A COISA MAIS IMPORTANTE NA VIDA
José Ribeiro de Oliveira
Indiscutivelmente, a coisa mais importante é está vivo! Mas estando vivo, qual é a coisa mais importante NA vida? Será o sexo? O amor? O dinheiro? O poder? A Saúde? Tudo isso é importante, e muito importante. Tudo! Em seu momento, em determinada situação, ou mesmo em caráter permanente. Tudo isto e muitas coisas mais, conforme a concepção de cada um. Mas o que será a coisa mais importante NA vida? Não se assuste e nem ache que é jocosidade. A coisa mais importante na vida é conservá-la por muito tempo! Mas não é só isso. É conservá-la e também manter todas as aptidões que ela pode promover, ou seja, viver com saúde, vigor, disposição, discernimento, criatividade, produtividade e gozo de tudo que ela pode ofertar. Viver! Mas viver bem e gozar na vida tudo que for possível, abundantemente, de forma justa, coerente e honesta. Acumular sabedoria a cada instante, difundi-la e dela fazer uso para o bem próprio e alheio. E neste entendimento entra também a espiritualidade, desenvolvida pela compreensão da vida, pelo autoconhecimento, pela evolução do pensamento, que é o trilhar nas veredas do mistério da vida. Viver, portanto, não é apenas estar vivo, é exercer tudo isso; é vivenciar o encanto e o espetáculo da vida; é protagonizar, atuar nesse palco da vida como ator/autor, exibindo as cenas reais da sua história. Tudo isso é viver, e viver intensamente.
Mas é justamente isto que se quer: viver intensamente e abundantemente, assim como Deus prometeu. Mas Deus nos deu a vida e disse: “crescei e multiplicai”. Disse ainda: “que todos tenham vida em abundância”. Para fazer jus a essa abundância, o Criador fez algumas exigências, tanto no campo espiritual quanto no plano social: “crer em Deus sobre todas as coisas”; “não cobiçar as coisas alheias”; “não roubar”; “não matar”; “não desejar a mulher do próximo” etc. Veja que todas essas condutas procuram disciplinar o indivíduo sob a ordem espiritual e social, norteando a formação do homem como um ser pensante, espiritualizado e socialmente integrado. Com essa estirpe, temos um ser humano espiritualmente, socialmente e politicamente correto. Tudo isso significa uma boa formação humana.
Muito bem! Mas ainda não ficou respondida qual a coisa mais importante NA vida? Vamos agora raciocinar sob outro aspecto: se a coisa mais importante é estar vivo, é imprescindível pressupor que estar vivo é ser ator em toda essa engrenagem da vida. Do contrário, viver por existir é ser apenas espectador da vida. E o que devemos fazer para participar intensamente do esplendor da vida? Muitas coisas precisamos fazer para estarmos sempre no palco. Precisamos nos preparar fisicamente e psiquicamente. Então é forçoso concluir que precisamos nos manter em forma nesses dois campos da nossa existência. Para estarmos no palco da vida é necessário que saibamos manter essa vida. Se queremos viver, viver muito e viver bem, o que temos que fazer, acima de tudo, e isto nos compete fazer, é zelar pela manutenção da nossa vida. Manter a vida significa dar-lhe dinamismo. E como manter a vida? Há uma luta contínua preservá-la: ter certos cuidados com a saúde; ter comportamentos de moderação; não arriscá-la desnecessariamente; ter hábitos e costumes que possam dar-lhe melhor qualidade, dentre outras providências. Essas medidas preventivas e profiláticas podem contribuir significativamente para a longevidade.
Atualmente, a humanidade tem se preocupado incansavelmente em buscar avanços científicos que possam eliminar algumas patologias ainda sem cura, tais como a AIDS, o câncer, a gripe e tantas outras que abocanham grande parte da economia mundial no custeio de profilaxias paliativas, mas que deixam conseqüências desastrosas e parecem sem solução. É um fator que periclita a vida.
Todos os avanços científicos no campo da saúde giram em torno da cura das patologias ou na amenização das suas conseqüências. Algumas medidas de caráter preventivo já vêm sendo tomadas há algumas décadas, através das vacinas, uma recorrência muito questionada quanto à eficácia dos seus efeitos e os prejuízos ao sistema imunológico natural dos indivíduos e do ambiente. São profilaxias de massa e de grande repercussão psicológica que, se não combatem as endemias e epidemias, pelo menos controlam o pânico. A gripe suína criou enorme alvoroço no mundo. Repentinamente, deixou-se de falar na doença, por se considerar que os seus índices de mortalidade eram iguais aos da gripe comum. Acabou o pânico. Muito boa estratégia governamental.
Mas tudo isso é para responder apenas a uma indagação: qual a coisa mais importante na vida? Você acha que já falamos? Certamente que não, pelo menos diretamente e individualmente. A final, estamos falando de uma coisa, não de várias, como já citamos.
