Crise brasileira
(publicada no jornal "O Popular", seção Cartas dos Leitores, Goiânia, Goiás, 06-03-93)
O Senado terá que apreciar em dois turnos (no primeiro teste houve vitória dos a favor, 66 contra 8), aprovar ou não o projeto de ajuste fiscal ( que foi aprovado pela Câmara Federal), no qual está contido o malfadado e discutido imposto sobre cheque. Trata-se do Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF), que tem como objeto viabilizar as contas governamentais até a sua extinção num período aproximado de dois anos.
O pior é que já pagamos um monte de impostos e nada tem resolvido, temos uma economia desequilibrada, com a inflação e a recessão aumentando a cada dia. E o Estado tem-se demonstrado um mau gestor do dinheiro que pagamos sob a forma de tributos. O Brasil é um dos países onde se mais paga impostos!
Os empresários são contra o IPMF, temem o agravamento da recessão. (Muitas empresas faliram; há muitos desempregados!) Os trabalhadores serão os mais prejudicados, vão sofrer com a inflação (receber menos, pagar mais) e com o salário mínimo defasado (o menor da América), cerca de 50 dólares, o que não dá para comprar gêneros alimentícios, ainda mais carro popular (fusca?) de 7.000 mil dólares! Os economistas dizem que a cobrança desse novo imposto não trará benefícios ao Governo...
O que o Governo precisa é acabar com a sonegação das empresas, a corrupção e os altos salários dos parlamentares. Não acho justo um representante de um povo sofrido ganhar 80 vezes mais. A redução dos altos salários dos funcionários das estatais já é um grande passo para a moralização desse nosso país.