O QUE É A ESCOLA HOJE?



Estranho que, ao começar esta “mensagem”, uma emissora de rádio colocava a música”Na sala de aula é que se forma o cidadão.” Eu sou prova disso. Estudei em escola pública de excelência. Porém, não é de mim que vou falar – pelo menos desse ângulo de minha vida , que a ninguém mais interessa, Entretanto, assusta-me ver que os jovens – em especial do sexto ao oitavo ano não mais se interessam por nada na sala de aula. A sala de aula - segundo palavras deles - é lugar de zoação. Esses pequenos cidadãos do futuro não sabem que,naquele espaço, poderão transformar suas vidas. Ignoram que a única que coisa que não se lhes pode tirar é o que pretendem. Eles riem, mas não um riso puro,infantil ou adolescente. Aquele riso vazio, de quem vem à escola para socar, repetir palavras de baixo calão , rasgar os próprios livros e rir...rir..rir de si mesmos, embora não o saibam.
Não posso conformar-me com isso e tenho conseguido aula lindas, algumas em que “apesar de todos os recursos”, considero-me uma nulidade porque não captei sua atenção e não os motivei. Mas, eles já vivem desmotivados. Por mais que se faça , só em alguns momentos, eles entendem que podem ser realmente os cidadãos que deles esperamos. Porém, para isso, alguma coisa precisa ser feita. Não estou me referindo a material didático (que também precisa ser mais tópico). Refiro-me – como em países que já o conseguiram - mostrar-lhes que a escola é único espaço que a tudo transforma, sem falar - antes – na família – que, com poucas exceções - não ensina, não orienta. Não há mais conversas em família. Aliás, a mídia ajuda bastante. O problema não é a tecnologia, é a completa degradação de valores, de inexistência de respeito entre eles e para com os professores e até como os funcionários. Aonde iremos parar.
Eu não estou falando de salário – não que eu não queira ganhar mais . Pelo contrário, tenho pouco mais de cinco anos no Município. Não vou poder aposentar-me por ele, pois tenho outra atividade concomitante. Entretanto, queria - quero fazer um excelente trabalho, mesmo com as parcas condições que tenho. Todavia, nesse tolo idealismo, esteja o meu erro.
Desde os 19 anos (já estou com sessenta e cinco), sou professora. Sou filha de pessoa  analfabeta. Passei muita roupa para poder estudar e comprar um caderno. Na época não eram dados. Hoje são rasgados. Já exerci - e bem – outras profissões. Gosto do que faço e sempre me atualizo ; tudo para motivar quaisquer turmas onde esteja lecionando. Sou novata no Município, pois abri mão de alguns concursos, mesmo dando aula em outros locais, e, além disso, trabalhar muito em atividade de executiva-geral, que, há dez anos, perdi e afundei minha vida.
Ao entrar no Município, tive turmas de novo ano e de sexto ano e fui muito feliz, chegamos a fazer vídeo premiado pela FIOCRUZ. Depois, pelo fato de uma pessoa perguntar-me”se queria o cargo dela”. Claro que não quero o cargo de ninguém. Tudo que consegui, foi por meu escorço - ela é quem tivera errado. (gosto da Escola e não menciono quem), fuI cedida a outra;. Tenho tido momentos de grande alegria, embora o que ouça - na sala dos professores – são excelentes professores falando de seus imensos e reais problemas. Para mim, uma forma que encontraram de continuarem a lutar, pois - acredito – se pudessem - todos estariam dando o melhor de si.Eu não sou de falar, mas aplaudo a todos pela garra que têm, embora não acredite que chamar os pais constantemente adiante. Pelo que vejo os alunos continuam na mesma. As palavras não penetram seu eu ou o dos pais. Tudo tem que ser contínuo e vir de casa, junto a ações que deem novo valor à educação, às atitudes, aos procedimentos. Enfim, a EDUCAÇAO, COMO ALICERCE DE TUDO. Os inspetores são poucos – muito poucos, embora bons. Quando um aluno, de fato se excede, daqui a pouco estão de volta no corredor, rindo porque se sentem vitoriosos no nada que têm, terão ou aprenderão. Dá pena!
Porém, não é desse bons profissionais que tanto ouço que falar. Este ano, por estranho que pareça, pois, desde dois mil e nove praticamente não falto (só vejo de uma vista e mal da outra, uso muleta, graças a grave fratura e nem assim faltei; sem contar as contínuas pneumonias em que trabalhei).Este ano, porém, já me vi obrigada a ficar 5 dias fora, por pneumonia, mais de, por traumatismo de três vértebras , ao vestir para me dirigira à escola,e ainda não estou bem , pois - sequer -posso baixar o pescoço. Mas, resolverei nas férias, se atá lá chegar. A propósito , há pouco, nessa tola mania de trabalhar sem poder, ouvi da gentil diretora que estava sempre com problemas e deveria tirar algo melhor ou outro providência (ENTENDO A POSIÇÃO DELA E SEI OS TRANSTORNOS QUE - QUERENDO FAZER O MELHOR , CAUSEI).
