Com quem os governos sucessivos de fato se importam ?
Bem, a maioria absoluta da população acredita piamente que políticos e governos se preocupam com o povo. Com os habitantes do país, dos Estados membros e dos municípios.
Essa é uma crença infantil. Desconexa da realidade e que nega ou desconhece as ações dos políticos e suas agremiações partidárias.
Se esquecem que o cidadão só tem valor e só é ouvido e atendido pelos governantes e aspirantes a cargos públicos eletivos no período do pleito eleitoral.
Normalmente, os políticos, especialmente vereadores, deputados e senadores são como ursos, hibernam por três anos e meio e só acordam a aproximadamente seis meses da data da eleição.
Já os membros do poder executivo os prefeitos, governadores e presidente da República deixam para o ano eleitoral em caso de reeleição as grandes obras do seu governo.
Portanto, só os iludidos, incautos e analfabetos políticos acreditam que o povo é a preocupação máxima dos que nos governam e legislam.
Quem seriam então as pessoas, instituições ou quaisquer outras entidades que teriam a preocupação dos nossos governantes???
A preocupação dos que nos governam principalmente a nível nacional como presidente da República, governadores, senadores e deputados federais são com o mercado financeiro e os grandes bancos. Não são com seres humanos e suas necessidades que eles se importam, mas com o sistema econômico.
Vamos comprovar o que acabei de afirmar!
Os bancos todos os anos batem recordes de lucro, triplicam seus patrimônios e exploram a população com taxas diversas, juros escorchantes, abuso no cartão de créditos e taxas abusivas no cheque especial.
Em 2019 os lucros dos principais bancos privados no Brasil, conforme o G1 e o Banco Central, foram os seguintes:
O maior lucro entre os grandes bancos em 2019 foi o do Itaú, que registrou ganhos de R$ 26,583 bilhões, um crescimento de 6,4% sobre 2018. Foi o maior resultado anual nominal (Não ajustado pela inflação), já registrados por bancos brasileiros.
O Bradesco registrou um lucro líquido R$ 22,6 bilhões no ano passado, uma alta de 18,32% na comparação com 2018 (R$ 19,085 bilhões).
O Banco do Brasil reportou lucro líquido contábil de R$ 18,16 bilhões em 2019, aumento de 41,2% na comparação com 2018, quando a instituição lucrou R$ 12,86 bilhões.
Já o Santander teve lucro de R$ 14,181 bilhões em 2019, alta de 16,6% frente o ano anterior.
Esse lucro exorbitante não ocorreu somente com no atual governo. Ocorre a décadas em todos os governos sem exceção. Seja ele de Direita ou de Esquerda.
Na pandemia de Covid-19 que estamos passando, o governo Bolsonaro liberou 84 bilhões de reais para socorrer os Estados e municípios no atendimento à população.
Mas para socorrer aos bancos ele liberou através do Banco Central 15 vezes a cifra destinada ao atendimento público. O valor liberado foi de 1,2 trilhões de reais. Parece inacreditável, mas os bancos exploradores e Trilionários têm mais atenção, apreço e direitos que os brasileiros, os pagadores de impostos que sustentam o Estado.
O governo norte-americano na crise de 2009 liberou um total de US$ 10 trilhões para ajudar os bancos, aquecer o mercado financeiro e evitar a quebra das montadoras. Isso daria hoje em reais 50 trilhões.
Tanto governos de esquerda quanto os de Direita no Ocidente, e a China e Japão no Oriente, estão muito mais preocupados com o mercado financeiro e com bancos e montadoras do que com seres humanos carentes de necessidades especiais.
Vivemos numa época que a vida humana não vale absolutamente nada. Pior, é a constatação que quase sempre a vida nunca valeu nada para os governantes em todas os períodos da história e em quase a totalidade dos povos.
Precisamos de uma nova ética que mude o paradigma dessa civilização que valoriza o Ter em detrimento ao Ser.
Precisamos inverter a lógica perversa que estamos inseridos.
Espero que a crise ocasionada por essa pandemia seja o instrumento que nos ensine a ser mais solidários e a valorizar os seres humanos.
Escrito dia 25/03/2020