“Cidadão Salesopolense”
“Senador Caxias”, personagem da novela “O Rei do Gado”, recebe título de Cidadão Salesopolense. Os homenageados anteriormente devem sentir-se lisonjeados ou humilhados?
Qual é a importância real desse título? A pergunta está sendo feita pela comunidade e é bem oportuna. Afinal, quais são os critérios estabelecidos para a sua indicação e os objetivos almejados com essas iniciativas? Se a indicação de pessoas reais já é polêmica, imagina quando se inclui o de personagens fictícios. O que se discute, por tabela, é a seriedade da questão e o poder de discernimento das personalidades envolvidas na votação.
Os nove dos treze, que votaram a favor, teriam realmente uma opinião formada a respeito ou simplesmente levaram na brincadeira? Entretanto, qualquer das posições é preocupante. Não teriam nossos representantes verdadeiras prioridades que mereçam suas reais preocupações, com iniciativas aprovadas pela comunidade e com retorno palpável e não apenas especulativo para a classe representada?
“Senador Caxias”, personagem da novela “O Rei do Gado”, recebe título de Cidadão Salesopolense. Os homenageados anteriormente devem sentir-se lisonjeados ou humilhados? O que se perguntava, entre uma legislatura e outra, era...
“- E para o Papai Noel, não vai nada?”
Ironias à parte, entretanto, a sequência dos fatos nos dá motivos novos para reflexão. Recentemente, em sessão extra-ordinária, o título foi cassado pelos vereadores empossados. Dois estreantes não compareceram, esquivando-se da responsabilidade de definir seu posicionamento e provar capacidade pessoal de discernimento, de senso, de maturidade, de compromisso com os eleitores perante uma situação polêmica – embora sem grandes consequências para o pensamento simples da comunidade.
Assuntos mais sérios, no entanto, nos aguardam. É importante, portanto, postura clara em questões como essa, independente da gravidade do caso. Pois ela define, ou nos dá mostras, do grau de manipulação a favor de partidos ou grupos políticos, independente dos reais interesses comunitários.
Coisa séria levada na brincadeira compromete a credibilidade perante o cidadão responsável atento às decisões de seus representantes.
É por essas e outras que nem todos retornam... E choram, depois, pelo leite derramado!
(artigo original escrito em 09/02/1997 e publicado no jornal A Notícia)