conceito controverso, e diferentes grupos e associações têm proposto critérios diferenciados de diagnóstico. Seus aspectos mais característicos foram identificados primeiramente em prisioneiros e pacientes de manicômios judiciários, mas mais tarde se ampliou o escopo da avaliação para todos os tipos de população, uma vez que alguns traços de psicopatia podem ser encontrados em qualquer indivíduo. Critérios diagnósticos pelo DSM-IV-TR para transtorno de personalidade antissocial (F60.2/301.7):
A. Um padrão pervasivo de desrespeito e violação aos direitos dos outros, que ocorre desde os 15 anos, como indicado por pelo menos três dos seguintes critérios:
1. Fracasso em conformar-se às normas sociais com relação a comportamentos legais, indicado pela execução repetida de atos que constituem motivo de detenção;
2. Impulsividade ou fracasso em fazer planos para o futuro;
3. Irritabilidade e agressividade, indicadas por repetidas lutas corporais ou agressões físicas; porém, paradoxalmente, têm fama e geralmente agem de forma bem-comportada.
4. Desrespeito irresponsável pela segurança própria ou alheia;
5. Irresponsabilidade consistente, indicada por um repetido fracasso em manter um comportamento laboral consistente ou honrar obrigações financeiras;
6. Ausência de remorso, indicada por indiferença ou racionalização por ter ferido, maltratado ou roubado outra pessoa.
7. Comportamento sexual exacerbado e inadequado, via de regra com vários parceiros, sem nenhuma ligação afetiva;
8. Agressividade contra animais domésticos;
9. Desrespeito e desprezo por ambientes familiares;
B. O indivíduo tem no mínimo 18 anos de idade.
C. Existem evidências de Transtorno de Conduta com início antes dos 15 anos de idade.
D. A ocorrência do comportamento antissocial não se dá exclusivamente durante o curso de Esquizofrenia ou Episódio Maníaco.
Na Classificação Internacional de Doenças, este transtorno é denominado por Transtorno de Personalidade Dissocial (Código: F60.2). Na população em geral, as taxas dos transtornos de personalidade podem variar de 0,5% a 3%, subindo para 45-66% entre presidiários.
Transtorno de personalidade caracterizado pelo sentimento de desprezo por obrigações sociais ou falta de empatia para com os outros. Há um desvio considerável entre o comportamento e as normas sociais estabelecidas. O comportamento não é facilmente modificado pelas experiências adversas, inclusive pelas punições. Existe uma baixa tolerância à frustração e um baixo limiar de descarga da agressividade, inclusive da violência. Existe uma tendência a culpar os outros ou a fornecer racionalizações plausíveis para explicar um comportamento que leva o sujeito a entrar em conflito com a sociedade.
No entanto, outros autores distinguem a psicopatia do transtorno de personalidade antissocial. A psicopatia parece estar relacionada a algumas importantes disfunções cerebrais, sendo importante considerar que um só único fator não é totalmente esclarecedor para causar o distúrbio; parece haver uma junção de componentes. Embora alguns indivíduos com psicopatia mais branda não tenham tido um histórico traumático, o transtorno - principalmente nos casos mais graves, tais como sádicos e assassinos em série - parece estar associado à mistura de três principais fatores: disfunções cerebrais/biológicas ou traumas neurológicos, predisposição genética e traumas sócio psicológicos na infância (ex: abuso emocional, sexual, físico, negligência, violência, conflitos e separação dos pais etc.).
Todo indivíduo antissocial possui, no mínimo, um desses componentes no histórico de sua vida. Entretanto, nem toda pessoa que sofreu algum tipo de abuso ou perda na infância tornar-se-á um psicopata sem ter uma certa influência genética ou distúrbio cerebral; assim como é inadmissível afirmar que todo indivíduo com pré-disposição genética se tornará psicopata apenas por essa característica. Portanto, a junção dos três fatores torna-se essencial; há de se considerar desde a genética, traumas psicológicos e disfunções no cérebro (especialmente no lobo frontal e sistema límbico).
Segundo Hauck, Teixeira & Dias, "é importante ressaltar que a criminalidade não é um componente essencial da definição da psicopatia, mas sim o comportamento antissocial. O comportamento antissocial pode incluir crimes ou a infração das leis, mas não se resume a isto. Abrange comportamentos de exploração nas relações interpessoais que não chegam a ser considerados infrações penais. Por isso, as concepções modernas de psicopatia consideram fundamental a inclusão das características de personalidade que estão na base do comportamento antissocial de tipo psicopático.
