*A dança da vitória na vingança Pataxós

A dança da vitória Pataxó

Contrariando o pensamento da imprensa esportiva brasileira que nem sempre está à serviço da verdade e que erroneamente se cansou de bradar que a Seleção da Alemanha fez um trabalho de longo prazo para ganhar a Copa do Mundo de Futebol de 2014, os números revelam um grande engano. Os germanos não passavam de jogadores medianos, integrantes de uma das piores seleções dos últimos decênios.

Nas eliminatórias europeias, a Alemanha estava no Grupo C, juntamente com a Suécia, Áustria, Irlanda, Cazaquistão e Ilhas Faroé. Nesta chave, qual seria a possibilidade da Seleção da Cacimba de Dentro não se classificar? Qualquer time de futebol alemão se classificaria em primeiro lugar, sem muitos esforços. Dos trinta pontos possíveis, eles ganharam vinte e oito, e ainda assim, em duas partidas contra a fraca Suécia, tomaram sete gols. Venceram em casa por 5 x 3 e empataram fora por 4 x 4. Convenhamos que isso não foi proeza alguma, aconteceria normalmente por deficiência dos adversários.

A Suécia se classificou em segundo lugar e, na repescagem, foi eliminada por Portugal, em duas partidas duríssimas. Portugal, que no Brasil ficou no grupo da Alemanha, era uma Seleção tão fraca quanto a Suécias e vinha de um tremendo vexame ao perder dentro de casa, sobre o comando técnico de Filipão, a Eurocopa de Seleções. Perdeu duas vezes, na abertura e na final, para a mesma Seleção da Grécia. Era uma Seleção sem brilho e sem brios.

Quando os alemães chegaram ao centro de treinamento em Santa Cruz Cabrália, na Bahia, salvo a “política de boa vizinhança” que desempenharam com sabedoria, nada mais tinham a apresentar. A grande novidade eram as camisas nos moldes das camisas do Flamengo do Rio de janeiro. Era um time medíocre, sem craque algum no estrelado mundial, que apenas viera tentar a sorte e a sorte apareceu na segunda-feira, dia 9/06/2014.

Se eu fosse arrostar-me com mais aprumo na história dos Pataxós, incorreria numa delongada lenga-lenga de fatos, pouco interessante para o assunto aqui tratado. Ainda assim, é necessário ressaltar o incômodo e os dissabores vividos pela comunidade indígenas brasileira, desde que o primeiro invasor português pisou no solo desta Terra de Santa Cruz. Embora seja do conhecimento de toda a nação, o fato é que ninguém está nem aí pra isso, estamos na “Terra do murici, cada um cuide de si”. Nenhum outro conflito é mais antigo que a luta dos Pataxós por suas terras.

Seis dias antes da estreia da seleção alemã na copa do mundo de futebol, os Índios Pataxós da Aldeia Coroa Vermelha estiveram no centro de treinamento alemão, em Santo André, povoado de Santa Cruz Cabrália, para hipotecar seu apoio e confiança. Para tanto, fizeram a “dança da vitória” com maracás e palmas, e embora não estavam pintados e ornamentados para a guerra, sabia-se que era uma desforra contra o governo brasileiro.

Era o dia do aniversário do atacante Miroslav Klose, que acabou se tornando o maior artilheiro de todas as copas. Participaram dessa festa o próprio Klose, o goleiro Neuer, (considerado o melhor da copa), Philpp Lahn, Thomas Muller, Podolski, Ozil, Schweinsteiger e outros que, embora desengonçados, atuaram ativamente.

Até aquele catastrófico dia 8 de julho de 2014, Brasil e Alemanha enfrentaram-se vinte e uma vezes, com cinco empates, quatro derrotas e doze vitórias brasileiras, incluindo aí uma final de copa do mundo na Ásia, quando vencemos de 2 x 0.

Até o dia do jogo contra a seleção brasileira, os alemães só fizeram uma partida convincente, contra a fraquíssima seleção portuguesa, quando venceram por 4 x 0. Neste percurso, empataram com Gana e venceram a Nigéria por 2 x 1 na prorrogação. Em ambas as oportunidades, estiveram mais perto da derrota que da vitória.

A dança da vitória nunca foi tão evidente, quanto nos jogos Alemanha 7 x 1 Brasil e na final Alemanha 1 x 0 Argentina. O placar contra o Brasil foi de tal forma surpreendente, que os próprios atletas germânicos, ao final do primeiro tempo, se perguntavam o que estava acontecendo. Alguma coisa absurdamente inacreditável estava presente, mas na Aldeia Pataxó, a festa rolava solta.

Na final contra a Argentina, Higuaín, Messe e Palácio perderam pela ordem gols feitos. Higuaín e Palácio ficaram cara a cara com o goleiro Neuer. Enquanto isso, na Aldeia Pataxós, a festa rolava solta.

Passaram-se exatos onze meses desses acontecimentos. Era certo que nós não ganharíamos a Copa sem Neymar, éramos um time de um jogador só e tudo isso acabou nos favorecendo. Melhor perder para a Alemanha na semifinal, que na final para a Argentina.

Seria insensatez dizer que os germânicos venceram sem méritos, na base da sorte apenas. Hoje, entretanto, se sabe que muita coisa está oculta nos bastidores, longe dos olhares do público que paga para ver os jogos. Desde a final da copa do mundo da França, com a inesperada ausência do Ronaldo, que as suspeitas rondam por todos os cantos do mundo. Um ano depois do pontapé inicial entre Brasil 3 x 1 Croácia, escândalos da FIFA foram escancarados para o mundo.

A partida Alemanha 7 x 1 Brasil está sobre a investigação do F.B.I. e pode se transformar no assunto mais escabroso de todos os tempos no mundo futebolístico.

16/06/2015

N.A.: Sem a dança dos Pataxós, os alemães foram vergonhosamente eliminados na Copa da Rússia em 2018 por 2 x 0 pela Coreia do Sul, ainda na primeira fase. De 12 pontos disputados ganhou apenas 3 e perderam na estreia para o México.

Pela Copa das Nações de 2020, a Alemanha foi eliminada pela Espanha após uma goleada de 6 x 0.

Na Copa do Mundo de 2022, foi desclassificado ainda na chave de grupos, perdendo a vaga para o Japão.

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Filosofia de botequim.

O preconceituoso é burro, mas o burro não é preconceituoso.