PERCEPÇÃO DO QUE É PÚBLICO E NECESSÁRIO EM UM PAÍS TUPINIQUIM: EDUCAÇÃO E INTELECTO.
PERCEPÇÃO DO QUE É PÚBLICO E NECESSÁRIO EM UM PAÍS TUPINIQUIM: EDUCAÇÃO E INTELECTO.
Observando o quadro de pessoal público, de todas as esferas, percebemos que o contraste da sobra com a falta é a tônica dos mais diversos conflitos de opinião pública sobre o dimensão do aparato publico que possuímos.
E esse contraste pode ser analisado por um adágio popular que nos fala da capacidade de cada um se fazer necessário, capaz e presente, mesmo nas ausências, pelo simples fato de sermos competentes o suficiente para fazermos falta aos propósitos de qualquer que seja o setor em que labutemos. Seria como se em nossa falta, nada andasse, muito embora não exista essa figura do insubstituível. Pois, como um rio sabe contornar uma montanha para seguir o seu curso para o mar, em todo lugar de trabalho sempre haverá alguém que conseguirá substituir o ausente, mesmo que momentaneamente sem o mesmo ritmo.
Daí, olhamos para os padrões de antigamente, onde haviam funções as mais esdrúxulas para se suprir as necessidades, como existir a função bem genérica de motorista em quase todos os setores dos serviços públicos, quando as mesmas necessidades só poderiam ser bem específicas, como é o caso de motorista para o transporte escolar ou para veículo de emergência. No campo genérico, o nosso enfoque é para os casos de motoristas de viaturas de emergência, que são necessários, mesmo sem ocupar funções de objeto finalístico do órgão, em contraponto ao caso dos motoristas de viaturas das secretarias de receita pública, em que os mesmos não são nem agentes de tributos ou auditores, e se tornam supérfluos, pois caberia a esses últimos o ato dirigir as viaturas em que estejam de serviço.
Outra incoerência é ver todo tipo de autoridade dispor de veículo público e de motorista específico para seus deslocamentos fora da atividade fim, ou mesmo nela, onde dispensaríamos o papel de se necessitar de um servidor a mais para dirigir o veículo oficial. O número de cargos irrelevantes ou que deixaram de ter serventia, até pelo simples fato do avanço tecnológico, mas que perduram nos dias atuais, ainda é grande.
Em países tidos como mais desenvolvidos, principalmente onde o IDH e a renda per capta são acentuados, as suas autoridades e os seus políticos não são déspotas, nem se banqueteiam com os impostos arrecadados, havendo um padrão que chamaríamos de "espartano", numa analogia à antiga cidade estado da Grécia antiga, a qual privilegiava o despojamento do luxo, já que era uma cidade guerreira e fazia seus investimentos no que era suficiente para manter seu aparato de combate, em contraponto ao estilo ateniense.
Em Roma, nos tempos de Júlio César, o famoso orador e senador Cícero já reclamava, quando subia ao púlpito, de que os dois mil servidores públicos, de uma Roma que já possuía um milhão de almas, era demasiado para o que se obtinha de retorno para o povo, muito embora naquela época houvesse a penúria da distinção de classes, onde a plebe não se beneficiava de quase nada, se comparada aos patrícios e senhores da mística Roma, de Rômulo e Remo, onde nos seus primórdios, teve a loba como preceptora e exemplo de uma vida simples e frugal, mesmo no modo de se alimentar.
Se não fosse esse iniciar bem despojado da luxúria de Nero e Calígula, Roma não teria alcançado os rincões do mundo de outrora, fazendo dela um dos berços fundamentais da civilização ocidental. Mas tudo isso não bastou para o continuar, quando Roma se rendeu aos vícios que até hoje perduram nas hostes públicas, com o claro respeito às exceções que se impõe a cada regra.
No nosso Brasil, faltam policiais e médicos. Faltam até justiça e estadistas. Mas, sobretudo falta investimento amplo e consistente em educação e tecnologia, pois um mundo que aprendeu a romper os ditames das estações climáticas, para acessarmos tudo que antes só tínhamos em determinadas épocas, faz mister que sejamos cada vez mais competentes para o enfrentamento da globalização.
Não podemos fechar os olhos para o exemplo asiático, que rompeu os grilhões do atraso e da luxuria das cortes, com grande obstinação e comprometimento com a formação intelectual e técnica de seus povos, causando perplexidade aos nababos europeus e norte americanos, que se achavam intocáveis no domínio econômico e social do mundo.
Vislumbro para nós o que os gregos antigos imaginavam sobre Atlântida, como sendo o futuro almejado do mundo, em que os benefícios sociais cheguem para todos, e onde se enalteça o bom viver, totalmente respaldado pelo respeito à vida e ao planeta, pois para esse banquete quase que celestial, temos todos os temperos, fermentos e farinhas, que serão misturados e enformados adequadamente para enfim coroarmos com a cereja da certeza de que a nossa existência teve valia para o todo criado por Deus, mesmo que para alguns esse meu dogmatismo se demonstre como uma afronta ao seus modos de ser, já que a todos é dado o direito de crer ou não crer.
Não conflitemos nossos costumes ou gostos, nem nossas torcidas, mas somemos naquilo que é primordial para todos, que é a vida e a capacidade intrínseca do brasileiro de dar a volta por cima, de se refazer dos escombros dos terremotos econômicos que teimam em ceifar a liberdade e a esperança de cada um, respeitando ao seu semelhante como a si próprio.
Só assim venceremos, irmanados à paz!
Texto publicado no Facebook em 13/04/2018