O estudo da psicopatia na população geral é empiricamente justificado, uma vez que os traços que definem a psicopatia são, em tese, compartilhados por toda a população em maior ou menor grau. Psicopatia é um construto psicológico complexo que envolve múltiplos comportamentos e disposições de personalidade. Esses múltiplos comportamentos e disposições, por sua vez, podem se manifestar em diversos contextos sociais específicos. Assim, é extremamente difícil conseguir itens que representem a totalidade de significados compreendidos por um construto como a psicopatia".
O psicólogo português Armindo Freitas-Magalhães é o autor do projeto científico pioneiro "Psicopatia e Emoções em Portugal" (2010) com o objetivo de compreender os processos cerebrais envolvidos nas reações neuropsicofisiológicas da expressão facial da emoção, conhecer a razão pela qual o padrão de emocionalidade negativa é recorrente na psicopatia, se há diferenças de género e idade e procurar os motivos orgânicos e ambientais envolvidos e estabelecer um padrão que permita o tratamento e a profilaxia do crime. Para verificar e analisar o cérebro dos psicopatas e a relação correspondente à expressão facial, será utilizada a imagiologia de ressonância magnética funcional (FMRI), a psicometria neurofuncional e as plataformas informáticas que estimulam os sistemas cerebrais, particularmente o límbico.
História
O conceito de psicopatia surgiu dentro da medicina legal, quando médicos identificaram o fato de que muitos criminosos agressivos e cruéis não apresentavam os sinais clássicos de loucura. Descrições desses pacientes e tentativas de criar categorias são o momento inicial da chamada tradição clínica da psicopatia, fundamentada em estudo de casos, entrevistas e observações, interpretadas sob a óptica da hermenêutica clínica. Philippe Pinel é considerado o pioneiro neste campo, introduzindo descrições científicas de padrões comportamentais e afetivos que se aproximam do que hoje se entende em linhas gerais como psicopatia, articulando o conceito de "mania sem delírio" para descrever pacientes que, embora exibissem comportamentos violentos, tinham entendimento do caráter irracional de suas ações, mas não podiam ser considerados delirantes. Nas décadas seguintes o estudo do tema se aprofundou e até a década de 1940 formou-se um amplo consenso entre os especialistas no tocante à sua definição, mas o quadro estabelecido para o diagnóstico ainda carecia de uma especificidade consistente.
Nesta época surgiu o estudo fundamental de Hervey Cleckley, The Mask of Sanity (A Máscara da Sanidade), que sistematizou o conhecimento até a data e delimitou 16 características da psicopatia, ressalvando que elas não necessitavam estar todas presentes para o diagnóstico ser possível. Além disso, o autor procurou separar a psicopatia da esfera da pura criminalidade e a associou ao estudo do comportamento e da personalidade, enfatizando os aspectos interpessoais e afetivos. Depois dele iniciaram-se estudos empíricos para definir níveis diferenciados de psicopatia, acumulando-se grosso corpo de conhecimento que em parte suplantou a definição inicial de Cleckley, embora ela ainda seja um parâmetro importante.
Psicopatia e Sociopatia
Existem infinitas dúvidas referente às diferenças entre o termo "psicopatia" e "sociopatia". O fato é que, atualmente, ambos termos se referem ao indivíduo com transtorno de personalidade antissocial, embora não se deva confundir uma classificação médica (i.e., TPA) com um padrão comportamental e/ou traço de personalidade (i.e., psicopatia). Para alguns especialistas, como Robert Hare, a diferença entre a psicopatia e a sociopatia consiste basicamente na origem do transtorno. Assim como sociólogos, especialistas de crimes e alguns psicólogos acreditam que o distúrbio, quando originado a partir do próprio meio social, é denominado como sociopatia. Por exemplo, aquele indivíduo que "aprendeu" a cometer atitudes antissociais no próprio meio em que vivia, tal como um ambiente com baixo nível socioeconômico e pais violentos. Já o psicopata consiste na combinação de fatores como biológicos, genéticos e socioambiental. Por exemplo, o indivíduo que aparentemente "nasce" psicopata, independentemente de ter vivido num ambiente com baixo nível socioeconômico.
