SOIS MAÇOM?

A Maçonaria, como bem sabemos, é uma instituição universal e progressista, cujo proposito reside na edificação de uma sociedade fundamentada em princípios éticos, virtudes morais e fraternas, no sentido de promover o aprimoramento pessoal, “o respeito mútuo” e o bem comum que possam dignificar o espírito e a humanidade.

Igualmente vale recordar, que a palavra maçom, em sua etimologia, vem do francês “maçon” que significa pedreiro, cujo termo dicionarista (substantivo masculino), diz ser um “iniciado na maçonaria, cujos membros professam os princípios da Liberdade, Igualdade, Fraternidade, Paz, Justiça e Democracia.

A exposição de ambos conceitos, vem à luz deste modesto traçado, tão somente para ilustrar duas expressões que requerem, indubitavelmente, devotada atenção. Me refiro aos termos “ser maçom” e “ser reconhecido maçom”, uma vez que, apesar de ligadas, se diferem fortemente a partir de uma simples indagação: Sois Maçom?

Entenda que a pergunta retórica objetiva aqui não mais do que uma interrogação, uma vez que não buscamos neste momento, uma resposta, mas uma ação que explore estimular uma profunda e necessária reflexão sobre a essência de seu real significado.

A princípio, é importante sublinhar que “ser Maçom” nem sempre significa, na expressão máxima da palavra irradiada, que “como tal” será reconhecido, pois, para atingir esta finalidade é necessário irromper os sinais, toques e palavras cobertas por um emaranhado complexo de procedimentos.

Observemos o obreiro da Arte Real, que há muito compreendeu sua natureza de iniciado, e se aprimorou no trabalho constante de sua Pedra Bruta, que evoluiu moral e espiritualmente, tomando consciência da grandiosidade da vida, e que trabalha constantemente no lapidar de sua pedra bruta, este bem sabe que não lhe basta apenas isto.

Neste caso, convém expor que o Maçom é de longe e historicamente "reconhecido", de fato e de direito, por sua postura, gestos, atos e atitudes profícuas - tanto no mundo maçônico quanto profano, que embora distintos, integram-se pela notória influência que um exerce sobre o outro. Também por sua visão de mundo, generosidade da alma, consciência justa e coração apaziguador, pela forma de tratamento, cordial e respeitosa, pela tolerância que pratica, e o amor fraternal que espargi a todos os semelhantes; preceitos morais e racionais fundamentados nos ensinamentos da maçonaria, sob o signo de seus símbolos e alegorias.

No entanto, cabe salientar não haver em nenhum processo de evolução moral, intelectual e espiritual lecionados pela maçonaria, qualquer tipo de perfeição a ser atingida, e nem maçom perfeito. O que existe – e devemos meditar atentamente, são os frutos maduros colhidos das experiências ocorridas durante o caminhar desta busca constante, que ajuda promover as transformações que elevam o homem e seus atos. Isso não quer dizer que falhas deixarão de existir. Haverá sim! É por isso que o Maçom, provido de sua consciência burilada, provocada por um alerta, buscará sempre aparar as arestas que teimam surgir em sua Pedra Cúbica, reingressando assim, em seu Templo Interior para meditar e retomar com força e vigor aos propósitos que concretizem a felicidade humana.

Sublinha-se, como exercício incessante a estes processos de aperfeiçoamento moral e humanístico, relembrar, refletir e colocar em prática o que preconizam os nossos juramentos, as instruções reveladas e desveladas em nossos Rituais, bem como a legislação que rege, tanto os direitos quanto os deveres de um Maçom, pois neles existem, além do que se evidencia, um tesouro subsumido de alva porcelana a ser descoberto.

Outros exemplos sugerem cuidados especiais com as nossas "verdades engessadas", pois, muita das vezes elas nos cegam, daí a importância de entendermos a dinâmica das percepções que o tempo promove. Precisamos também buscar vencer nossas paixões, submeter nossa vontade, entre outros, o de defender o Irmão e sua família, de socorrê-los sempre que a necessidade for justa e perfeita, até porque, resguardado nos princípios abordados, caso ocorra alguma desavença, as mesmas devem ser resolvidas, sem mágoas, rancores, etc. É difícil? Para muitos, sim, porque somos humanos, cheio de imperfeições. Contudo, se o Maçom ainda não aprendeu a superar, perdoar, seguir em frente, e dispor mão sobre os processos de ensino aprendizagem que a vida oferece, dificilmente deixará para trás a chancela de ser apenas um iniciado que ainda não compreendeu (mas sempre haverá tempo para isso) o íntimo e a grandiosidade dos mistérios da maçonaria, e da própria existência humana.

Em síntese, a proposta principal, fruto de observações, é empreender nossas consciências, quando, muitas das vezes, sem percebermos, fazemos escapulir atitudes nocivas, falas e ações deletérias que vão em desencontro aos preceitos da maçonaria, a exemplo, inclusive, da propagação desnecessárias e inoportuna de ódio e querelas. De tal feita, insistimos, se alguma situação ofender ou prejudicar um Irmão, deve-se, com sabedoria, equidade e justiça - seja em âmbito pessoal ou de Loja - buscar resolver os embaraços como um verdadeiro Maçom, não como um profano, cuja venda não lhe permite ver o clarão que alaúde a essência da Maçonaria. Eis aqui o mistério revelado que tantos buscam: ser Maçom, e como tal ser reconhecido.

Eylan Manoel da Silva Lins, M∴M.

Eylan Lins
Enviado por Eylan Lins em 08/12/2023
Reeditado em 19/02/2024
Código do texto: T7949695
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