Renné Descartes e a Teoria do “Cogito, ergo sum”
O método cartesiano consiste no Ceticismo Metodológico. Duvida-se de cada ideia que não seja clara e distinta.
A Teoria do “Cogito, ergo sum” é a resposta de Descartes para o impasse ao qual o argumento do Deus enganador o levara. Se a existência do Deus enganador nos leva a colocar tudo em dúvida, porque não podemos ter certeza de nada, então, tudo o que nos resta é certamente a dúvida. E, se a dúvida é uma forma de pensamento, duvidar é pensar. A existência do pensamento não pode ser colocada em dúvida, pois duvidar é pensar. Por outro lado, se há o pensamento, há o ser pensante. Este é o sentido essencial do apotegma “Penso, logo existo” (Discurso do método, IV) ou melhor, “Penso, existo”, como se encontra no texto.
A dúvida de Déscartes não é natural, provocada pela própria experiência. Trata-se de uma dúvida voluntária. Em suas Meditações Metafísicas, expõe o filósofo: “Agora, pois, que meu espírito está livre de todos os cuidados, e que consegui um repouso assegurado numa pacífica solidão, aplicar-me-ei seriamente e com liberdade em destruir em geral todas as minhas antigas opiniões. Ora, não será necessário, para alcançar esse desígnio, provar que todas elas são falsas, o que talvez nunca levasse a cabo; mas, uma vez que a razão já me persuade de que não devo menos cuidadosamente impedir-me de dar crédito às coisas que não são inteiramente certas e indubitáveis, do que às que nos parecem manifestamente ser falsas, o menor motivo de dúvida que eu nelas encontrar bastará para me levar a rejeitar todas. E, para isso, não é necessário que examine cada uma em particular, o que seria um trabalho infinito; mas, visto que a ruína dos alicerces carrega necessariamente consigo todo o resto do edifício, dedicar-me-ei inicialmente aos princípios sobre os quais todas as minhas antigas opiniões estavam apoiadas. Tudo o que recebi, até presentemente, como o mais verdadeiro e seguro, aprendi-o dos sentidos ou pelos sentidos: ora, experimentei algumas vezes que esses sentidos eram enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente em quem já nos enganou uma vez.” DESCARTES, René. Meditações metafísicas. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011, parágrafo 2°.
Ao contrário dos gregos antigos e dos escolásticos, que acreditavam que as coisas existem simplesmente porque precisam existir, ou porque assim deve ser, Descartes instituiu a dúvida de forma radical. A suspensão do juízo é total e absoluta - nada está fora do seu alvo. É necessário duvidar de tudo, até que seja possível encontrar algo tão verdadeiro que resista à própria possibilidade da dúvida - uma verdade indubitável.
Com fulcro nesse pensamento, Descartes busca a existência do próprio eu (que duvida, portanto, é sujeito de algo - cogito ergo sum, penso logo sou) e de Deus.
O método cartesiano consiste no Ceticismo Metodológico. Duvida-se de cada ideia que não seja clara e distinta.
A Teoria do “Cogito, ergo sum” é a resposta de Descartes para o impasse ao qual o argumento do Deus enganador o levara. Se a existência do Deus enganador nos leva a colocar tudo em dúvida, porque não podemos ter certeza de nada, então, tudo o que nos resta é certamente a dúvida. E, se a dúvida é uma forma de pensamento, duvidar é pensar. A existência do pensamento não pode ser colocada em dúvida, pois duvidar é pensar. Por outro lado, se há o pensamento, há o ser pensante. Este é o sentido essencial do apotegma “Penso, logo existo” (Discurso do método, IV) ou melhor, “Penso, existo”, como se encontra no texto.
A dúvida de Déscartes não é natural, provocada pela própria experiência. Trata-se de uma dúvida voluntária. Em suas Meditações Metafísicas, expõe o filósofo: “Agora, pois, que meu espírito está livre de todos os cuidados, e que consegui um repouso assegurado numa pacífica solidão, aplicar-me-ei seriamente e com liberdade em destruir em geral todas as minhas antigas opiniões. Ora, não será necessário, para alcançar esse desígnio, provar que todas elas são falsas, o que talvez nunca levasse a cabo; mas, uma vez que a razão já me persuade de que não devo menos cuidadosamente impedir-me de dar crédito às coisas que não são inteiramente certas e indubitáveis, do que às que nos parecem manifestamente ser falsas, o menor motivo de dúvida que eu nelas encontrar bastará para me levar a rejeitar todas. E, para isso, não é necessário que examine cada uma em particular, o que seria um trabalho infinito; mas, visto que a ruína dos alicerces carrega necessariamente consigo todo o resto do edifício, dedicar-me-ei inicialmente aos princípios sobre os quais todas as minhas antigas opiniões estavam apoiadas. Tudo o que recebi, até presentemente, como o mais verdadeiro e seguro, aprendi-o dos sentidos ou pelos sentidos: ora, experimentei algumas vezes que esses sentidos eram enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente em quem já nos enganou uma vez.” DESCARTES, René. Meditações metafísicas. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011, parágrafo 2°.
Ao contrário dos gregos antigos e dos escolásticos, que acreditavam que as coisas existem simplesmente porque precisam existir, ou porque assim deve ser, Descartes instituiu a dúvida de forma radical. A suspensão do juízo é total e absoluta - nada está fora do seu alvo. É necessário duvidar de tudo, até que seja possível encontrar algo tão verdadeiro que resista à própria possibilidade da dúvida - uma verdade indubitável.
Com fulcro nesse pensamento, Descartes busca a existência do próprio eu (que duvida, portanto, é sujeito de algo - cogito ergo sum, penso logo sou) e de Deus.