Para outros especialistas, a psicopatia e a sociopatia são duas manifestações diferentes do transtorno de personalidade antissocial. Tais raciocínios acreditam que os psicopatas nascem com características básicas como impulsividade e ausência de medo, o que faz com que busquem condutas de riscos e perigo, terminando muitas vezes em atitudes antissociais, uma vez que são incapazes de se estabelecerem corretamente nas normas sociais. Já o sociopata, nesta visão, apresenta um temperamento um pouco mais "normal" que os psicopatas.
Em suma, referente ao termo, essas duas variantes da personalidade antissocial têm como causa uma interação variada entre fatores genéticos/biológicos e fatores ambientais, mas a psicopatia tende para fatores genéticos, enquanto que a sociopatia, para o lado socioambiental.
Teoria
Segundo a teoria pela qual uma pessoa psicopata é uma pessoa perversa, supõe-se que nesta classe de doença, o doente é um sujeito que se mantém a par da realidade, mas que carece de Superego. Isto faz com que a pessoa psicopata possa cometer atos criminosos sem sentir culpa.
A noção, cada vez mais reforçada de que as personalidades psicopatas são quase-psicóticas, enquadra-as dentro das estruturas de personalidades borderline (importante ressaltar que a estrutura borderline é diferente do transtorno de personalidade borderline). Não obstante, as pessoas psicopatas têm condutas criminais sem nenhum sentimento de culpa, mantendo plena consciência dos seus crimes ou das suas intenções criminais.
A natureza do superego, enquanto introjeção das regras sociais e as formas de conduta que são apreendidas e interiorizadas pelos indivíduos no processo de socialização tem sido revisto a partir de várias concepções psicossociais em especial as noções de self de Mead e as concepções de desvio - outsiders de Goffman e Parker as denominadas teorias sociológicas da psicologia social
Assassino em série
Uma personalidade psicopata não se restringe ao assassino em série. Um psicopata pode ser uma pessoa simpática e de expressões sensatas que, não obstante, não vacila ao cometer um crime quando lhe convém e, tal como explicado acima, fazê-lo sem sentir culpa pela sua ação.
O contexto social em que é interpretado o ato agressivo forma o criminoso ou o justiceiro social, o policial autorizado a cometer crimes (soldado mandado). Contudo na agressividade psicopatológica dos denominados sociopatas há sempre de se identificar as pulsões sádicas que caracterizam o instinto de morte da espécie humana.
Apesar do ainda controverso tema da existência do instinto agressivo em nossa espécie, pelo menos entre as teorias psicanalíticas não há dúvidas sobre a natureza da compulsão à repetição e características sádicas de suas manifestações descritas por Freud no célebre ensaio: Além do princípio do prazer, 1921.
Código Penal
Do ponto de vista penal existe o dilema, amplamente discutido, sobre se uma personalidade doente é imputável, especialmente se é de origem psicótica. Mesmo que se trate de uma personalidade doente (exemplos: pessoas sádicas, violadoras, etc.) há tendência para sustentar que há uma punição correspondente, dado que, mesmo doente, a pessoa mantém consciência dos seus atos e pode evitar cometê-los. O direito penal usa como formas de classificar a capacidade mental do agente: entendimento por parte do agente se o ato que ele cometeu é ilegal e se mesmo sabendo que é ilegal, consegue se autodeterminar, ou seja, consegue não cometer o ato.
Referências
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Hipocrisia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicopata
https://www.familia.com.br/como-deixar-as-aparencias-de-lado-e-viver-sem-hipocrisia/
Análise
Durante o processo eleitoral recente, tivemos a oportunidade de conhecer, ver, acompanhar em noticiários e vídeos, o comportamento dos eleitores que elegeram toda cúpula do governo atual, Presidente, Deputados e Senadores. Não eram eleitores comuns, esses que a gente estava acostumado, direita, esquerda, centro de direita, esquerda radical. Esses novos eleitores vieram de outra denominação, até então, desconhecida da penúltima eleição, surgiram dos calabouços radicais das igrejas, da parte podre das polícias e forças militares diversas e do judiciário moralista radical.
Numa visão paranoica, esses grupos se juntaram e formaram um exército aliciando pessoas que eram facilmente manipuladas por esses líderes, seja igreja, polícia, quartéis e judiciário, por terem fácil acesso a população e seus serviços se tornarem fundamentais em suas divulgações e apelações nas redes sociais e meios de comunicação. Desses líderes sugiram os hipócritas e psicopatas.
