DO MITO DA CAVERNA DE PLATÃO AOS GUETOS DO BRASIL

Analisando a filosofia de Platão, através da sua linha de pensamento na expressão mostrada através do “Mito da Caverna”, vemos que se o ser humano é criado conforme uma certa cultura e ele tende a levar essas raízes para toda sua vida. O que daria uma credibilidade e sustentação a linha de pensamento afirmativa freudiana que diz que “o homem é fruto do meio”. Ou seja, o ser humano é o produto do meio onde vive.

Por outro lado, analisando as palavras das sagradas escrituras, no que registra o livro de Provérbios 22: 6 no que diz “Educa a criança no caminho que deve andar; e quando envelhecer não se desviará dele.” Podemos assim entender isso, como sendo um mandamento de Deus, no cuidado em educar as crianças da nossa sociedade.

Como educador que sou e um defensor ferrenho dos Direitos Humanos, tenho observado com preocupação a forma que a geração atual tem educado suas crianças. E gostaria de direcionar essa minha observação, principalmente para um poderoso seguimento cultural, capaz de influenciar valores como a postura social e a formação do caráter das pessoas. Refiro-me ao estilo musical. Pois, a Música como sendo considerada uma das sete artes divinas, tem exercido o seu poder transformador no meio social, no decorrer da história da humanidade.

Desde a antiguidade que a música tem apresentado seu poder de transformação social. Vale ressaltar que segundo estudiosos, o grande filósofo grego Pitágoras teve seu grande feito, na relatividade entre Música e a Matemática, evidenciando o caminho para os intervalos nas notas musicais, deixando seu grande legado para esse meio artístico.

A música apresenta um grande poder de influência na formação das pessoas. Por ter uma abrangência em diversos setores sociais, termina por ser um poderoso agente de transformação, principalmente, nas crianças, adolescentes e jovens de modo geral.

Desde os seus diversos estilos, a exemplo da beleza do canto gregoriano, estilo que surgiu na Idade Média com grande influência da Igreja católica, até às óperas e a Música clássica do Renascimento. Passando pela música brasileira, é de se aguçar o ouvido e o olhar para a beleza da música, nos Anos Dourados e na Bossa Nova. É visível o cuidado com a qualidade do conteúdo trabalhado, independente dos ritmos musicais da época.

A influência da Música nas escolas, nas Igrejas das diferentes religiões, nas festas diversas, na política e até mesmo na ciência através da medicina, como terapia, tem exercido um grande poder de transformação. Seu poder de interação e intervenção no fator emocional das pessoas é de uma força assustadora. Sendo a boa música, ou a não agradável aos nossos ouvidos, quando ela é muito repetida, termina por se fixar na mente das pessoas. Ou seja, de tanto ouvir uma determinada música, talvez você já deva ter se apanhado em algum momento, sem querer, cantando uma determinada música, só por tê-la ouvido bastante.

Tenho procurador ser um arauto e defensor, no sentido de alertar as famílias e ou os responsáveis pelas crianças, no que estes permitem que elas escutem como música. Porque as crianças podem ser corrompidas ou pervertidas, através do que vêem, porém passam a ser influenciadas de formas assustadoras pelo que ouvem. Pois, o que ouvem falam, o que falam cantam, o que cantam dançam e o que dançam vivem.

Com todo respeito e sem querer discriminar nenhum estilo nem ritmo musical; porém me é conveniente alertar que alguns desses estilos, quando apresentados na prática com as crianças, fatalmente as desviam para o caminho do mal. Esses estilos, podem as tornar vulneráveis nos diversos níveis sociais, sendo elas pessoas pertencentes as classes alta, média ou baixa poderão ser afetadas.

Corriqueiramente, ao passarmos por bairros da periferia, guetos ou comunidades das cidades do Brasil, é possível se observar a presença de “paredões de som” com músicas exaustivas expressando letras com teor de “baixo calão”, embalando crianças que dançam, capitaneadas por adultos sem nenhum pudor. Vejo isso como uma profunda agressão a formação da criança. Essa prática, torna-se uma porta aberta para a prostituição e o crime. É preciso que, por parte dos órgãos competentes, haja uma maior vigilância ao cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente e aplicação da Lei.

Até as drogas já encontraram um largo caminho através da música. Atualmente há na internet, drogas que são produzidas e oferecidas em fácil acesso, que produzem vibrações de ondas sonoras alucinógenas e que as pessoas consomem apenas por escutarem essas determinadas músicas. Essas drogas surtem os mesmos efeitos químicos das drogas físicas, tornando as pessoas dependentes desses produtos.

Portanto concluo com mais um grito de alerta, para que a nossa sociedade e as autoridades responsáveis pela nação escutem: Cuidado com a música que as crianças estão ouvindo, pois elas serão o povo de amanhã!

João Pessoa 24 de junho de 2022.

Antonio Joaquim Alves – (Thiago Alves)

Embaixador da Paz do WPO - Núcleo Paraíba – Brasil

World Parlament of Security and. Peace

https://revistawponews.com.br/revistas/julho%202022.pdf