Fisicalismo é metafísica, não ciência
Fisicalismo (ou fisicismo) é uma posição metafísica, e não científica. Essa perspectiva afirma que tudo o que existe é, em última análise, de natureza física, ou seja, que todos os fenômenos — incluindo estados mentais, consciência e estruturas sociais — têm origem em processos e entidades físicas.
O fisicalismo é classificado como metafísico porque faz uma afirmação ontológica ampla sobre a natureza da realidade, sugerindo que tudo, sem exceção, é essencialmente físico. Isso ultrapassa o que pode ser testado ou observado diretamente, tratando da essência fundamental da existência — um tema característico da metafísica, e não da ciência empírica.
Embora a ciência dependa de métodos empíricos para testar hipóteses observáveis, o fisicalismo vai além, afirmando que até mesmo o que ainda não compreendemos totalmente, como a consciência, é de natureza física. Essa ideia não é passível de teste direto, como ocorre com hipóteses científicas. Assim sendo, o fisicalismo atua mais como uma estrutura interpretativa para os resultados científicos do que como uma conclusão derivada deles. Por exemplo, a neurociência pode identificar correlações entre estados cerebrais e a consciência, mas afirmar que a consciência é apenas uma atividade cerebral é uma interpretação metafísica, e não um dado científico.
Apesar de se basear em descobertas da física, biologia e neurociência, o fisicalismo permanece uma posição metafísica. Ele orienta como interpretamos esses resultados, mas não é algo que surge diretamente da ciência.