Fazendo uma leitura e matando a curiosidade sobre esses assuntos, notei que esses contextos têm ralação com a situação atual do Brasil, encontrei esses escritos, essas informações, que apenas estou contextualizando aqui, mas, os créditos pertencem as referências relacionadas no final desse texto.
Infelizmente tivemos uma união de entidades, que sempre trouxeram conflitos e degradação humana, quando se uniram. A Política e a Religião despertam os Hipócritas e os Psicopatas
Hipócrita
Hipócrita é aquele ou aquela, que demonstra uma coisa, quando sente ou pensa outra, que dissimula sua verdadeira personalidade e afeta, quase sempre por motivos interesseiros ou por medo de assumir sua verdadeira natureza, qualidades ou sentimentos que não possui; fingido, falso, simulado.
Hipocrisia é o ato de fingir ter crenças, virtudes, ideias e sentimentos que a pessoa na verdade não possui, frequentemente exigindo que os outros se comportem dentro de certos parâmetros de conduta moral que a própria pessoa extrapola ou deixa de adotar.
A palavra deriva do latim hypocrisis e do grego hupokrisis -- ambos significando a representação de um ator, atuação, fingimento (no sentido artístico). Essa palavra passou mais tarde a designar moralmente pessoas que representam, que fingem comportamentos. Um exemplo clássico de ato hipócrita é denunciar alguém por realizar alguma ação enquanto realiza ou realizava a mesma ação, isso vimos muito nesse processo eleitoral, nos pronunciamentos, nos julgamentos e nas matérias de jornais e telejornais, tudo foi regado a pura hipocrisia.
O linguista e analista social Noam Chomsky define hipocrisia como "...a recusa de aplicar a nós mesmos os mesmos valores que se aplicam a outros", A hipocrisia é um dos maiores males do comportamento social humano, que promove a injustiça como guerra e as desigualdades sociais, num quadro de autoengano, que inclui a noção de que a hipocrisia em si é um comportamento necessário ou benéfico humano e da sociedade.
François duc de la Rochefoucauld revelou de maneira mordaz a essência do comportamento hipócrita: "A hipocrisia é a homenagem que o vício presta à virtude". Ou seja, todo hipócrita finge emular comportamentos corretos, virtuosos, socialmente aceitos.
O termo “hipocrisia” é também comumente usado (alguns diriam abusado) num sentido que poderia ser designado de maneira mais específica como um “padrão duplo”. Um exemplo disso, é quando alguém acredita honestamente que deveria ser imposto um conjunto de morais para um grupo de indivíduos diferente do de outro grupo.
Hipocrisia é pretensão ou fingimento de ser o que não é. Hipócrita é uma transcrição do vocábulo grego "ypokritís" (υποκριτής). Os atores gregos usavam máscaras de acordo com o papel que representavam numa peça teatral. É daí que o termo hipócrita designa alguém que oculta a realidade atrás de uma máscara de aparência.
Hipocrisia na religião
O Novo Testamento da Bíblia refere-se especificamente aos hipócritas em vários lugares, em especial quando representando de maneira especial a seita dos fariseus, como por exemplo, o Evangelho de Mateus capítulo 23, versículos 13 a 15:
" Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que devorais as casas das viúvas, sob pretexto de prolongadas orações; por isso sofrereis mais rigoroso juízo. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o fazeis filho do inferno duas vezes mais do que vós”.
O hipócrita é alguém que oculta a realidade através de uma máscara de aparência. Na religião há vários exemplos de hipocrisia, no Novo Testamento, onde os hipócritas são lembrados em muitas passagens bíblicas.
Hipocrisia, a máscara social. Atualmente, hipocrisia é o ato de forjar sentimentos, comportamentos e virtudes que não se possui. Ocorre quando uma pessoa, incapaz de ser verdadeira, simula condutas e exige do outro aquilo que nem ela mesmo possui.
HIPOCRISIA NA POLÍTICA E NA VIDA COTIDIANA
O desejo de agradar a qualquer custo, de obter vantagens, de passar uma imagem incorruptível, de tentar desviar o foco dos próprios erros, de viver uma vida censurável sem ser descobertos, pode levar muitos a agir com hipocrisia.
