Jornal do dia da proclamação

 

Amigo leitor, amiga leitora, caro estudante que me acompanha aqui na coluna "Um pé na história" em busca do sonhado décimo. Hoje, eu abro, digitalmente, o jornal Estado de São Paulo, que na época chamava-se Província de São Paulo, na edição do dia 16 de novembro de 1889, e já vejo na primeira página, antes mesmo da capa, impresso em letras garrafais, um:

         VIVA À REPÚBLICA

As letras eram bem maiores que está que apresento a vocês. Bem maior. É nítida a expresão de alegria, não sei a expressão do povo brasileiro, mas do dono do jornal, devia ser enorme.

 

Depois dos militares, a classe que mais tem interesse na proclamação da República são os jornalistas e advogados e um ou outro médico. Inclusive, um jornalista bastante atuante é o Aristides Lobo, que dá seu nome a uma praça no centro da capital paraibana, a cidade de João Pessoa.

 

As primeiras palavras do jornal é sobre um telegrama recebido, e diz assim:

" Recebemos ontem o seguinte telegrama:

 

Foi proclamada a República do Brasil (na época o Brasil era com z, Brazil, mas vou atualizando para o nosso português moderno, viu?!) Consta que o governo provisório será organizado com o General Deodoro e Quitino Bocayuva (olha um jornalista, ai!!!)

 

Afirmam outro que o governo será constituido pelo General Deodoro, Quitino Bocayuva e Benjamim Constant ( outro militar, em texto do dia 23 de novembro de 1889, o jornal ao desmentir que a República se instalara sob a forma de ditadura militar diz que o Benjamim Constante era menos militar do que homem de ciência. Ele era professor de matemática e também militar ).

 

Foi convocada uma reunião popular para aclamação do governo. O ministério do Império foi obrigado a assinar a sua demissão.

 

O Barão de Ladário ( que era ministro da Marinha) foi ferido e acha-se em perigo de vida ( o único ferido com a proclamação da República)."

 

Este foi o telegrama, a partir de agora é o jornal exaltando a proclamação.

 

"Cidadãos,

Notícias da corte anunciam a proclamação da República- a forma de gorverno que exprime o sentimento nacional!!

Unamo-nos! Para garantir a ordem, porque o novo regime nasce da livre manifestação popular! (assim como foi a livre manifestaçaõ popular que colocou Vargas no poder ditatorial ou o governo/revolução/ditadura militar nos anos 60 até os 80 ou a inocência de Lula, tudo fruto da manifestação popular).

 

Povo: o primeiro dever do republicano neste momento é ser (alguma palavra que não consigo identificar), previdente, justo, tolerante, para ser enérgico na organização.

A República significa paz, progresso, civilização.

Unamo-nos sem distinção de partidos para firmamos esse novo regime que nos há de trazer glória, a grandeza e a felicidade! 

Viva a República!"

 

E continua...

"Pouco tempo depois recebiamos o seguinte telegrama:

A organização definitiva do governo provisório é a seguinte: General Deodoro e Benjamim Constant ( cadê o jornalista Quitino?????).

Os soldados das guarnições arrancaram as coroas dos bonés, conservando apenas o número dos regimentos a que pertencem.

Todas as guarnições aderiram ao movimento.

...

A família imperial acha-se em Petrópolis (por pouco não foi ao "peredon", uma sugestão do avô de FHC).

Nota-se profundo contentamento popular e preparam-se festas para aclamação da República."

 

 

O jornal do dia 17 de novembro de 1889 trás os nomes do governo provisório de São Paulo e, adivinhem quem faz parte? Prudente de Moraes, aquele seria o futuro presidente da República, um coronel que ainda não sei quem é. O Coronel Mursa e, Rangel Pestana, fundador ou dono da Província de São Paulo, o futuro Estadão! Aqui na Paraíba o presidente  provisório foi Venâncio Neiva, conforme o Instituto de história e georgrafia da Paraíba (https://www.ihgp.net/luizhugo/a_pbeaproc_rep.php).

 

Se lembram do Boicayuva que, inicialmente integrava o governo provisório e depois não integrava mais? Então, ele passou a ser ministro do exterior. O paraibano Aristides Lobo, ministro do interior.

 

Viva à República!!!

Viva à Democracia!!!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

George Barbalho
Enviado por George Barbalho em 21/01/2023
Reeditado em 04/02/2023
Código do texto: T7700512
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