UM JOGO DE CARTAS MARCADAS

Queimadas (PB), bem como vários outros municípios semelhantes, sofre as consequências de não poder contar, efetivamente, com o trabalho de seus legisladores. Essa passividade (ou poderia dizer omissão?) está intrinsecamente ligada à forma de campanha antiética que há muito os levam a eleger-se (raríssimas exceções). Até aqui, nenhuma novidade.

Seguindo essa linha de raciocínio, eis que surge uma indagação: Até que ponto encontra-se enraizada em nossa cidade a cultura de que, candidato que não oferece nada (dinheiro, principalmente) durante uma eleição, nada recebe do povo, especialmente em se tratando de voto? Continuo sem novidade, apenas com dúvidas.

Sabemos que essas “ofertas” são uma realidade bastante antiga e que garantem a permanência de muitos indivíduos em seus mandatos “comprados”. Para tanto, certos políticos nunca deixam de alimentar seus “currais eleitorais”, antes, durante e também depois das eleições, para obterem mais êxito e uma maior tranquilidade nas urnas. A essa prática dá-se o nome de “voto de cabresto”, mas nem por isso nenhum eleitor comprometido com essa prática quer ser chamado de burro...

Vamos acabar com aquela velha opinião de que, para se conseguir uma vaga no legislativo municipal, é necessário ao candidato, talvez, possuir um automóvel para transportar mulher grávida, ou um caminhão pipa para atender ao povo sedento nos sítios e povoados. Um futuro mandato vai muito além disso!

Em respeito aos mais necessitados, que por vezes não podem dar-se ao luxo de dispensar certos “favores” oportunistas e com segundas intenções, mesmo assim não posso deixar de fazer, em tempo, um outro questionamento básico: O que esperar de alguém que, deliberadamente, compra o seu voto? Reflitam sobre isso e não se esforcem muito (não será necessário) para chegar a uma conclusão. Palavras chaves: RESSARCIMENTO PÓSTUMO.

Paulo Seixas, setembro de 2012