Como podemos nos livrar desse engodo? Aqui estão algumas sugestões:
– Reconhecer os próprios erros
Quem falou que precisamos ser cem por cento o tempo todo? Até gostaríamos, mas isso realmente não existe. Não aqui na mortalidade. Se formos falhos, simplesmente admitamos isso. É muito mais digno admitirmos nossas falhas e fraquezas, do que vestirmos uma máscara. As máscaras caem, estejamos certos disso.
– Aceitar suas condições
Algumas pessoas fingem ser ricas, instruídas, populares, profissionais excepcionais, influentes e até mais bonitas – no mundo virtual tudo é possível. Esqueçamos o que os outros pensarão de nós. Aceitemos a nossa realidade. Sejamos gratos pelo que a vida nos tem dado.
– Evitar apontar o dedo
Enquanto apontamos o dedo indicador para frente, três outros dedos de nossa mão estão sendo apontados para nós. Essa é uma boa lembrança de que enquanto estamos destacando um defeito alheio, é possível identificar, no mínimo, três defeitos em nós mesmos.
– Ajudar, em vez de dar lições de moral
O fato de termos falhas não significa que não podemos ajudar um amigo ou familiar a vencer suas próprias dificuldades pessoais ou fraquezas. Pelo contrário, a união de pessoas falhas que querem progredir pode ser muito frutífera. Mas para que os esforços surtam efeito, acusações não são bem-vindas. Elas podem pôr tudo a perder.
– Corrigir o que está errado
Se desejarmos ter qualidades que ainda não temos, precisamos mudar na forma como conduzimos a nossa vida. Qualidades não surgem de uma hora para outra. Tenhamos em mente que com muito esforço e trabalho tudo é possível. O arrependimento certamente será necessário nessa mudança. Arrependamo-nos sinceramente e trabalhemos. Quem é religioso sabe que Deus está sempre disposto a ajudar. Dirijamo-nos, então, a Ele em oração. Um belo conselho, atribuído a Santo Agostinho, diz: “Ore como se tudo dependesse de Deus e trabalhe como se tudo dependesse de você.”.
– Ser mais tolerantes
Uma boa dose de tolerância vai nos ajudar a vencer a tendência de julgar.
– Usar de empatia
Ao colocarmo-nos no lugar das pessoas que julgamos mal ou que tentamos enganar, estaremos mais dispostos a abandonar a hipocrisia e mostrar quem realmente somos, temendo magoá-las ou prejudicá-las.
– Ser religioso na prática
A hipocrisia é bastante vista no mundo religioso. Pessoas pregam virtudes e admoestam os outros, mas estão longe de ser irrepreensíveis. Suas crenças não passam de teorias; suas vidas, dramatização constante. Esses hipócritas estão entre os mais nocivos, pois da hipocrisia no meio religioso nascem as mais terríveis perseguições e guerras.
– Buscar ajuda, sempre que necessário
Se estivermos com dificuldade de moldar nossa vida segundo aquilo que queremos e acreditamos, poderemos contar com auxílio dos nossos familiares, amigos, líderes eclesiásticos e terapeutas.
No mundo cruel em que vivemos, onde a aparência de uma pessoa vale mais do que a sua essência, é bem provável que a hipocrisia geral aumente a cada dia. No entanto, se conseguirmos aplicar as sugestões propostas neste artigo, poderemos modificar o nosso próprio mundo.
Inicialmente, talvez essa mudança não torne o mundo que almejamos um lugar tão bonito quanto gostaríamos, pois, a realidade nem sempre é fácil de digerir. Mas a verdade é luz. E a luz atrai mais luz. Quando decidirmos assumir ser quem realmente somos, seremos mais livres, pois essa verdade, que é luz, liberta. Então perceberemos quão aprazível é viver essa verdade.
Isso não significa que devamos nos acomodar e deixar para lá nosso progresso pessoal, profissional ou espiritual. Pelo contrário. Reconhecer nossa realidade é o primeiro passo para progredirmos em qualquer âmbito da vida. A verdade precisa imperar para que erros sejam corrigidos e vitórias alcançadas. Partiremos de uma base sólida e real e nossas conquistas também serão sólidas e reais. Então, venceremos por nossos próprios méritos e não teremos mais desejo nem disposição para usar máscara alguma.