Quando somos concebidos, através do fenômeno da fecundação: encontro do óvulo (feminino) com o espermatozóide (masculino), imediatamente é formado o ovo, produto dessa concepção. Para que esse projeto de um novo ser prospere, preciso é que busque, de alguma forma, um meio de sobreviver. Se, dentro de algumas horas, o ovo, já fecundado não conseguir alimento, morrerá. Também poderá ser expelido facilmente, caso não encontre um abrigo seguro. Mas a natureza é perfeita e empurra o ovo para se ancorar na parede do útero. Ali, ele se encosta, se prega, desenvolvendo inicialmente uma espécie de ventosa, momento em que começa a depender da vida da mãe. Logo em seguida começa a desenvolver um elo entre o organismo materno, chamado cordão umbilical. Com essa fixação no colo do útero, processo denominado de nidação, o ovo começa a receber alimento da própria mãe, que será responsável pela nutrição do novo ser, para que ele se desenvolva, regular e naturalmente.
No seu primeiro estágio de vida intra-uterina, temos o embrião, até por volta de três meses de geração. Na segunda fase, já tomando formas definidas, é considerado feto, seguindo o seu desenvolvimento até o parto, quando se tornará nascente, e recém-nascido após vir à luz. Durante todo o período de gestação o novo ser recebe alimentação do organismo da mãe. Neste período, a saúde e o desenvolvimento do produto da concepção dependerão da vida da gestante. As influencias da sua alimentação, do seu comportamento, hábitos e costumes e vícios, poderão se refletir no ser em formação.
A alimentação adequada da gestante nesta fase é importantíssima para a saúde do filho. Nascido, a mãe continua a alimentá-lo pelo seio, até que o filho desenvolva a estrutura orgânica e se adapte a novas formas de alimentação. Os médicos recomendam que o bebê deva se alimentar do leite materno até os primeiros dois anos de vida, para adquirir um sistema imunológico mais resistente, e assim, uma melhor saúde.
No desenvolvimento extra-uterino, passamos pelas fases da 1ª infância (até os 7 anos); 2ª infância (entre 8 e 14 anos); adolescente (dos 12 aos 18 anos); mocidade (18 aos 21 anos); idade adulta (dos 22 aos 60 anos); velhice (dos 60 aos 80 anos) e fase da senilidade após essa faixa etária.
Após largar a alimentação natural da teta materna, antes passando por processos de adaptação com leites artificiais, inicia a ingestão com alimentos sólidos e, daí por diante, se desenvolverá buscando sua alimentação própria, segundo o seu gosto e padrão de vida. Este indivíduo desenvolverá o apetite alimentar e descobrirá que comer, além de alimentar, gera prazer, prazer da gula: satisfação fisiológica e psicologia que passará a sentir no hábito de ver, degustar e engolir “coisas” ditas alimentos. Alimentos que manterão a vida; alimentos que provocarão doenças; alimentos que causarão distúrbios fisiológicos e patológicos; alimentos que engordam, outros que emagrecem; alimentos que estimulam a produção de certas substancias do próprio organismo; outros que alteram a ação destas substancias; alimentos que possuem nutrientes necessários ao nosso organismo; outros que enganam o apetite e provocam volume intestinal.
Na cadeia alimentar do ser humano há uma infinidade de opções sendo acrescentadas a cada dia. Há alimentos que dizem conter substancias que ativam o modulo cerebral e melhoram a memória; outros dizem fazer bem à inteligência (ômegas); outros dizem ser afrodisíacos. Em fim, o nosso corpo é constituído de inúmeras substancias extraídas daquilo que comemos.
Os nutricionistas definem um tipo de alimento para cada pessoa, conforme a sua constituição física e atividade; os fisioterapeutas recomendam atividades físicas que podem manter uma boa forma. Tudo que fazemos na vida pode está ligado à sua manutenção, mas nada na vida tem mais importância na sua manutenção, que a atividade de comer. Se comermos mal, teremos problemas; se comermos muito, também. Não é o simples ato de comer que tem prioridade, é a necessidade de se comer corretamente, ou seja, dentre tantas coisas que fazemos, comer é dar manutenção à vida, fisiologicamente, fisicamente, psiquicamente, socialmente e espiritualmente. O ato de comer não é apenas um ato fisiológico de alimentação do corpo. Ao contrário, é a própria manutenção da vida. Portanto, é um momento de concatenação entre o fisiologismo corporal e os sentidos. Há uma celebração de todo o ser no simples ato de comer.
Era sempre durante a ceia que Jesus Cristo falava aos seus discípulos. Por isso, em todas as religiões, se repete esse ato da Santa Ceia, para simbolizar a vida de Cristo, que se perdeu pela nossa vida. No âmbito social, é para um jantar, um almoço ou para um lanche que mais se convida outra pessoa. Comer é dar manutenção à vida. Com a vida saudável, tudo o mais você poderá fazer. Então, sua vida depende do que você come, do quanto come e de que jeito você come. Desse ato dependerá a sua vida a sua saúde e a sua longevidade. Agora responda: qual é a coisa mais importante na sua vida?
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