Plebiscito sobre a divisão do Pará – opinião!
Plebiscito é a consulta direta ao povo sobre questão de notória importância política. No caso do plebiscito do Pará, a ‘notória importância política’ é descaradamente de interesse privado e não público. Não poucos especialistas no assunto acreditam que o plebiscito do Pará é mais uma jogada política que visa à emancipação de Carajás e Tapajós. O referendo sobre a redistribuição territorial estadual acontece no dia 11 de dezembro deste ano. Até lá, cabe a cada um considerar bem o assunto antes de votar sim ou não.
O povo Paraense já começou inúmeros manifestos contra a divisão do Estado. Para muitos é vergonhoso só o fato de haverem aprovado um plebiscito. Por outro lado, há aqueles que defendem a divisão e também ensaiam a campanha. A verdade de tudo isso é que o plebiscito do desmembramento custará cerca de 5 milhões!!! Enquanto ostentam dinheiro nas campanhas pré-eleitorais, estudantes do ensino público de Belém chamam atenção em rede Nacional, por terem que estudar em salas de aula com condições precárias. O descaso nos hospitais da capital e em muitos pólos do interior são notícias diariamente nos jornais do país inteiro.
Se a divisão se consolidar, o Pará terá seu território reduzido a 17% de sua área atual. As riquezas minerais do Estado ficarão concentradas em Carajás e para a manutenção dos 2 novos Estados haverá um alto custo. Por exemplo, seriam gastos mais de 1 bilhão por ano com a manutenção administrativa. Parece que muitos recursos seriam aplicados nos novos Estados, aliás, esta é a única esperança dos moradores dessa região, que em sua maioria vota a favor da divisão, todavia, é bom que se pergunte: o dinheiro vai mesmo melhorar a qualidade de vida do povo? O tão sonhado progresso vai mesmo chegar à mesa dos mais humildes? Ou vai ficar nas mãos administrativas dos colarinhos brancos?!
A divisão do Estado está mesmo causando polêmica. Muitas personalidades Paraenses declaram-se contra a divisão. Figura de destaque nesse caso é o meia da Seleção Brasileira e do Santos, Paulo Henrique Ganso. Ele apóia a campanha “Pelo Pará Unido”. Os separatistas, entretanto, querem a divisão. Mas em meio a esse fogo cruzado quem paga a conta não são os envolvidos, são os espectadores. Isso mesmo! A conta será paga pela União. Se a divisão ocorrer mesmo, a conta será paga pela União Nacional dos Estados. Essa afirmativa foi matéria publicada pelo Diário do Nordeste. A despeito do que aconteceu com o Tocantins em 1988, o fundo da União dos Estados injetará nos dois novos Estados 1 bilhão por ano e ainda mais repasses e benefícios federais do FPE (Fundo de Participação dos Estados). Como diz o humorista: ‘fecha a conta e passa a régua’.
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Agora como paraense, posso falar que sou contra a divisão do Estado, porém, não apático aos apelos dos moradores da região de Carajás e Tapajós que vivem em condições sub-humanas. Tenho parentes em Santarém e sei muito bem como o descaso com essas regiões são um agravante. Todavia, não acho que com a divisão o problema será sanado. Temos exemplos de Estados brasileiros bem menores que o Pará e os mesmos problemas de descaso com moradores distantes da capital, logo, tamanho, não é garantia de melhoria. Todos nós queremos solução e não divisão! Sabemos que os paraenses são pouco beneficiados por suas riquezas. Não estamos lutando por time de futebol, nem por orgulho regionalista, estamos lutando contra mais uma desavergonhada jogada política. O Pará é maior! Dividir pra crescer? É uma propaganda medíocre! Por acaso, dividir o Brasil, o tornaria mais desenvolvido? Olhe para os nossos vizinhos. A Argentina, por exemplo; ou veja outros países da Europa, muitos deles não possuem nem o tamanho da Amazônia e dão de 10 no Brasil em desenvolvimento. A divisão não vai resolver, é preciso ir lá ao lixo escondido nos bueiros ‘ratazonicos’ que insistem em camuflar. Ao invés dessa palhaçada de redução territorial, por que não reduzem a vergonhosa corrupção do nosso país?! Já está na hora de todo o povo brasileiro se unir e opinar sobre essas questões, porque uma divisão territorial não pode ser só de competência do Estado do Pará, mas de todos os cidadãos brasileiros. Muitos especialistas da vida administrativa brasileira estão sustentando a opinião de que a criação de novos Estados é uma manobra política, querem criar mais cargos executivos e aumentar favores políticos, uma vez que, precisariam de pelo menos 3 novos senadores e 8 deputados para cada um desses novos Estados. Fica um alerta sobre a mídia que se vai fazer a favor da divisão, haja vista que, grande parte dos meios de comunicação está nas mãos de empresários que não estão nem aí para o interesse público e, ainda por cima, em sua maioria não são paraenses e defendem acordos políticos para garantir sua parte no bolo da divisão. Mas o povo do Pará não! Falta muito esclarecimento sobre o assunto... Muitos incautos abraçarão a idéia da divisão. A propósito, a divisão foi idéia de senadores que não sabem (Deus me perdoe) porcaria nenhuma do Pará, não são paraenses, não conhecem nada do nosso Estado! Querem a divisão apenas para se beneficiar das novas oportunidades dos novos Estados. Mais coronéis no poder!! Portanto, eu digo Não a Divisão!
O Povo paraense deve permanecer unido. Porque o Pará é dos paraenses!!!!
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Wellington Lima, São Luís – MA. 01 de dezembro de 2011.