PSICOPATA
Psicopata é a designação atribuída a um indivíduo com um padrão comportamental e/ou traço de personalidade, caracterizada em parte por um comportamento antissocial, diminuição da capacidade de empatia/remorso e baixo controle comportamental ou, por outro, pela presença de uma atitude de dominância desmedida. Esse tipo de comportamento agonista é relacionado com a ocorrência de delinquência, crime, falta de remorso e dominância, mas também é associado com competência social e liderança. A psicopatia, descrita como um padrão de alta ocorrência de comportamentos violentos e manipulatórios, é frequentemente considerada uma expressão patológica da agressão instrumental, além da falta de remorso e de empatia.
De maneira geral, nos homens, o transtorno tende a ser mais evidente antes dos 15 anos de idade, e nas mulheres pode passar despercebido por muito tempo, principalmente porque as mulheres psicopatas parecem ser mais discretas e menos impulsivas que os homens, e por se tratar de um transtorno de personalidade, o distúrbio tem eclosão evidente no final da adolescência ou começo da idade adulta, por volta dos 18 anos e geralmente acompanhada por toda a vida.
Diagnóstico
A psicopatia é um conceito controverso, e diferentes grupos e associações têm proposto critérios diferenciados de diagnóstico. Seus aspectos mais característicos foram identificados primeiramente em prisioneiros e pacientes de manicômios judiciários, mas mais tarde se ampliou o escopo da avaliação para todos os tipos de população, uma vez que alguns traços de psicopatia podem ser encontrados em qualquer indivíduo. Critérios diagnósticos pelo DSM-IV-TR para transtorno de personalidade antissocial (F60.2/301.7):
A. Um padrão pervasivo de desrespeito e violação aos direitos dos outros, que ocorre desde os 15 anos, como indicado por pelo menos três dos seguintes critérios:
1. Fracasso em conformar-se às normas sociais com relação a comportamentos legais, indicado pela execução repetida de atos que constituem motivo de detenção;
2. Impulsividade ou fracasso em fazer planos para o futuro;
3. Irritabilidade e agressividade, indicadas por repetidas lutas corporais ou agressões físicas; porém, paradoxalmente, têm fama e geralmente agem de forma bem-comportada.
4. Desrespeito irresponsável pela segurança própria ou alheia;
5. Irresponsabilidade consistente, indicada por um repetido fracasso em manter um comportamento laboral consistente ou honrar obrigações financeiras;
6. Ausência de remorso, indicada por indiferença ou racionalização por ter ferido, maltratado ou roubado outra pessoa.
7. Comportamento sexual exacerbado e inadequado, via de regra com vários parceiros, sem nenhuma ligação afetiva;
8. Agressividade contra animais domésticos;
9. Desrespeito e desprezo por ambientes familiares;
B. O indivíduo tem no mínimo 18 anos de idade.
C. Existem evidências de Transtorno de Conduta com início antes dos 15 anos de idade.
D. A ocorrência do comportamento antissocial não se dá exclusivamente durante o curso de Esquizofrenia ou Episódio Maníaco.
Na Classificação Internacional de Doenças, este transtorno é denominado por Transtorno de Personalidade Dissocial (Código: F60.2). Na população em geral, as taxas dos transtornos de personalidade podem variar de 0,5% a 3%, subindo para 45-66% entre presidiários.
Transtorno de personalidade caracterizado pelo sentimento de desprezo por obrigações sociais ou falta de empatia para com os outros. Há um desvio considerável entre o comportamento e as normas sociais estabelecidas. O comportamento não é facilmente modificado pelas experiências adversas, inclusive pelas punições. Existe uma baixa tolerância à frustração e um baixo limiar de descarga da agressividade, inclusive da violência. Existe uma tendência a culpar os outros ou a fornecer racionalizações plausíveis para explicar um comportamento que leva o sujeito a entrar em conflito com a sociedade.
No entanto, outros autores distinguem a psicopatia do transtorno de personalidade antissocial. A psicopatia parece estar relacionada a algumas importantes disfunções cerebrais, sendo importante considerar que um só único fator não é totalmente esclarecedor para causar o distúrbio; parece haver uma junção de componentes. Embora alguns indivíduos com psicopatia mais branda não tenham tido um histórico traumático, o transtorno - principalmente nos casos mais graves, tais como sádicos e assassinos em série - parece estar associado à mistura de três principais fatores: disfunções cerebrais/biológicas ou traumas neurológicos, predisposição genética e traumas sócio psicológicos na infância (ex: abuso emocional, sexual, físico, negligência, violência, conflitos e separação dos pais etc.).
