Venda de artigos para palhaços

VENDA DE ARTIGOS PARA PALHAÇOS (Por Joacir Dal Sotto *)

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Certamente estamos vivendo um tempo em que os idiotas formam uma maioria. É um absurdo uma prefeitura municipal pagar aluguel para hospedar escritórios públicos, apesar de ser algo comum. Dificilmente encontramos terrenos de propriedade pública sendo usados para construção de escritórios que sejam de utilidade pública. Para nos depararmos com uma placa de vende-se, implantada sobre o solo popular, realmente temos mais escravos do que os próprios gregos imaginavam ter antes da maldita compaixão predominar na humanidade.

Os artistas talvez sejam o poço profundo que os representantes do povo querem atirar uma pedra, ainda que políticos sejam essenciais, é o sangue que ainda não correu que passa pelas veias corruptas. Não importa se falo de deuses metaforicamente ou que o inferno são os outros, o que importa são os valores humanos que agora questiono. Querem vender o que é do povo, querem arrumar dinheiro para manterem as poucas repartições públicas. O problema é que o dinheiro da venda de um terreno público será usado para “tapar furos de uma péssima gestão”.

Quem será o comprador de um terreno do povo? Coronéis? Investidores? Amigos dos gestores públicos?

Legalmente será feito um documento para oficializar a venda, legalmente será enterrada a inteligência e o caráter do povo. O mundo é dos fortes, os fracos apenas opinam e a opinião dos fracos apenas registra os absurdos de um Brasil sem ética. Eu estou longe de representar as mazelas populares, se sou irônico é culpa de minhas escolhas. Temos fé ou conhecimento nas escolhas populares?

Acho que o povo é medroso, acho que o povo é tolo. Se fossem todos gays iriam se prostituir, se são modernos irão expressar todo o ressentimento. Claro, o povo está fugindo de sua obrigação e o terreno do povo está sendo “leiloado”. Uma hipótese é que no terreno público que é vendido seja feita uma fábrica de artigos para palhaços, leis já temos, temos um deputado representando os palhaços, temos uma legião que assina uma autorização por ser incapaz de possuir independência.

Em outros tempos usariam armas pesadas para defenderem os seus direitos como cidadãos, hoje é bonito ser idiota. No “leilão” criado pela gestão pública, oficialmente eleita pelo povo, ganha é o fabricante de artigos para palhaços. A empresa que pagar mais pelo terreno público terá o direito de vender para cada cidadão um nariz de palhaço, a irmandade sairá fortalecida e milhões de artigos para palhaços serão vendidos. Me calo e na resposta para o povo nem uso de meu tempo para expor minhas reflexões, a saída que tenho é irônica, chama-se revolução.

* Escritor Joacir Dal Sotto, autor do livro "Curvas da Verdade" e colunista da página "Cura Mental e Espiritual 'Mestre Divino'".

Joacir Dal Sotto
Enviado por Joacir Dal Sotto em 08/02/2016
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