O PROBLEMA QUE PRETENDO NARRAR, ENTRE OUTROS EM QUE SILICENCIEI, POIS OPTO POR TENTAR - S E M P R E - RESGATAR O ALUNO (OU ALUNOS), VENDO , NAQUELE CORAÇÃO ÁRIDO , AQUILO QUE NÃO RECEBERAM, FOI SEXTA-FEIRA. (ALIÁS, JÁCONHECIDA POR PASSAR A MÃO NA CABEÇA DOS ALUNOS; É O CONTRÁRIO, JÁ RESGATEI TANTOS E TANTOS EM PROJETOS E OUTRAS ATIVIDADES E NÃO TENHO PROBLEMA ALGUM COM AS DEMAIS ÁREAS EM LECIONO , DO MÉDIO EM DIANTE.PORTANTO, SE ALGUÉM FALAR EM DOMÍNIO DE TURMA – PODE SER ATÉ –MAS NÃO DOMÍNIO E – SIM – AMARGURA POR VER TUDO EM QUE AINDA ACREDITO IR EMBORA.
Estava aplicando uma avaliação, a segunda, porque a primeira foi difícil para eles. ELES SÃO OITAVO ANO E CONSEGUIRAM FAZER - ATÉ MESMO BONS TEXTOS, APESAR DE TANTOS PERCALÇOS. De instante para outro, duas meninas (uma delas, muitas elogiada, mas que, por està fazendo curso paralelo está faltando demais ) resolveram  nada obedecer, e,mais do que isso, dançar - só uma delas – dentro de sala, na verdade, rebolar, mas mostrar a sua beleza externa. Pedir que se retirassem. Como já disse, não há inspetores, ficaram nas escadas sentadas, a ponto de outra professora dizer que estavam mexendo no ventilador (negaram). Do ventilador, à sala não climatizada, ao absurdo de atitudes que se multiplicaram foi uma fração de tempo (Aliás , tenho uma aluna que considera que deveria colocar a todos para fora e só ficariam maia dúzia. Isso é exclusão e muito mais ) Mas, há colegas que dão aula só para quem os escute, talvez estejam certos. Outros, precisam chamar a representante do PROINAPE, PARA QUE POSSAM DAR AULA.
Bem, depois desse panorama deprimente, fragilizada que estou, pois coloco em meu alunos a minha esperança, COMECEI A CHORAR CONVULSIVAMENTE NA FRENTE DA TURMA - PODEM DIZE QUE FOI UM ERRO . NÃO IMPORTA. EM POUCOS MINUTOS , UM ALUNO TROUXE-ME UMA CANECA DE ÁGUA, DA QUAL SORVI APENAS UM GOLE.
EM SEGUIDA, APARECEU A GENTIL DIRETORA-AJUNTA, A ESCLA ESTÁ Á ESPERA DE NOVOS DIRIGENTES. PERGUNTOU-ME O QUE HAVIA E EU DISSE:
NADA. NADA MESMO. POIS O QUE RIA ERA SUMIR DALI E PEDIR EXONERAÇÃO, ANTE O ESGARÇAMENTO DE TUDO EM QUE ACREDITO.
CLARO QUE DIRÃO QUE ESTOU ERRADA NO QUE FIZ. NÃO IMPORTA. RESPEITO CADA OPINIÃO.
Não consegui ir à CRÊ, pois estava passando mal. Fui à UPA DA PENHA e, logo após, por falta de equipamentos , à Clínica Balbino, na qual me foi concedida a licença de dez dias (Não por ter pedido, mas pelo meu estado)
Enfim, acredito ter chegado ao fim de carreira. O melhor mesmo será pedir exoneração. O meu idealismo, as minhas crenças na educação desapareceram.
Não vejo a mídia fazer nada para voltar a mostrar aos jovens o que é o respeito. O que são valores. Nada se veem, senão palavras, embora haja bons projetos aqui e em outros países. O que fazer? Nada. Desistir. Não quero ver ninguém mais rindo do que faço para o bem dos outros. Isto é um desabafo. Creio que está na hora , de trabalhar em quaisquer outras coisas como integrante da terceira idade.j
Portanto, resta-me chorar pelo futuro e desistir! Está tudo perdido? É isso que interessa?









 
Luandro
Enviado por Luandro em 08/11/2014
Reeditado em 10/11/2014
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