Todo indivíduo antissocial possui, no mínimo, um desses componentes no histórico de sua vida. Entretanto, nem toda pessoa que sofreu algum tipo de abuso ou perda na infância tornar-se-á um psicopata sem ter uma certa influência genética ou distúrbio cerebral; assim como é inadmissível afirmar que todo indivíduo com pré-disposição genética se tornará psicopata apenas por essa característica. Portanto, a junção dos três fatores torna-se essencial; há de se considerar desde a genética, traumas psicológicos e disfunções no cérebro (especialmente no lobo frontal e sistema límbico).
Segundo Hauck, Teixeira & Dias, "é importante ressaltar que a criminalidade não é um componente essencial da definição da psicopatia, mas sim o comportamento antissocial. O comportamento antissocial pode incluir crimes ou a infração das leis, mas não se resume a isto. Abrange comportamentos de exploração nas relações interpessoais que não chegam a ser considerados infrações penais. Por isso, as concepções modernas de psicopatia consideram fundamental a inclusão das características de personalidade que estão na base do comportamento antissocial de tipo psicopático.
O estudo da psicopatia na população geral é empiricamente justificado, uma vez que os traços que definem a psicopatia são, em tese, compartilhados por toda a população em maior ou menor grau. Psicopatia é um construto psicológico complexo que envolve múltiplos comportamentos e disposições de personalidade. Esses múltiplos comportamentos e disposições, por sua vez, podem se manifestar em diversos contextos sociais específicos. Assim, é extremamente difícil conseguir itens que representem a totalidade de significados compreendidos por um construto como a psicopatia".
O psicólogo português Armindo Freitas-Magalhães é o autor do projeto científico pioneiro "Psicopatia e Emoções em Portugal" (2010) com o objetivo de compreender os processos cerebrais envolvidos nas reações neuropsicofisiológicas da expressão facial da emoção, conhecer a razão pela qual o padrão de emocionalidade negativa é recorrente na psicopatia, se há diferenças de género e idade e procurar os motivos orgânicos e ambientais envolvidos e estabelecer um padrão que permita o tratamento e a profilaxia do crime. Para verificar e analisar o cérebro dos psicopatas e a relação correspondente à expressão facial, será utilizada a imagiologia de ressonância magnética funcional (FMRI), a psicometria neurofuncional e as plataformas informáticas que estimulam os sistemas cerebrais, particularmente o límbico.
História
O conceito de psicopatia surgiu dentro da medicina legal, quando médicos identificaram o fato de que muitos criminosos agressivos e cruéis não apresentavam os sinais clássicos de loucura. Descrições desses pacientes e tentativas de criar categorias são o momento inicial da chamada tradição clínica da psicopatia, fundamentada em estudo de casos, entrevistas e observações, interpretadas sob a óptica da hermenêutica clínica. Philippe Pinel é considerado o pioneiro neste campo, introduzindo descrições científicas de padrões comportamentais e afetivos que se aproximam do que hoje se entende em linhas gerais como psicopatia, articulando o conceito de "mania sem delírio" para descrever pacientes que, embora exibissem comportamentos violentos, tinham entendimento do caráter irracional de suas ações, mas não podiam ser considerados delirantes. Nas décadas seguintes o estudo do tema se aprofundou e até a década de 1940 formou-se um amplo consenso entre os especialistas no tocante à sua definição, mas o quadro estabelecido para o diagnóstico ainda carecia de uma especificidade consistente.
Nesta época surgiu o estudo fundamental de Hervey Cleckley, The Mask of Sanity (A Máscara da Sanidade), que sistematizou o conhecimento até a data e delimitou 16 características da psicopatia, ressalvando que elas não necessitavam estar todas presentes para o diagnóstico ser possível. Além disso, o autor procurou separar a psicopatia da esfera da pura criminalidade e a associou ao estudo do comportamento e da personalidade, enfatizando os aspectos interpessoais e afetivos. Depois dele iniciaram-se estudos empíricos para definir níveis diferenciados de psicopatia, acumulando-se grosso corpo de conhecimento que em parte suplantou a definição inicial de Cleckley, embora ela ainda seja um parâmetro importante.
