A liberdade legal do sul brasileiro
A LIBERDADE LEGAL DO SUL BRASILEIRO (Por Joacir Dal Sotto *)
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A luta pela liberdade dos povos sempre foi complexa, não basta um povo com suas características intransferíveis querer criar a própria constituição, é preciso que organismos internacionais possam defender um direito tão nobre. No desmembramento dos três estados do sul não é diferente, a luta é pesada e ao mesmo tempo gera uma tensão no que dizem ser uma democracia do estado brasileiro. Em alguns países e principalmente na história recente, é possível ver que muito sangue já correu. A proposta de nosso movimento separatista é simples, é seguramente um movimento que carrega em sua carta de princípios, uma completa destituição legal do movimento em caso de guerra.
É certo que poderíamos estar apenas colocando ideias na mesa da discussão, ainda que muitos brasileiros não reúnam argumentos para que possamos esclarecer tudo o que justifica o nosso ato libertário. Em hipótese alguma usamos de exemplos que dão razão para os atos absurdos do passado, este é apenas uma história que não retorna. Porém, diante o que exalamos com uma profundidade ímpar, muitos dos nossos opositores usam de ataques incompatíveis com o que está em nosso estatuto e em nossa carta de princípios. “O sul é o meu país” está além da opinião intuitiva, temos legalidade jurídica e tudo o que dizem de agressivo contra o nosso projeto é sem sombra dúvidas, um ato de ódio contra o que nasceu livre.
É preciso que o povo pense, que o povo discuta em praça pública, que a nossa mensagem seja levada de forma clara para quem adormece na escuridão. Antes de qualquer pedra ser atirada em um poço é preciso conhecer o poço e as razões que nos levam até o poço, metaforicamente falando é preciso que saibamos fazer a diferença, quem faz a diferença é dono da própria causa. Alguns juristas defendem que o Brasil é indissolúvel e realmente é a constituição que assegura tal direito. O problema é que nenhuma verdade é absoluta, sendo que sábios concluem que nenhuma constituição é absoluta.
Quando falamos em autodeterminação dos povos é simples mergulhar na história. Historicamente muitos povos foram massacrados ao defenderem suas diferenças, ao defenderem os seus territórios de territórios que por estarem povoados por pessoas diferentes, se sentiam no direito de sugarem todas as riquezas do outro. O que temos hoje são organizações internacionais que observam os injustiçados e estendem a mão quando percebem que uma região de qualquer país do mundo é livre para constituir um novo país. Descentralizando o poder de Brasília e deixando com que o sul seja um país, e deixando com que o restante do Brasil seja capaz de administrar as suas próprias riquezas, é certo de que teremos ganhos na forma eficaz que o povo de cada região será representado.
Os que são do sul do atual estado brasileiro estão lutando pelo direito de separação sem o uso de armas, de violência verbal ou moral. Não defendemos uma separação pelo que nos desiguala com o restante do Brasil, defendemos uma separação pelo que nos iguala aqui no sul brasileiro. Respeitamos cada povo e no dia de nossa independência estaremos prontos para contribuir com outros tantos países que nos rodeiam. Somos uma família brasileira e a família sulista se prepara para sorrir legalmente em seus campos.
Em uma democracia é sempre possível pedir para que a oposição possa respeitar o que é diferente, para que a oposição possa aceitar o que é decidido dentro dos limites territoriais que cada povo tem direito. Na história não podemos encontrar argumentos para agredir povos, a história é apenas forte quando fazemos parte daquilo que entrará para a história. É chegado o momento de acordarmos todos os sulistas e subirmos no alto da montanha para dizermos que temos o nosso ideal, que temos uma bandeira branca para negarmos a guerra. A bandeira azul que hoje levantamos em cada evento patrocinado pelos que acreditam no movimento sulista é uma bandeira que apenas redesenha o pensamento de milhões de conformados com a separação. O mundo nos observa e o Brasil não está sendo ameaçado por rebeldes, é que a constituição brasileira permite a nossa livre expressão do pensamento e organismos internacionais defendem indiscriminadamente a autodeterminação dos povos.
* Escritor Joacir Dal Sotto, autor do livro "Curvas da Verdade" e secretário na comissão de Lages (SC) do movimento "O sul é o meu país".