Psicopatia e Sociopatia
Existem infinitas dúvidas referente às diferenças entre o termo "psicopatia" e "sociopatia". O fato é que, atualmente, ambos termos se referem ao indivíduo com transtorno de personalidade antissocial, embora não se deva confundir uma classificação médica (i.e., TPA) com um padrão comportamental e/ou traço de personalidade (i.e., psicopatia). Para alguns especialistas, como Robert Hare, a diferença entre a psicopatia e a sociopatia consiste basicamente na origem do transtorno. Assim como sociólogos, especialistas de crimes e alguns psicólogos acreditam que o distúrbio, quando originado a partir do próprio meio social, é denominado como sociopatia. Por exemplo, aquele indivíduo que "aprendeu" a cometer atitudes antissociais no próprio meio em que vivia, tal como um ambiente com baixo nível socioeconômico e pais violentos. Já o psicopata consiste na combinação de fatores como biológicos, genéticos e socioambiental. Por exemplo, o indivíduo que aparentemente "nasce" psicopata, independentemente de ter vivido num ambiente com baixo nível socioeconômico.
Para outros especialistas, a psicopatia e a sociopatia são duas manifestações diferentes do transtorno de personalidade antissocial. Tais raciocínios acreditam que os psicopatas nascem com características básicas como impulsividade e ausência de medo, o que faz com que busquem condutas de riscos e perigo, terminando muitas vezes em atitudes antissociais, uma vez que são incapazes de se estabelecerem corretamente nas normas sociais. Já o sociopata, nesta visão, apresenta um temperamento um pouco mais "normal" que os psicopatas.
Em suma, referente ao termo, essas duas variantes da personalidade antissocial têm como causa uma interação variada entre fatores genéticos/biológicos e fatores ambientais, mas a psicopatia tende para fatores genéticos, enquanto que a sociopatia, para o lado socioambiental.
Teoria
Segundo a teoria pela qual uma pessoa psicopata é uma pessoa perversa, supõe-se que nesta classe de doença, o doente é um sujeito que se mantém a par da realidade, mas que carece de Superego. Isto faz com que a pessoa psicopata possa cometer atos criminosos sem sentir culpa.
A noção, cada vez mais reforçada de que as personalidades psicopatas são quase-psicóticas, enquadra-as dentro das estruturas de personalidades borderline (importante ressaltar que a estrutura borderline é diferente do transtorno de personalidade borderline). Não obstante, as pessoas psicopatas têm condutas criminais sem nenhum sentimento de culpa, mantendo plena consciência dos seus crimes ou das suas intenções criminais.
A natureza do superego, enquanto introjeção das regras sociais e as formas de conduta que são apreendidas e interiorizadas pelos indivíduos no processo de socialização tem sido revisto a partir de várias concepções psicossociais em especial as noções de self de Mead e as concepções de desvio - outsiders de Goffman e Parker as denominadas teorias sociológicas da psicologia social
Assassino em série
Uma personalidade psicopata não se restringe ao assassino em série. Um psicopata pode ser uma pessoa simpática e de expressões sensatas que, não obstante, não vacila ao cometer um crime quando lhe convém e, tal como explicado acima, fazê-lo sem sentir culpa pela sua ação.
O contexto social em que é interpretado o ato agressivo forma o criminoso ou o justiceiro social, o policial autorizado a cometer crimes (soldado mandado). Contudo na agressividade psicopatológica dos denominados sociopatas há sempre de se identificar as pulsões sádicas que caracterizam o instinto de morte da espécie humana.
Apesar do ainda controverso tema da existência do instinto agressivo em nossa espécie, pelo menos entre as teorias psicanalíticas não há dúvidas sobre a natureza da compulsão à repetição e características sádicas de suas manifestações descritas por Freud no célebre ensaio: Além do princípio do prazer, 1921.
Código Penal
Do ponto de vista penal existe o dilema, amplamente discutido, sobre se uma personalidade doente é imputável, especialmente se é de origem psicótica. Mesmo que se trate de uma personalidade doente (exemplos: pessoas sádicas, violadoras, etc.) há tendência para sustentar que há uma punição correspondente, dado que, mesmo doente, a pessoa mantém consciência dos seus atos e pode evitar cometê-los. O direito penal usa como formas de classificar a capacidade mental do agente: entendimento por parte do agente se o ato que ele cometeu é ilegal e se mesmo sabendo que é ilegal, consegue se autodeterminar, ou seja, consegue não cometer o ato.
Referências
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